Cerca de 1,5 milhão de brasileiros sofrem com a doença, sendo a grande maioria mulheres entre 30 e 50 anos. A SAÚDE VAI MAL DAS JUNTAS Doença inflamatória de causa desconhecida e que atinge muitas mulheres pode levar a incapacidade física O que você faria se não pudesse realizar tarefas simples como amarrar o cadarço do tênis, pentear o cabelo ou abrir uma torneira? Poucas pessoas sabem, mas a artrite reumatóide doença inflamatória autoimune crônica e progressiva que destrói as juntas do corpo é mais comum do que se imagina: atinge mais de 1 milhão de brasileiros, que muitas vezes ficam impossibilitados de trabalhar e realizar atividades cotidianas. A doença, mais comum em mulheres - especialmente entre 30 e 50 anos - não pode ser evitada, mas o tratamento adequado pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e, em muitos casos, pode parar o avanço do problema. A artrite reumatóide (AR) caracteriza-se por intensa inflamação das juntas, provocada por substâncias inflamatórias, dentre elas, a interleucina 6 (IL-6) e linfócitos B, que se acumulam e destróem progressivamente a cartilagem e os ossos ao redor das juntas, causando dor, prejudicando sua função e limitando os movimentos. Além do comprometimento das articulações, ocorrem sintomas físicos, como cansaço intenso, decorrente da anemia que a doença provoca. Para os médicos, o maior problema é a demora para diagnosticar a doença, além da busca pela terapia ideal, pois a enfermidade exige tratamento contínuo. A artrite reumatóide não é hereditária nem contagiosa, mas estudos recentes mostram que a presença de alguns genes que regulam o sistema imunológico podem estar relacionados a maior suscetibilidade ao desenvolvimento do problema afirma o reumatologista Morton Scheinberg, do Hospital Albert Einstein. Os sintomas iniciais da AR são fadiga inexplicável, rigidez prolongada das juntas pela manhã, além de inchaço e vermelhidão. Esse quadro muitas vezes é confundido com o reumatismo comum, o que retarda o diagnóstico correto e o início precoce do tratamento. Apesar da artrite reumatóide não ter cura, os tratamentos para a doença estão cada vez mais avançados e já conseguem deter o avanço do mal. Artrite reumatóide - O que é? A artrite reumatóide é uma doença autoimune inflamatória crônica na qual o sistema imunológico ataca as juntas, causando inflamação e dor por destruição das cartilagens. Além disso, pode atacar a pele, os pulmões, os vasos sangüíneos e os músculos. Cerca de 60% dos pacientes com AR se tornam inaptos ao trabalho 10 anos após o início da doença. - Quem está sujeito a ter a doença? É - Sintomas e sinais No começo: inchaço, dor e rigidez nas juntas, principalmente das mãos, e fadiga. Uma característica importante é a simetria no acometimento das juntas. Num estágio mais avançado, pode acometer vasos sangüíneos, pele e pulmões. Em geral, o paciente sente como se estivesse "enferrujado" ao acordar pela manhã, podendo durar mais de uma hora. Pode afetar também tornozelos, joelhos, quadril, pescoço, ombros e cotovelos. - Diagnóstico precoce Descobrir o problema precocemente é extremamente importante para evitar que a evolução da doença e as deformações das juntas. A demora em diagnosticar corretamente, muitas vezes está associada à falta de conhecimento, até mesmo, por médicos de outras especialidades que não estão habituados a tratar a AR. O reumatologista é o especialista mais indicado para avaliar o problema. Se as dores nas juntas das mãos acompanhadas de rigidez matinal persistirem por mais de 4 semanas, deve-se procurar um médico. - Tratamento Existe uma série de medicamentos para tratar a artrite, desde anti-inflamatórios até os mais modernos remédios biológicos (feitos a partir de proteínas vivas). A grande novidade do mercado é o biológico humanizado, Tocilizumab uma substância feita com células humanas e que deve ser aprovado no Brasil entre 2008/2009. O remédio demonstrou alívio significativo nos sintomas e retardo na progressão do problema. Cerca de 30% dos pacientes tratados com o remédio conseguiram parar o avanço da doença e mais de 65% tiveram uma melhora de pelo menos 50% nos sinais da artrite. Os resultados observados com o futuro medicamento confirmam o papel crítico desta substância na artrite reumatóide e abre novas perspectivas para o controle da doença, explica Dra. Mirela Yunes, gerente médica da Roche e responsável pelo Tocilizumab.
Crédito:Cris
Autor:Larissa Saram
Fonte:Universo da Mulher