Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Lipoescultura

Lipoescultura
A busca constante do bem estar físico e mental, a preocupação cada vez maior com a beleza do corpo, leva homens e mulheres às academias e a procura de soluções para os excessos de gorduras localizados. Conheça um pouco mais da lipoescultura, uma técnica utilizada na modelagem do corpo".

 
A observação de quadros de autores clássicos mostra que o conceito de beleza tem variado muito através dos tempos e entre as diversas culturas. Segundo o especialista em cirurgia plástica, Marco Aurélio Peixoto, a partir do século XX com a mudança dos padrões de beleza, primeiramente as mulheres e posteriormente os homens começaram a analisar suas silhuetas e a lutar contra excessos gordurosos não solucionados por dietas, massagens, ginásticas e aplicação de diversas substâncias como cremes e compressas.

 
Com o fracasso dos métodos conservadores, iniciaram-se procedimentos cirúrgicos buscando a resolução de acúmulos localizados de gordura. Foram tentadas ressecções cirúrgicas abertas e curetagem do tecido gorduroso, mas foi um cirurgião francês, Yves-Gérard Illouz, considerado o pai da lipoaspiração, que estabelecendo novos conceitos, em novembro de 1983 publicava bons resultados com a aspiração de gordura em mais de 1.300 pacientes, comenta o médico.

 
O especialista explica que normalmente o padrão de distribuição de gordura nos seres humanos depende principalmente da herança genética, gênero e idade. A obesidade ginecóide, forma que predomina entre as mulheres, geralmente envolve as regiões dos quadris, coxas e nádegas. A forma andróide, predominante entre os homens acomete normalmente as regiões do abdômen, flancos e tórax.

 
 
A mulher tem com freqüência uma maior porcentagem de gordura corporal e uma camada adiposa mais espessa que a dos homens. A idade também é um fator significante na determinação da distribuição regional do tecido adiposo. "Com o envelhecimento há uma tendência de centralização da obesidade no corpo humano. A proporção de tecido adiposo no tronco aumenta externa e internamente e diminui nas extremidades". Especificamente a camada subcutânea de gordura e o tecido adiposo intraabdominal aumentam, e os braços e pernas "perdem" tecido adiposo no subcutâneo com simultâneo aumento do mesmo no espaço inter e intramuscular.

 
 
Na maior parte do corpo humano, segundo o especialista, o tecido adiposo se divide em duas camadas. A primeira é a superficial ou areolar e a profunda chamada de reticular ou lamelar. A camada superficial é formada por lóbulos gordurosos pequenos, firmes e compactos e é mais ou menos uniforme no mesmo indivíduo. A camada profunda é mais frouxa e irregular. Essa camada é a responsável pelos acúmulos localizados de gordura e apresenta maior aumento de espessura nos casos de obesidade.

 
 
Dr. Marco Aurélio Peixoto explica que geralmente a camada a ser aspirada é a profunda, procurando-se respeitar uma camada superficial de aproximadamente 2 cm de espessura. Nos locais onde não existe a camada profunda ou onde se deseja realizar a lipoaspiração superficial, essa deve ser feita com extremo cuidado e utilizando-se cânulas finas.

 
 
A lipoescultura nada mais é do que a lipoaspiração usada na modelagem da silhueta. De acordo com várias pesquisas os resultados dessa cirurgia seriam definitivos, já que os adipócitos parecem não mais se multiplicar após a puberdade, permanecendo a partir dessa fase em um número fixo. O sucesso do tratamento depende da perfeita indicação da cirurgia.

 
 
A lipoaspiração é indicada para o tratamento de depósitos de gordura localizada, em especial, os casos não solucionados por dietas ou exercícios. O candidato ideal deve ser jovem ou de meia-idade, perto de seu peso ideal, em boas condições de saúde e com boa tonicidade da pele. A lipoaspiração não é considerada como indicação primária para o tratamento da obesidade. Essa sendo definida como um aumento maior que 20 a 30% do peso ideal. O paciente deve estar ciente de que a lipoaspiração deve ser realizada para a correção de alterações do contorno corporal que levam a desproporção de algumas regiões de seu corpo, e não para a perda de peso. É importante salientar ainda que o resultado definitivo só será visível após três ou quatro meses, quando da regressão do edema (inchaço). O volume de gordura a ser aspirado ainda é motivo de controvérsia entre os cirurgiões, mas atualmente as maiorias dos estudiosos aconselham uma retirada não maior que 5% do peso do paciente.

 
 
O material a ser usado na cirurgia evoluiu com o passar do tempo. Consistia inicialmente de cânulas de metal que chegavam a ter 12 mm de diâmetro e uma bomba de sucção por pressão negativa. Nos dias atuais preconizamos o uso de cânulas de pontas arredondadas cada vez mais finas, de diâmetros inferiores a 4 mm. Fato que veio diminuir sensivelmente o trauma cirúrgico, além de minimizar a ocorrência de irregularidades. É ainda importante destacar como inovação tecnológica o uso de cânulas teflonadas, o que diminui o atrito com os tecidos, a lesão de vasos sangüíneos e ainda facilita as manobras cirúrgicas na lipoaspiração.

 
 
Atualmente foram desenvolvidas seringas que podem substituir a bomba de sucção por pressão negativa, tendo como vantagem, segundo seus defensores, o menor custo e ser menos traumatizante para as células de gordura , caso sejam utilizadas para enxertos gordurosos. "Não há qualquer comprovação científica que aparelhos de ultra-som ou a laser possam trazer algum benefício ou melhores resultados na lipoaspiração", frisa.

 
 
As cicatrizes, de acordo com o especialista, são três ou quatro incisões imperceptíveis de no máximo 0,5 cm que variam de local conforme a região a ser aspirada. Na maioria dos casos, não há necessidade de internação hospitalar, podendo o paciente retornar ao seu domicílio no mesmo dia da cirurgia. A anestesia poderá ser local ou peridural, dependendo da área a ser tratada. É rotina o uso de modeladores ou cintas compressivas no pós-operatório que deverão ser mantidas durante um mês ou conforme a necessidade.

 
 
O médico lembra que é preciso prevenir o paciente que é normal e esperado o aparecimento de equimoses, as chamadas manchas roxas na pele que irão desaparecer completamente após dez a quinze dias da cirurgia . O período de recuperação depende do volume e do número de regiões envolvidas na lipoaspiração, mas geralmente varia de cinco a quinze dias.

 
 
"Com os avanços tecnológicos tornando não só este como outros procedimentos cirúrgicos cada vez mais seguros, homens e mulheres podem se beneficiar muito, física e psicologicamente, com a lipoescultura. O aumento da auto-estima e a relação mais prazerosa conseguem mesmo são ganhos inegáveis, tornando a relação corpo-mente mais equilibrada e proporcionando aos indivíduos uma melhor qualidade de vida", finaliza o especialista.

 
 
 
 
Copyright © 2002 Bibliomed, Inc                 18 de Abril de 2002

Crédito:Anna Beth

Autor:Bibliomed

Fonte:Bibliomed, Inc