Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Arrependeu-se da tatuagem?

Novas gerações de laser tranquilizam

tatuados arrependidos

 

Tecnologia atual permite remoção de tatuagem sem cicatriz e ainda é recomendada para remover pigmentos responsáveis por desencadear alergias

Remover tatuagens há seis anos era um procedimento extremamente difícil. As técnicas existentes raramente conseguiam eliminar completamente os desenhos e com frequência deixavam cicatrizes e até quelóides. Com o avanço da tecnologia em diferentes áreas da medicina, especialmente nos aparelhos de laser utilizados por dermatologistas, é possível a remoção dessas imagens de forma mais precisa e com muito menor risco de sequelas.

 

Atualmente, os equipamentos de laser emitem pulsos de luz —conhecidos como disparos— de forma tão rápida que o calor gerado pela absorção seletiva da luz pelo pigmento (tatuagens e manchas) é dissipado antes que ocorra lesão da pele. “Com a tecnologia disponível hoje, menos de 5% dos casos evoluem para cicatrizes e quando isso ocorre, normalmente, estão correlacionadas com a propensão genética da pessoa ou a inadequados cuidados pré e pós a aplicação do laser”, afirma Daniel Gontijo, dermatologista da Allora Laser, uma das maiores clínicas de laser de Minas Gerais.

 

Gontijo explica que existem vários modelos de aparelhos de laser indicados para a remoção de tatuagens, mas, como o procedimento pode ser complexo, nem todos os dermatologistas o realizam. Além disso, nem todas as clínicas disponibilizam aparelhos com maior eficácia para tatuagens coloridas. “Ainda existe muita falta de informação. A maioria das pessoas acha que não há como remover tatuagens sem deixar cicatrizes. Falta atualização até dos médicos, que desconhecem os avanços tecnológicos”, ressalta. A Allora destaca-se nesse mercado por possuir a maior rede de dermatologistas credenciados, aproximadamente 100 profissionais, e as melhores tecnologias em laser existentes.

 

De acordo com Gontijo, a remoção ainda é um processo doloroso e que custa em média quatro vezes mais do que fazer a tatuagem. “Para aumentar a tolerância do paciente, podemos aplicar anestesia em creme ou injeção, chamada de infiltração”, informa. Ele ainda esclarece que “quanto melhor a tatuagem, pior é o resultado da remoção, pois essas tatuagens são carregadas em pigmentos organometálicos, mais resistentes ao laser”.

 

As tatuagens pretas, homogêneas, foscas e com traços finos, são as mais fáceis de serem removidas. Já as amarelas, verdes, vermelhas ou com tons de pele são mais difíceis e ainda podem mudar de cor durante o processo. “Há uma variabilidade muito grande de tons e misturas, por isso, para responder à expectativa do paciente de maneira mais criteriosa, é necessária uma avaliação com o dermatologista, que pode ainda indicar e fazer testes em pequenas áreas da tatuagem”. O dermatologista informa ainda que, em alguns casos, só é possível remover a tatuagem em aproximadamente 85%.

 

De maneira geral, a indicação mínima para a remoção é de cinco sessões, uma a cada seis semanas. “O laser fragmenta os pigmentos em partículas menores que serão eliminadas pelo próprio organismo. Como a resposta é individual e variável, é necessário esse intervalo entre as sessões”, diz Gontijo.

 

Para a realização do procedimento a pele não pode estar bronzeada e os homens devem depilar as áreas com pêlos para evitar que eles também absorvam a luz do laser e sejam eliminados permanentemente provocando falhas.

 

Uma nova tecnologia pode facilitar a vida de futuros arrependidos. Uma tinta especial para tatuagem que pode ser removida com apenas três aplicações de laser está em fase de testes nos Estados Unidos.

 

Riscos da tatuagem

Sazonalidade do desenho, conflitos em relacionamentos, motivos profissionais, frustração e insatisfação com o resultado, podem acarretar algum tipo de arrependimento e a busca pela remoção da tatuagem. Além da questão emocional, as tatuagens expõem as pessoas ao risco de desenvolverem alergias e cicatrizes, bem como de contaminação por bactérias e vírus, como os transmissores de hepatite e AIDS.

 

É comum o tatuado desenvolver uma alergia aos pigmentos da tatuagem, que se desenvolve em forma de erupções ou inflamações. Nesse caso, o processo alérgico está relacionado ao pigmento e ao sistema imunológico e independe do tamanho e da quantidade do pigmento. Não há como prever a sensibilidade, pois ela só é percebida depois que a tatuagem já ganhou forma, devido à absorção da tinta. Os pigmentos verde e vermelho são os que mais acarretam essa reação. Quando o caso não se complica, o tratamento é à base de cremes com corticoide de uso local ou injetável e aplicação permanente de hidratantes específicos para restaurar a textura da pele. Cerca de 80% dos casos podem ser solucionados se o paciente colaborar e seguir corretamente o tratamento recomendado pelo dermatologista. Depois de controlada a reação inflamatória, o laser pode ser usado para remover o pigmento, interrompendo assim o estímulo alérgico.

 

Crédito:Cris Padilha

Autor:Fabíola Pimenta

Fonte:Universo da Mulher