Viver na mesma casa de um fumante ativo é um risco à saúde de qualquer um. Mesmo quem jamais colocou um cigarro na boca, está sujeito a inalar fumaça de derivados do tabaco, o que, além de prejudicial, não é exatamente agradável.
Segundo especialistas, o ar da residência de um fumante usual contém três vezes mais nicotina, monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do usuário após passar pelo filtro do cigarro. Vale destacar, aliás, que indivíduos que inalam fumaça por tabela são mais prejudicados, pois ela não passa por qualquer processo de filtragem. É público também que os dois componentes principais da poluição tabagística ambiental são a fumaça exalada pelo fumante (corrente primária) e a que sai da ponta do cigarro (secundária).
Não interessa quem acendeu o cigarro, o que interessa é quem inalou a fumaça, alerta o dr. Sergio Ricardo Santos, pneumologista e Presidente da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
No mundo estima-se que mais de um terço da população mundial, isto é, um bilhão e quatrocentos milhões de pessoas são fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam.
Riscos à saúde
Os fumantes passivos podem sofrer quase os mesmos males que os fumantes ativos. São doenças divididas, basicamente, em três grandes grupos: cancerígenas, cardiovasculares e respiratórias. As que mais os atingem são as respiratórias causadas pela poluição tabagística ambiental.
Um tabagista prejudica o cônjuge, os filhos e os demais moradores de sua casa ao fumar ao lado deles. Em bebês expostos à fumaça, o risco de morrer subitamente sem nenhuma causa aparente é cinco vezes maior (Síndrome da Morte Súbita Infantil); também poderão sofrer doenças pulmonares, já que os pulmões não estão totalmente formados, adverte o dr. José Eduardo Delfini Cançado, Presidente da SPPT.
Sintomas mais imediatos também atingem os fumantes passivos, como a tosse, irritação nos olhos, cefaléia, manifestações nasais, aumento de problemas alérgicos (principalmente nas vias respiratórias) e o aumento de problemas cardíacos.
Onde encontrar ajuda
Os centros públicos de tratamento do tabagismo no município de São Paulo são em sua grande maioria vinculados a universidades ou hospitais públicos. Um deles é o PrevFumo (Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do Tabagismo), da disciplina de Pneumologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Os interessados devem entrar em contato pelo telefone 5904-8046. Já no Complexo do Hospital das Clínicas existe atendimento especializado antitabagismo para pacientes que se tratam no hospital, o mesmo acontecendo no Hospital do Servidor Público Estadual e outros.
Crédito:Cris
Autor:Acontece - Chico Damaso
Fonte:Universo da Mulher