Rio de Janeiro, 19 de Março de 2024

Tristeza não tem fim, felicidades sim ...

Tenho uma vida normal.
Sou casada, sem filhos por opção, trabalho, estudo e sou realizada profissionalmente.
Meu marido é um excelente marido, companheiro e amigo, me incentiva em tudo que resolvo fazer.
Tenho 33 anos, e sempre lutei pelo o que queria, pelo o que julgava necessário para a minha felicidade.
 
A minha crise hoje está ligada justamente à felicidade.
 
Sinto que sou feliz, realizada, mas quando comecei a prestar atenção em minhas escolhas, minhas ambições, percebo que eu nunca estou satisfeita.
 
Sou nutricionista, lutei muito para me formar, já que a minha família é pobre.
 
Formei-me e logo consegui montar meu consultório. Fiz meu nome na praça e hoje vivo de maneira independente e satisfatória com meu próprio salário.
 
Com o tempo, fui me aperfeiçoando, fiz pós-graduação, MBA e outros cursos.
 
Quando percebo que eu finalmente cheguei aonde queria, simplesmente invento outra coisa, outro desafio.
Mas isso não se restringe à vida profissional.
Já fiz curso de eletricidade, para aprender a colocar interruptor, de decoração e até paisagismo.
 
Sempre invento coisas como objetivo alegando que eu preciso daquilo para ser feliz; e quando atinjo, percebo que preciso começar outro ciclo.
 
Fico me perguntando o porquê que tenho sempre que começar outro ciclo, gastando energia, dinheiro e não me permito gozar da felicidade com o que eu escolhi, de uma maneira plena e tranqüila.
 
Maria Eduarda – Santa Catarina
 

Tristeza não tem fim, felicidade sim....
 

Cara Leitora,
Ler a sua carta para mim, foi como ouvir a música “A Felicidade” de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
E fui remetido especialmente ao seguinte trecho: 
 
“A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar”
 
A questão levantada por você é muito mais complexa do que se pensa, afinal, como definir felicidade?
 
O que é felicidade para uns, pode não ser para outros.
 
A única certeza em cima dessa tal felicidade é uma só: todos buscam por ela.

Às vezes é tão difícil lutar para garantir, conseguir a dita cuja, porém você parece que tem energia de sobra.
 
Não vejo mal algum em querer aprender, em conquistar múltiplos conhecimentos, afinal somos seres que trabalhamos com o querer, a projeção e a ausência. 
 
Só fica a interrogação em minha cabeça se a força geradora dessa incansável procura não seja justamente o preenchimento de um buraco?
 
Um vazio que existe dentro de você.
 
Esse é o tipo de questão que só você pode responder.

Porém o que me cabe, e o que a coluna possibilita, é fazer valer a simplicidade.
 
Se olharmos para o mundo que nos cerca, perceberemos que muitas vezes não precisamos efetivamente de algo.
 
A simplicidade é algo que se acolhe, que não custa nada e não dói.
 
Simplificar a vida, as atitudes, e a própria felicidade é algo que esquecemos, mas sabemos que existe.
 
Acredito que independente do caminho que você escolher, seja ele complexo ou simples, ele deve fazer sentido pra você.
 
Se você atualmente está se questionando sobre os próprios caminhos para a busca da sua felicidade, é porque de alguma maneira eles não estão fazendo mais sentido.

Por isso cara leitora, lembre-se que você é a dona de sua vida, tome as rédeas dela, se reinvente, se invente e use toda essa energia para ser feliz.
 
Afinal, é justamente esse querer ser feliz, que faz com que a vida valha a pena.
 
Seja feliz do jeito que der, mas seja! Afinal, como o refrão da música diz, tristeza não tem fim.....felicidade sim.
 
 
 
Envie seu e-mail para o psicólogo Thiago Spinelli responder.
E-mail thiago.spinelli@universodamulher.com.br
 
 
 
 
 

Crédito:Christina Gomes

Autor:Thiago Spinelli

Fonte:Universo da Mulher