Uma consulta médica é sempre cheia de variáveis. Muitas vezes, médico e paciente são dois estranhos que terão alguns minutos para se conhecer, saber o que um espera do outro e talvez nunca mais se encontrar.
Ou, ainda, para iniciar um relacionamento longo, respeitoso e profissional.
Só vai depender de você.
Também podem surgir desentendimentos e mal entendidos.
A falta de comunicação pode gerar um erro no diagnóstico ou no tratamento e as conseqüências podem ser desastrosas. Portanto, é muito importante que médico e paciente estejam sempre bem preparados para a consulta.
Do lado do paciente, é necessário pensar em tudo o que envolve sua queixa.
Seja qual for o motivo, reúna o que estiver relacionado a ela e a você.
Leve consigo os nomes e dosagens de todos os medicamentos que toma e tomou nos últimos tempos, inclusive vitaminas ou aqueles tidos como naturais.
Os últimos exames realizados e informações sobre doenças como hipertensão ou diabetes em pessoas próximas da família, ou doenças hereditárias, mesmo em parentes um pouco mais distantes, também são relevantes.
No caso de uma queixa de sintoma específico, tente preparar um relatório de quando surgiu, como foi, como têm evoluído, e também como você tem dormido e se alimentado.
Lembre-se dos últimos passeios, viagens, produtos de higiene e limpeza utilizados em casa, tudo isso pode ser questionado conforme o andamento da consulta.
Se já tiver feito uma consulta anterior sobre o mesmo motivo, seja franco e apresente os exames e o parecer profissional.
Por fim, não minta ou omita jamais sobre o consumo de cigarro, álcool, drogas e hábitos de vida.
O médico não está ali para julgá-lo, e sim para ajudá-lo.
Qualquer uma destas informações pode mudar completamente a indicação de tratamento ou os exames para complementar o diagnóstico.
Suas dúvidas também devem ser levadas ao médico e apresentadas a ele com clareza.
No final da consulta, só saia do consultório se estiver totalmente esclarecido de tudo o que foi dito, sem nenhuma dúvida quantos aos exames ou medicamentos.
Não tenha receio de perguntar para que servem, quando e como devem ser tomados, e qual o prazo para a realização dos exames.
Você também deve saber quais os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos e, caso algo fora do esperado ocorra durante o tratamento, como proceder ou a quem recorrer.
Compreender o receituário também é necessário.
Se a letra não estiver legível, pergunte o que está escrito e copie ao lado, para não haver dúvida ao chegar à farmácia.
Também informe-se de antemão se há genérico disponível e qual o nome comercial para adquiri-lo.
Se sair da consulta com a idéia de pesquisar sobre o tema na internet, é também conveniente que pergunte ao médico quais os sites que ele recomenda.
Não use a internet para adquirir informações com o intuito de conferir o grau de atualização do profissional.
Nem sempre as informações disponíveis na internet são confiáveis.
É preciso procurar endereços de entidades médicas ou instituições reconhecidas no meio científico.
Assim, você ajuda seu médico a obter bons resultados. E todos saem ganhando.
Por Antonio Carlos Lopes
Professor Titular da Disciplina de Clínica Médica da Unifesp/EPM e Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
Crédito:Chico Damaso
Autor:Antonio Carlos Lopes
Fonte:Universo da Mulher