Você prepara um prato especial para o jantar. O seu companheiro fica lisonjeado e, para retribuir o gesto, vai à cozinha lavar a louça, sem reclamar. Ficção? Talvez, para grande parte das mulheres. Algumas felizardas, no entanto, vêem esse conto de fadas virar realidade. Divisão de trabalho no lar, mais rara entre pessoas que estão juntas há anos, ocorre de maneira mais natural entre os jovens.
Os atores cariocas Heitor Martinez, 33 anos, e Ana Markun, 26, por exemplo, nunca discutiram para dividir tarefas. Eles vivem juntos há mais de quatro meses. Eu preparo as refeições e ele lava a louça, diz Ana. Moramos antes com outras pessoas. Isso nos ajudou, afirma Martinez, que também se encarrega de varrer o chão. Para a socióloga e psicóloga Rosiska Oliveira, do Rio, casos como esse são cada vez mais frequentes. Isso porque as mulheres adultas de hoje sabem desde meninas que não querem cuidar sozinhas da casa.
Homens que dividem as tarefas, como Martinez, ainda são exceção. Eles se recusam a ajudar em casa com a justificativa de que o trabalho no escritório já os sobrecarrega, analisa Rosiska. De acordo com ela, a melhor forma de conduzir o homem encostado à atividade do lar é um contrato informal. Basta uma conversa sobre o assunto, antes mesmo das primeiras faxinas. A psicóloga e terapeuta de casais Aparecida Favoreto, de São Paulo, concorda: O diálogo deve acontecer quando o casal estiver procurando a casa ou planejando a mudança, diz.
A conversa não deve parar por aí. É bom lembrá-lo do combinado no dia-a-dia, emenda Aparecida. Ela aconselha que a divisão não se limite a serviços mais pesados, como a faxina geral. O acordo deve incluir tarefas menores, como tirar o lixo. Façam a arrumação ao mesmo tempo. Ver que você está lá é um incentivo para ele, acrescenta a psicóloga. Talvez assim eles compreendam a dureza que é limpar a casa ou ir ao supermercado. E entendam a importância de administrar o lar.
Crédito:Marcio Vasconcellos
Autor:Marcio Vasconcellos
Fonte:Universo da Mulher