Em um estudo com 290 mulheres que nunca haviam sido infectadas pelo papilomavírus humano tipo 16, a vacina quadrivalente demonstrou eficácia contra a infecção pelo sorotipo 16 durante uma média de 8,5 anos após sua administração. O acompanhamento variou de 7,2 anos a 9,5 anos.
Em outro estudo, realizado com mulheres de 16 a 26 anos que nunca haviam sido expostas a 14 tipos comuns de HPV, a vacina quadrivalente reduziu o número de resultados anormais de exames de Papanicolaou entre 17% e 45%, dependendo da anormalidade.
A vacinação também reduziu os procedimentos de colposcopia (20%), biópsias do colo do útero (22%) e o total de cirurgias e outros tratamentos invasivos (42%). Os dois estudos foram apresentados na Conferência Internacional sobre Papilomavírus, realizada de 8 a 14 de maio, na Suécia.
"Estamos otimistas com os dados de eficácia ampliada do HPV tipo 16 contido na vacina quadrivalente contra o HPV. Estudos para avaliar a eficácia de longo prazo da vacina estão em desenvolvimento", afirmou Laura A.Koutsky, PhD da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Washington.
A médica e o centro de estudos da universidade coordenaram a extensão do estudo. A Merck Sharp & Dohme é co-autora dos dados originais e da nova análise.
A vacina quadrivalente contra o HPV (tipos 6, 11, 16 e 18) atualmente é indicada para uso em meninas e jovens adultas de 9 a 26 anos para prevenir os cânceres do colo do útero, da vulva e da vagina causados pelos HPV 16 e 18.
A vacina também previne o surgimento das verrugas genitais associadas aos HPV 6 e 11 e lesões pré-cancerosas ou displásicas causadas pelos HPVs 6, 11, 16 e 18.
Os sorotipos 16 e 18 do HPV são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Os HPV 6 e 11 estão associados a cerca de 90% das verrugas genitais e aproximadamente 10% das mudanças/lesões/diplasias de baixo grau do colo do útero.
Eficácia da Vacina Profilática contra o HPV16
Ao todo, o estudo que avaliou a eficácia da vacina quadrivalente na prevenção da infecção pelo HPV 16 acompanhou 290 mulheres.
O estudo clínico randômico, controlado com placebo, de prova de conceito demonstrou a eficácia da vacina na prevenção contra a infecção pelo HPV 16 e lesões pré-cancerosas associadas a esse sorotipo.
Durante o período de acompanhamento do estudo, nenhuma das participantes do grupo vacinado desenvolveu a infecção pelo HPV 16 ou lesões do colo do útero associadas a esse sorotipo.
No grupo que recebeu placebo, seis mulheres desenvolveram infecção pelo HPV 16 e três mulheres apresentaram lesões do colo do útero associadas ao vírus. Após a participação no estudo inicial, todas as participantes tiveram a oportunidade de receber a vacina quadrivalente contra o HPV (tipos 6, 11, 16 e 18).
Durante o estudo combinado e o período de extensão de acompanhamento, média de 8,5 anos, a eficácia da vacina quadrivalente contra a infecção pelo HPV 16 foi de 96% e contra as lesões do colo do útero foi de 100%.
No grupo que recebeu placebo, 21 mulheres desenvolveram infecção pelo HPV 16 e oito mulheres tiveram lesões do colo do útero.
Redução das anormalidades nos exames Papanicolaou
Em dois outros estudos randômicos, controlados com placebo, de eficácia da vacina quadrivalente 17.622 mulheres receberam três doses da vacina ou placebo durante seis meses.
Foram realizados exames de Papanicolaou no início do estudo e depois em intervalos de seis a 12 meses.
Uma análise da redução do uso de serviços de saúde (exames de Papanicolaou e procedimentos relacionados ao colo do útero) foi realizada em uma população de mulheres que não haviam sido expostas aos 14 tipos comuns de HPV e apresentaram resultados normais de Papanicolaou no primeiro dia.
Depois de uma média de acompanhamento de 3,6 anos, em comparação com as mulheres que receberam placebo (4.679), as mulheres que receberam a vacina quadrivalente contra o HPV (4.616) apresentaram reduções significativas nos seguintes resultados anormais de exames Papanicolaou:
* células escamosas atípicas de significância indeterminada associadas a um tipo de alto risco de HPV (redução de 17% a 22%),
* lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (redução de 17%),
* células escamosas atípicas / não excluir lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (redução de 36%) e
lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (redução de 45%).
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Patrícia Torres
Fonte:Ketchum Estratégia