Em novembro deste ano, o inventor da técnica, Yves Gerárd Illouz, estará presente no Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, em Brasília, para falar sobre as três décadas de realização da lipoaspiração
Em 1977, o cirurgião francês Yves Gerard Illouz inventou a lipoaspiração para resolver o problema da namorada que não podia usar decotes nas costas por causa de um lipoma, tumor benigno formado por células gordurosas.
De lá para cá, muita coisa mudou, mas a técnica, inicialmente recebida com ceticismo, está consolidada no rol dos procedimentos estéticos mais realizados no mundo.
Quatro décadas de experiência já possibilitaram alguns avanços, como a cânula - instrumento usado para sugar a gordura corporal – que tornou-se mais fina. Também foi implementada a lipoescultura, procedimento em que se retira gordura de um lugar do corpo para se colocar em outro, melhorando o contorno corporal.
“Após quarenta anos de aplicação, a lipoaspiração está consolidada no Brasil, precisamos avançar nas questões que garantam maior segurança à realização do procedimento, o que necessariamente passa por uma melhor qualificação dos profissionais”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrado.
Medidas de segurança
A seguir, o médico enumera algumas atitudes que podem ser tomadas para assegurar mais segurança aos pacientes durante a realização das lipoaspirações:
1) Indicação precisa – a lipoaspiração não é um método de emagrecimento.
É um procedimento destinado a remover apenas gorduras localizadas, como as que se encontram debaixo dos braços, nos quadris e na região abdominal. “É o tipo de gordura que dificilmente pode ser eliminado, mesmo com o auxílio de exercícios físicos e de uma nova dieta”, explica o médico.
Esta regra só se aplica a pacientes adultos. Crianças, ainda que tenham acúmulo de gordura no corpo, a ponto de comprometer seu bem estar físico e psicológico, não devem se submeter à lipoaspiração.
Já para os adolescentes, a lipoaspiração é mais aceita pelos médicos, contanto que o jovem operado não seja obeso;
2) Contra-indicações bem claras - a partir de 10% a mais do peso ideal, os resultados da lipoaspiração não são tão satisfatórios.
É importante entender que se trata de uma cirurgia de acerto de contornos e não deve ser encarada como um método para emagrecer.
Há um limite de gordura que pode ser retirado. De acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina, não se pode passar de 7% do peso corporal do paciente na lipoaspiração úmida (com injeções de soluções líquidas) e 5% de retirada de gordura na lipoescultura a seco.
Doenças cardíacas graves, alterações pulmonares, anemia, diabetes e hipertensão arterial precisam estar sob controle para que o paciente seja operado. “Outra grande contra-indicação diz respeito às alterações psicológicas, como depressão e doenças ligadas à auto-imagem, como a anorexia e a bulimia.
Nesses casos é preciso acompanhamento profissional psicológico antes da cirurgia”, defende Ruben Penteado, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica;
3) Informação para escolher o cirurgião plástico – o primeiro passo é verificar se o profissional é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Depois, é conveniente conversar com pacientes que já foram operados por esse médico para saber o que acharam. Investigue se ele atua em bons hospitais e se a equipe dele é habilitada e treinada.
“Veja também a estrutura de atendimento ambulatorial do profissional. Durante a consulta, o especialista deve passar calma, confiança, além de tirar todas as dúvidas do paciente.
Desconfie de promessas milagrosas”, aconselha Ruben Penteado;
4) Conhecimento dos riscos do procedimento – o paciente deve ser informado que independentemente da técnica, os maiores riscos da lipoaspiração são tromboses e embolias.
Para prevenir problemas é necessário que o médico investigue se a paciente apresenta histórico anterior de flebite e trombose nas pernas.
Deve ser usada uma bomba massageadora durante e após a cirurgia para estimular a circulação na panturrilha - é aí que reside o risco de formação de flebite e trombo, que pode produzir até mesmo uma embolia pulmonar.
“Outro fator importantíssimo para se evitar intercorrências é a realização da cirurgia em ambiente adequado, com toda a infra-estrutura para atendimento de emergência e acompanhamento de anestesiologista”, diz o diretor do Centro de Medicina Integrada;
5) Proibição de propagandas enganosas, que interferem no poder de decisão do paciente - A publicidade médica irregular é a infração mais recorrente nos processos analisados pelo Cremesp que envolvem a cirurgia plástica e os procedimentos estéticos.
Esta prática abrange a exposição de pacientes (mostrando o “antes” e o “depois”), a divulgação de técnicas não reconhecidas, de procedimentos sem comprovação científica e a mercantilização do ato médico (anúncios em quiosques de shoppings, promoções onde o “prêmio” é uma cirurgia plástica, consórcios e crediários para realização de cirurgias plásticas). “Ao se deparar com anúncios como estes, o paciente deve ficar alerta.
A cirurgia plástica não pode ser oferecida como uma vantagem, uma bagatela, um grande negócio... Ela é uma cirurgia como outra qualquer, com todos os riscos envolvidos em qualquer cirurgia”, afirma Ruben Penteado.
Centro de Medicina Integrada
Endereço: Rua Tuim, 929
Moema
São Paulo-SP
Tel: (11) 5535 0830
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Márcia Wirth
Fonte:Excelência em Comunicação na Saúde