Num ato de reverência a matéria-prima eleita para dar vida a suas criações, Wilson Will aderiu novamente ao processo de reciclar as sobras de madeira das tinas. As pequenas ripas que elimina para o encaixe preciso do ofurô incentivaram o arquiteto a reinventar a saboneteira, agora, com a missão de manter o sabonete seco.
Depois de algumas seqüências de possibilidades, Will concluiu o primeiro esqueleto da saboneteira. Toda em madeira, desde a base ao acabamento, este modelo já manteria o sabonete distante da água, e permitiria a limpeza entre as réguas. Mas, Will permanecia inquieto e não se convenceu apenas com esta estrutura. Entre a confecção de uma tina e outra, ia amadurecendo seu invento.
Foi explorando a linguagem construtiva das tampas de tinas, tapetes e biombos que Will desenvolveu o último modelo da saboneteira seca. Na base, o couro náutico antifúngico garante a durabilidade, e na superfície as réguas de madeira emparelhadas sustentam o sabonete distante da água. Nesta versão, a flexibilidade simplificou a limpeza, e o design ganhou um atrativo lúdico ao encaixar umas nas outras.
ESSÊNCIA E CRIATIVIDADE
Os tapetes, biombos e as tampas de tinas da Will Arte seguem o mesmo princípio construtivo, na parte superior apresentam as madeiras emparelhadas, e na inferior o couro náutico antifúngico colado com produtos de alta performance. Além de serem frutos do repertório criativo de Wilson Will, os produtos também decorrem da mesma técnica e matéria-prima. É o dinamismo no design, planejado pelo arquiteto, que difere a funcionalidade de cada artefato. A formação acadêmica da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, comprometida com a ciência da ergonomia e somada a experiência adquirida pela confecção das tinas, permitiu que Will gerasse os descendentes do casamento da madeira com o couro náutico. E tal qual uma família, cada personagem tem sua própria característica.
Crédito:Andréa Domingues
Autor:Andréa Domingues
Fonte:Universo da Mulher