O 18º Congresso da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, por sua sigla em inglês), que aconteceu de 2 a 5 de agosto no Forte de Copacabana, Rio de Janeiro (RJ), chegou ao fim com importantes conquistas, já que reuniu 2.300 médicos (1.000 estrangeiros) de 65 países e bateu recorde de participantes na história dos congressos de Cirurgia Plástica Estética. As maiores delegações internacionais vieram dos seguintes países: EUA, Rússia, México, Argentina, Colômbia e Itália.
No campo científico o Congresso da Isaps também obteve registros de destaque. Em quatro dias foram realizados 12 painéis que totalizaram cerca de 80 apresentações, além de quatro conferências cujos médicos responsáveis dissertaram sobre suas contribuições em campos específicos da Cirurgia Plástica, a saber: face, Daniel Marchac (França); contorno corporal, Ricardo Baroudi (Brasil); mama, João Carlos Sampaio Góes (Brasil). Ivo Pitanguy, do Brasil, realizou a palestra-magna, falando sobre a sua contribuição para a Cirurgia Plástica em todo o mundo.
O Congresso da Isaps confirmou a tendência dos procedimentos minimamente invasivos na Cirurgia Plástica e apresentou novas tecnologias, como os fios de sustentação e equipamentos que chegarão ao Brasil nos próximos dois meses, como o Ultrashape, ultra-som externo que destrói as gorduras localizadas sem o emprego de técnicas cirúrgicas.
A Isaps, instituição internacional que congrega 1.500 cirurgiões plásticos de 73 países também discutiu durante o Congresso sobre o turismo em cirurgia plástica", que vem sendo incentivado por algumas agências de viagens em vários países e nem sempre oferece segurança aos pacientes. A entidade lançou as diretrizes internacionais sobre o tema durante o evento do Rio de Janeiro.
A Isaps reconhece a tendência internacional de pacientes que procuram por especialistas em outros países e tem ciência de que a escolha do médico é livre, mas, por meio das diretrizes divulgadas pela Sociedade, condena a intermediação feita por algumas agências de turismo, alerta o médico brasileiro e presidente Congresso da Isaps, João Carlos Sampaio Góes.
Sampaio Góes enfatiza ainda que essas diretrizes devem ser seguidas não apenas pelos pacientes que viajam de um país para outro em busca de tratamento, mas também por aqueles que se deslocam no seu próprio país. As pessoas devem se conscientizar de que uma cirurgia não pode fazer parte de um pacote turístico. É preciso que o paciente conheça quem vai operá-lo e quais são as condições do local onde será submetido à cirurgia. É importante ainda que ele tenha ciência de quem será o médico responsável pelos cuidados pós-cirúrgicos após o seu retorno para casa, diz.
Além de lançar as diretrizes, a Isaps também realizou um curso no Rio de Janeiro para capacitar equipe especializada em vistoriar clínicas de cirurgia plástica, com o objetivo de adequá-las ao padrão internacional exigido pela entidade e conceder-lhes o Certificado de Acreditação. A partir disso, os pacientes podem checar no site da Isaps (www.isaps.org) não apenas se o médico que irá operá-lo está devidamente habilitado para isso, mas se a clínica também está em condições de realizar procedimentos cirúrgicos, informa Sampaio Góes.
Diretrizes
As diretrizes internacionais divulgadas pela Isaps durante o Congresso do Rio de Janeiro são:
Ø Especialidade
O médico deve ser especialista em Cirurgia Plástica. Um ginecologista, por exemplo, não está habilitado para fazer um aumento das mamas e nem o dermatologista pode fazer um lift de face.
Ø Certificação
O site da ISAPS (www.isaps.org.br) disponibiliza a lista de médicos certificados em 73 países. As sociedades de cirurgia plástica de cada país também divulgam as listas com seus membros. Somente os médicos credenciados nas sociedades de cirurgia plástica reconhecidas pelas associações médicas locais estão habilitados a realizar os procedimentos cirúrgicos da especialidade.
Ø Certificação do centro ou da clínica de cirurgia
O paciente deve se informar, antes de viajar, se a clínica ou o hospital onde irá se submeter à cirurgia são reconhecidos pelos órgãos de saúde competentes do país. Referências de quem já usou os serviços também são importantes.
Ø Seguro de saúde pessoal
A maioria dos seguros de saúde não cobre as despesas com cirurgia plástica no próprio país. Verificar se a cobertura está prevista no exterior.
Ø A equipe médica fala o idioma do paciente?
Na clínica médica é preciso que alguns membros da equipe e o paciente falem o mesmo idioma. Em casos de complicações essa facilidade torna-se imprescindível.
Ø Comunicação
O paciente deve falar diretamente com a equipe médica e o próprio cirurgião para acertar detalhes do procedimento e esclarecer dúvidas. O agente de viagens deve fazer apenas os acertos sobre a viagem e as acomodações no país de destino.
Ø Cuidados pós-operatório
O paciente deve permanecer na cidade onde realizar a cirurgia no mínimo por mais uma semana, dependendo do procedimento. Por isso, é importante entrar em contato com o local onde ficará hospedado, para saber se ele está adequado às necessidades pós-cirúrgicas, cujas informações devem ser passadas pelo próprio médico cirurgião.
Ø No caso de complicações
É importante saber, antes de viajar, qual médico ficará responsável pelos cuidados com o paciente em seu país de origem, caso haja complicações após o seu retorno. Também é fundamental saber quem arcará com as despesas de procedimentos secundários ou da revisão periódica.
Obs.: O site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica disponibiliza a relação de médicos brasileiros especializados: www.cirurgiaplastica.org.br.
Crédito:Fatima Nazareth
Autor:Fatima Capucci
Fonte:Activa Comunicação