Pessoas com desejo de se casar e constituir família sentem-se frustradas por não conseguirem levar adiante um relacionamento.
O problema parece ainda maior quando se lembram dos namoros anteriores malsucedidos, nos quais foram criados vários sonhos em castelos de areia que foram destruídos por acreditarem ter encontrado o (a) príncipe (princesa) encantado (a).
Esses traumas seguramente seriam minimizados se, durante o envolvimento, esses casais levassem mais em conta a falta de disposição do outro para acolher as exigências e as responsabilidades da vida a dois, além de outros sinais que poderiam ser um forte indício de incompatibilidade.
É engano acreditar que somente pela condição financeira estabilizada ou pela boa aparência se consiga estabelecer um namoro duradouro.
Viver bem esse tempo significa permitir que este nos ajude e nos ensine a lidar com algumas situações ainda não experimentadas, como divergências de opinião, interferências dos familiares no relacionamento, dificuldades em encontrar o equilíbrio, brigas, vícios, entre outras dificuldades que certamente surgirão durante o processo de conhecimento mútuo.
No convívio, o casal de namorados passa a ser regido conforme um princípio comum, estabelecido a partir dos valores nos quais foram educados e que irão fundamentar uma futura vida conjugal.
Da mesma maneira que formamos opiniões sobre as pessoas, estas também criam conceitos a nosso respeito.
Se num breve encontro com alguém somos capazes de fazer um julgamento, bem maiores serão as chances de elaborarmos um verdadeiro dossiê a respeito da pessoa com quem estamos convivendo nessa fase [namoro].
Muito mais que se confrontarem com ocasiões divergentes, os enamorados precisarão buscar soluções sensatas para equacionar os variados tipos de impasses.
É certo que a experiência do convívio a dois nos coloca abertos às possíveis críticas e a recíproca também é verdadeira.
Ser desaprovados a respeito de uma roupa que estamos usando, por exemplo, não nos causa tanto desconforto se comparado ao mal-estar causado ao sermos censurados pelo nosso comportamento.
Aprender a acolhê-las [críticas] e aplicá-las no nosso viver é uma das virtudes necessárias para o desenvolvimento de um bom relacionamento.
Esse novo processo, o qual muitas vezes é lento, se torna mais fácil com a ajuda do outro, quando este também deseja viver as possíveis mudanças exigidas.
Namorar alguém muito diferente de nós, não significa que o relacionamento esteja fadado ao fracasso.
Por outro lado, sabemos que, nesses casos, maiores devem ser os gestos de paciência e esforço de forma a criar novas perspectivas para as divergências nos pontos de vista, valores, ideais, entre outros.
Apenas reclamar do (a) namorado (a) – que foi sua escolha – de nada ajudará.
O ritmo da nossa vida nos impulsiona a sermos melhores a cada dia.
Não podemos ser guiados pelo próprio comodismo de continuar a ser aquilo que nos torna pouco agradáveis ou intransigentes ao outro.
Insistir na ideia de que “aquele que gosta de mim precisa me aceitar como sou” não funciona.
Fazer uma avaliação sobre o que tem sido vivido no namoro e corrigir os possíveis desvios facilita o convívio e fortalece os laços.
Pode acontecer que, nessa análise, se descubra a intolerância como uma possível causa da desarmonia no relacionamento, a qual não deve ser levada para a próxima etapa, isto é, o casamento.
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Mauro Teixeira
Fonte:Universo da Mulher