Rio de Janeiro, 23 de Novembro de 2024

Mulheres são as que mais sofrem durante a guerra

As mulheres são as que mais sofrem durante uma guerra. O alerta é da Organização das Nações Unidas (ONU) que ressalta o sofrimento vivido por esse grupo da população nos últimos conflitos armados no mundo.

Segundo a ONU, 75% dos refugiados de guerras são mulheres e crianças, que estão entre a porção mais vulnerável da população em uma crise humanitária.

"Para as mulheres, a guerra e o conflito geram um grande terror, já que a morte e a destruição de suas casas não são suas únicas preocupações. As mulheres também sofrem torturas, abusos sexuais e em alguns casos são obrigadas a se casarem para sobreviver", afirma o Alto Comissariado da ONU para Refugiados.

Somente na Guerra da Bósnia, no início dos anos 90, a ONU estima que 50 mil mulheres foram violentadas sexualmente.

Em Ruanda, entre 250 mil e 500 mil mulheres e crianças sofreram abusos sexuais e entre as que sobreviveram, muitas estão contaminadas pelo vírus da aids.

Outra conseqüência dos conflitos armados para as mulheres é a impossibilidade de estudar, o que agrava ainda mais as condições sociais desse grupo em algumas sociedades.

Um exemplo dessa situação foi vivida por Latifa Sadat, que nasceu em Cabul em 1980 e durante toda sua vida viveu a guerra civil no Afeganistão. Na sua adolescência, seu sonho era se tornar uma jornalista, mas a subida do regime do Taleban ao poder acabou interrompendo seus estudos. "A escola foi fechada e minha mãe, expulsa do trabalho. As liberdades mais básicas, como olhar por uma janela e andar pela rua, já não existiam", afirma Latifa.

"O Afeganistão se tornou sinônimo para as maiores opressões às mulheres. Nesse país, as mulheres sobreviveram com dignidade em um dos mais repressivos regimes da história moderna", afirmou comissária de Direitos Humanos da ONU, Mary Robinson.

Outra que sofreu restrições durante um conflito armado foi Zlata Filipovic, que morava em Sarajevo durante a guerra na Bósnia. Diante da falta de possibilidade de sair de casa, Zlata decidiu escreveu um diário relatando os esforços de sua família e de seus amigos de se manter vivos. Hoje, com de 21 anos, o diário de Zlata acabou se tornando um best-seller, traduzido em 35 línguas.

 

 

Crédito:Fatima Nazareth

Autor:ONU

Fonte:ONU