A partir da década de 80, o brasileiro passou a ter disponível alimentos modificados em relação ao conteúdo de nutrientes. Mas será que o consumidor sabe qual a real diferença entre essas três designações?
As gôndolas dos supermercados estão cada vez mais cheias de novidades do setor alimentício. Muitos consumidores se preocupam com a qualidade dos produtos adquiridos, mas nem sempre têm certeza do que estão comprando e consumindo.
A partir da década de 80, o brasileiro passou a ter disponível alimentos modificados em relação ao conteúdo de nutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras, sódio etc.) que são, atualmente, chamados de diet, light e zero.
Mas será que o consumidor sabe qual a real diferença entre essas três designações?
O alimento diet é formulado com modificações especiais para se adequar a diferentes dietas ou indivíduos com necessidades metabólicas específicas.
Nessa categoria estão os alimentos com restrição e/ou isenção de nutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras e sódio), alimentos para controle do peso e, especificamente, alimentos para dietas de ingestão controlada de açúcares, como por exemplo, dietas para portadores de diabetes.
O termo light indica diferenças na composição de um produto em comparação a um produto tradicional.
Um alimento é considerado light quando apresenta redução mínima de 25% das calorias ou de algum nutriente em relação ao original, como por exemplo, gordura.
Alguns pães são considerados light pelo seu teor reduzido de gorduras e não, necessariamente, de calorias.
Já o zero foi o último a integrar os termos empregados em embalagens de alimentos.
O nome zero indica que o alimento apresenta restrição ou isenção de algum nutriente em comparação com a versão tradicional.
Se a isenção for de açúcares, o produto ainda deve apresentar valor calórico reduzido. Um caso de alimento zero são os refrigerantes, que são isentos de açúcar e possuem muito menos calorias em comparação ao produto original.
Apesar da objetividade das definições, na prática, comumente surgem dúvidas que dificultam a escolha do consumidor. “A portaria referente ao termo light, por exemplo, não estabelece valor máximo de restrição.
É comum existir alimentos isentos de algum nutriente ou caloria e que poderiam receber a designação de diet ou zero – com o termo light em seu rótulo”, explica a nutricionista Isabela Cardoso Pimentel do setor de Nutrição Preventiva do HCor.
Os termos zero e diet também se confundem, mas compreendendo a legislação o termo diet se refere a um alimento original e o termo zero se refere a uma versão modificada do original sem indicação específica a uma determinada doença.
“A população frequentemente confunde alimento diet com alimentos de poucas calorias, porém, não necessariamente é desta forma. Um alimento restrito em açúcar pode conter maior teor de gorduras e apresentar teor calórico igual ou maior que o original como ocorre com o chocolate diet”, salienta a nutricionista Camila Gracia, também da equipe do setor de Nutrição Preventiva do HCor.
De modo semelhante, um alimento pode ser classificado como light, mas ainda assim conter elevado teor de calorias para ser utilizado de rotina num plano alimentar para redução do peso, como acontece com o creme de leite light ou a manteiga light.
Na prática
Para se ter uma idéia, 1/3 de uma barra de chocolate ao leite de 30g contém 132 Kcal (calorias) e 7,3g de gorduras totais enquanto que a mesma quantidade de chocolate ao leite diet possui 142 Kcal e 9,9g de gorduras totais.
Neste caso, o produto diet é isento de açúcares, porém apresenta maior teor de calorias e gorduras que o original.
Não é indicado para perda de peso, somente para dietas restritas em açúcar.
No caso de refrigerantes os produtos diet, light e zero não contêm açúcar e apresentam nenhuma ou menos que 4 Kcal por 100ml.
A mudança da terminologia não implica em diferenças nutricionais significativas e a diferença entre os produtos está no tipo e quantidade de adoçantes utilizados.
Nos refrigerantes a base de cola, uma lata de 350 ml, nas versões diet, light e zero, apresenta zero Kcal (calorias) e zero grama de açúcar. Já a versão comum possui 148 Kcal e 37g de açúcar.
Compreender as diferenças nas nomenclaturas utilizadas na rotulagem dos alimentos é um direito do consumidor e mais uma ferramenta para escolhas corretas e saudáveis, mas na hora de comprar evite se impressionar com os termos em destaque.
Leia a embalagem, verifique as informações nutricionais e compare os produtos.
Principais diferenças e indicações
Diet - Isenção de açúcar e/ou proteína e/ou gorduras - Indicado para portadores de doenças metabólicas como diabetes.
Cuidado: alimentos diet podem ter valor calórico maior que aqueles que contêm açúcar. Nem sempre são úteis para perda de peso;
Light - Redução de calorias ou açúcares ou gorduras ou sódio ou outro nutriente em relação ao produto original - Indicado para pessoas que desejam reduzir o teor de açúcares, gorduras ou sal na alimentação.
Cuidado: nem todo alimento light é próprio para perda de peso. A redução calórica em certos alimentos é muito pequena;
Zero - Isenção de açúcar com redução de calorias ou isenção de nutrientes em relação ao produto original - De modo geral as indicações são semelhantes ao dos alimentos light.
Quando o alimento é zero por isenção de açúcares também pode ser consumido por portadores de diabetes.
Crédito:Lui Affonso
Autor:Italo Genovesi
Fonte:Mas será que o consumidor sabe qual a real diferença entre e