Rio de Janeiro, 24 de Abril de 2024

Mulher da nova classe média quer carro zero e TV 'fininha'

Elas são 66% das universitárias e já não se satisfazem com bom emprego: 70% querem carreira
Perfume importado, carro zero, filho em escola particular e TV fininha em casa.
Esse não é mais o perfil de uma mulher da elite. É o que está conquistando a mulher da classe C.
 
Uma pesquisa da Abril com o instituto Data Popular investigou os sonhos e hábitos de consumo dos 52,9 milhões de brasileiras da nova classe média, que cresceu em tamanho (38% mais pessoas) e massa de renda (mais 62%).
 
Elas investem em conhecimento. Representam 66,4% das universitárias (contra 56,3% em 2002). Por isso, 70% das jovens não querem só um bom emprego, mas uma carreira interessante.
 
Conforto e lazer ganham espaço. Pretendem trocar de carro (31%), viajar de avião (42%) e jantam fora.
 
Elas também estão sofisticando o consumo, adquirindo bens e serviços antes restritos à elite.
 
Gastaram R$ 19,7 bilhões com beleza neste ano, contra R$ 15,8 bilhões da elite. E não se trata apenas de creme para cabelo, como antes, mas de perfumes e maquiagem.
 
Querem andar na moda e têm, em média, 16 pares de sapato.
 
Elas não querem ficar magrelas, mas 39% tentam emagrecer, 66% buscam refeições balanceadas e cuidam da saúde, com consultas e exames, na mesma proporção que as classes A e B (61%).
 
As mulheres da classe C também estão mais confiantes.
 
Agora, sentem orgulho da cor - 48% se dizem negras ou pardas, contra 40% há 7 anos - e já admiram os cabelos cacheados.
 
Elas contribuem mais e mandam mais em casa
 
As mulheres da classe C ganharam poder. Em relação às da classe A, elas chefiam mais famílias e contribuem mais: são responsáveis por 41% da renda familiar, contra 25% das mais ricas.
 
Dentro de casa, têm mais conhecimento.
 
São mais escolarizadas do que os homens da mesma faixa e leem mais revistas (45% a 31%). Isso se reflete na forma como lidam com os maridos: 70% acabam responsáveis pelas compras.
 
"Vou concordando com o o que ele prefere, mas na hora de decidir eu mostro outra opção, explico por que é melhor e, no fim, ele compra o que eu quero", diz uma paulista de 37 anos que participou da pesquisa.
 
Investindo em formação e na carreira, os empregos domésticos ficam aos poucos para trás. Em uma geração, passaram de 21% para 11%.
 
Essas garotas querem mais e melhor. E, além de desbravar o mundo do consumo, deixarão para as filhas informações que não receberam.
 
Diferentemente da mulher das classes A ou B, que pede conselho ao marido sobre o melhor carro, desde criança veste a grife tal ou corre para a mãe para saber sobre enxovais, a mu-lher da classe C não tem esse "conhecimento herdado".
 
Talvez isso explique o valor que dá ao que dizem novelas e revistas. Agora, quem conseguir se comunicar com as poderosas crescerá com elas.
 
 
 
 

 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Redação

Fonte:Universo da Mulher