Existem variadas técnicas de se realizar a redução de estômago; sendo que as mais utilizadas se dividem entre restritivas e disabsortivas. A primeira faz com que o estômago diminua de tamanho, reduzindo sua capacidade gástrica e causando uma sensação de saciedade precoce, isto é, com ingestão menor de comida. Por outro lado, as cirurgias disabsortivas atuam diminuindo a capacidade de absorção do alimento digerido.
Indicada para pessoas consideradas obesas (com Índice de massa Corpórea igual ou superior a 40) e para aqueles que apresentam sintomas associados à obesidade, como diabetes, hipertensão, apnéia do sono e dislipidemia, a cirurgia bariátrica é apenas uma etapa de um longo tratamento.
A nutricionista Luciana Coppini, do Ganep Nutrição Humana, explica que o preparo e uma boa avaliação pré-operatória são essenciais. É importante ter consciência da necessidade do preparo psicológico, de tentar diagnosticar se o paciente é uma pessoa que não tem nenhuma alteração psicológica que pode piorar após a cirurgia, como uma compulsão.
As primeiras orientações e modificações no estilo de vida do paciente devem começar antes da cirurgia, para que ele possa se preparar e se habituar à nova rotina que será imposta com a redução.
Após o procedimento, também são necessários cuidados especiais. O cuidado com a alimentação é primordial; afinal, como o volume do estômago ficou drasticamente reduzido, o corpo precisa se adaptar ao novo tamanho e os hábitos alimentares devem redesenhados. Nos primeiros dias que seguem a operação, a dieta é bem restritiva, baseando-se em chá, sucos coados e sopas feitas apenas da água em que foram cozidos os alimentos.
Aos poucos, a dieta se transforma em alimentos sólidos. Mas até lá, passa vagarosamente pelos alimentos pastosos, brandos e sólidos muito bem picados.
Ainda há os riscos da própria cirurgia. Como em qualquer procedimento cirúrgico, pode haver um revés. Além disso, podem ocorrem complicações da própria cirurgia, mecânicas e nutricionais, explica a dra. Coppini.
As principais complicações cirúrgicas são fístulas, feridas operatórias que demoram a cicatrizar e anemia crônica.
Devido a esta complexidade de cuidados, este vagaroso procedimento pede o trabalho conjunto de diversos profissionais, antes e depois da intervenção operatória. Luciana destaca que nestes anos em que a cirurgia bariátrica foi realizada, o que mais evoluiu foi a percepção da necessidade de uma equipe multiprofissional, formada por médico cirurgião, gastroenterologista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e fonoaudiólogo. Tivemos algumas técnicas novas que surgiram, mas nada cientificamente comprovado. Mas a importância de uma equipe, dos critérios de indicação e acompanhamento, isso tudo evoluiu bastante, afirma ela.
Outra evolução destacada é a indicação da cirurgia de redução de estômago para outros fins, além de perder peso, que era a proposta inicial do procedimento. Agora, doenças como diabetes também podem ser controladas com a gastroplastia.
Crédito:cris
Autor:Chico Damaso
Fonte:Universo da Mulher