Rio de Janeiro, 28 de Março de 2024

Osteoporose x quedas na terceira idade

Osteoporose x quedas na terceira idade
 

Quando hospitalizados, os idosos que sofrem quedas permanecem internados o dobro do tempo, se comparados aos que são admitidos por outras razões, gerando custos elevados aos serviços de saúde. O tempo médio de hospitalização em decorrência de uma queda pode variar de 10 a 16 dias

As quedas na terceira idade são as principais causas de morte acidental em pessoas com mais de 65 anos. Estes eventos são potencializados pela osteoporose. A incidência de quedas é bastante variada e depende de diferentes aspectos da população estudada, tais como sexo, idade, fatores genéticos, hábitos de vida e história pessoal. “Neste sentido, o BRAZOS - The Brazilian Osteoporosis Study - realizado pela Unifesp, é o primeiro estudo epidemiológico realizado em amostragem representativa da população brasileira, visando estimar a freqüência de quedas recorrentes e identificando os principais fatores de risco associados”, diz o  reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.   

Para realizar o estudo, foram analisados peso, altura, raça, hábitos de vida, fratura prévia, quedas, dieta, atividade física e qualidade de vida de 2.420 indivíduos adultos. Segundo a pesquisa, quedas recorrentes foram referidas por 15,5% dos homens e 25,6% das mulheres. Nas mulheres, os fatores de risco associados com quedas recorrentes foram idade, fratura prévia, sedentarismo, pior qualidade de vida, diabete mellitus e uso atual de benzodiazepínicos. Nos homens, foram idade, pior qualidade de vida, consumo de bebidas alcoólicas, diabete mellitus, fratura prévia e uso atual de tranquilizantes. “Todas as informações reunidas pelos pesquisadores brasileiros demonstram a elevada prevalência de quedas recorrentes e enfatizam a necessidade de uma abordagem multidisciplinar deste problema a fim de minimizar as fraturas causadas pela osteoporose na terceira idade”, diz o reumatologista. 

Osteoporose também é assunto masculino 

Como os índices de mortalidade têm caído a cada ano e a expectativa de vida dos homens só tem aumentado, os casos de osteoporose masculina estão cada vez mais freqüentes. Isso acontece porque, em geral, os homens desenvolvem a doença depois dos 65 anos. Nas mulheres, essa preocupação vem bem mais cedo. Geralmente, elas enfrentam as conseqüências da osteoporose junto com a menopausa, por volta dos 50 anos.   

Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (INTO), ligado ao Ministério da Saúde, apontou que 19,5% dos maiores de 50 anos tinham a doença. Nos homens com mais de 80 anos, esse índice subiu para 36,4%. O trabalho foi feito em 2004 e analisou dados de 712 homens. O órgão estima que, em 2025, o número de fraturas em quadril nas mulheres chegue a 2,78 milhões e, nos homens, a 1,16 milhões. 

Por volta dos 65 anos, a doença atinge um em cada oito homens. Cerca de 17% da população masculina chega aos 80 anos já tendo sofrido alguma fratura em decorrência da doença. “Nos homens, a osteoporose está associada a moléstias como inflamações crônicas e distúrbios renais. Por isso, uma das pistas para investigar se o esqueleto masculino está perdendo massa é saber se o paciente sofre de artrite reumatóide ou de outras doenças que obriguem o homem a tomar cortisona por muito tempo”, explica Sérgio Bontempi. 

O acompanhamento médico apropriado seria o suficiente para controlar qualquer chance de desenvolver a doença, mas o maior problema é que os homens não têm esse costume. Eles não fazem exames preventivamente, como as mulheres. O exame básico para controle da osteoporose, tanto para homens, quanto para mulheres, é a densitometria óssea. “O procedimento é rápido e simples, além de conseguir detectar níveis iniciais da doença, permite quantificar a perda de massa óssea e determinar os riscos de fratura nos ossos comprometidos”, observa Bontempi.

 

Em geral, costuma-se pedir a primeira densitometria óssea quando a mulher completa 40 anos, para observação do pico de massa óssea e/ou para fazer o diagnóstico precoce da doença. O exame deve ser repetido um ano depois, para comparação de resultados. Para os homens, a recomendação é fazer a primeira desintometria, logo após completarem 65 anos.

 

CONTATO:                                                                           

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Crédito:Cris Padilha

Autor:Márcia Wirth

Fonte:Universo da Mulher