Algumas atividades podem prevenir e melhorar a qualidade de vida depois de se aposentar
O que fazer quando chega a aposentadoria?
A maioria dos jovens espera ansiosa por este momento para aproveitar a vida, mas quando ele chega, e já não se é mais tão jovem assim, parece que aquele momento ora tão almejado, se torna um pesadelo.
O problema da aposentadoria é que a maioria das pessoas não se prepara para essa nova etapa.
Na opinião de Elen Conteratto, musicoterapeuta e terapeuta corporal, "algumas pessoas têm medo de mudança, outras de serem tachadas como velhos, outras de adoecerem, mas ninguém quer fazer parte do grupo estigmatizado que perde o seu papel social, o de velhos improdutivos", explica Elen.
Em função de uma grande mudança que está por vir, é natural que uma tensão possa ser gerada.
"A mudança de espaço físico, das pessoas que conviveu durante anos, de uma rotina conhecida, e muitas vezes desafiadora, pode ter um efeito caótico, principalmente se essa pessoa não tiver um acompanhamento e uma preparação emocional para tanto", informou Elen.
Foi o que aconteceu com Adelaide Mendonça. Ao se aposentar, entrou em depressão e encontrou na corrida um prazer a mais de viver. "Eu trabalhava muito, era muito ativa. Fiquei muito triste quando me aposentei, não estava acostumada a ficar parada. Comecei a correr porque meu filho me incentivou", conta Adelaide.
Elen explica que existem atividades voltadas para um trabalho preventivo e que estimula a qualidade de vida nessa nova etapa como jogos de memória, dança, natação, musicoterapia, arteterapia, exercícios físicos, jogos que enfoquem a socialização, a integração e o prazer.
Dê a volta por cima
Com o incentivo do filho, Adelaide começou a correr aos 56 anos, após se aposentar.
Hoje, aos 82 anos, Adelaide se auto-intitula Miss Maratona.
Com 37 maratonas, cerca de 1.554 Km percorridos, e centenas de outras provas realizadas em diversos países, ela acumula mais de 300 medalhas e 500 troféus.
Gabriela Martins, professora de Educação Física, lembra que alguns cuidados são necessários antes de se iniciar qualquer atividade física.
"É necessário realizar uma triagem médica, com exames de perfil sanguíneo e exame de aptidão cardiovascular para definir uma intensidade ideal para essa população portadora de características especiais que precisa de uma cautela maior para prescrição das atividades", explica a professora.
Só após a passagem pelo médico, o profissional de Educação Física identifica os objetivos e define qual será a estratégia tanto motivacional quanto fisiológica.
Gabriela destaca os benefícios da prática regular de atividade física como: redução da gordura corporal; melhora do condicionamento cardiovascular; diminuição da pressão arterial sanguínea e do colesterol; minimiza riscos de problemas cardíacos, diabetes e hipertensão; limita e previne a perda de massa óssea; desacelera o processo natural de perda de massa muscular (Sarcopenia); minimiza os efeitos das alterações hormonais; melhora a auto-estima, a qualidade de vida e saúde em geral.
Gabriela lembra que o acompanhamento de um profissional de Educação Física é imprescindível para evitar lesões e fazer todos os ajustes necessários para a prática saudável e prazerosa de exercícios físicos.
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Carolina Noury
Fonte:Universo da Mulher