Rio de Janeiro, 24 de Novembro de 2024

Diabetes e Gravidez

Na gravidez, duas situações envolvendo o diabetes podem acontecer: a mulher que já tinha diabetes e engravida e o diabetes gestacional. O Diabetes Gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto. Já a diabética que fica grávida precisa se prevenir para evitar complicações na gravidez.

Diabéticas que engravidam                           

A prevenção gira sempre em torno do controle da glicemia e da programação da chegada do filho com exames necessários. É importante programar a gravidez para que a paciente esteja muito bem controlada, pelo menos nos seis meses anteriores". O controle da glicemia durante a gravidez diminui a probabilidade de a criança ter diabetes, um dos maiores temores da mãe diabética. Se a paciente descobriu a gravidez já no segundo mês, não há motivo para desespero. O medo e apreensão dificultam o controle da taxa de glicemia no sangue. A melhor saída, em todos os casos, é ter confiança, procurar um médico imediatamente e seguir à risca o tratamento.

Os antidiabéticos orais não podem ser usados e o controle da glicemia é feito com insulina, que não apresenta risco para o bebê, por não passar pela placenta. "O que passa livremente pela placenta é a glicose”. se a glicose da mãe estiver bem, o feto terá uma oferta normal. Caso esteja alta, o pâncreas do feto, tão logo comece a funcionar, por volta de 10 ou 12 semanas de vida, começará a responder a essa hiperglicemia aumentando a produção de insulina. Isso poderá acarretar para o feto a hiperinsulinemia, responsável por uma série de complicações.

Diabetes na Gestação                                      

Como nos outros tipos, a causa exata do diabetes gestacional é desconhecida. Contudo, os especialistas acham que o diabetes gestacional pode ser uma etapa do diabetes tipo 2, pelas semelhanças clínicas existentes entre ambos.

Os fatores de risco são parecidos com os do Diabetes Tipo 2: Idade acima de 35 anos; Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual; Deposição central excessiva de gordura corporal (gordura em excesso no tronco); História familiar de diabetes em parentes de 1o grau; Crescimento fetal excessivo, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual; Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia (peso excessivo do bebê) ou de diabetes gestacional.

Hormônios                                              

No período da gravidez, a placenta (órgão responsável pela nutrição do feto) produz algumas substâncias (hormônios) em grande quantidade. Embora imprescindíveis para o desenvolvimento do bebê, os hormônios criam resistência (dificuldade) à ação da insulina no organismo materno. Todas as mulheres grávidas têm algum grau de resistência insulínica, mas as mulheres com diabetes gestacional apresentam uma resistência mais exagerada. O diabetes gestacional costuma aparecer por volta da vigésima quarta semana de gravidez, exatamente quando a placenta começa a produzir grandes quantidades de hormônios. Por isso  o rastreamento para o diabetes gestacional ocorre nesse período.

Genética                                                   

Acredita-se que  os genes do diabetes gestacional e do diabetes tipo 2 são semelhantes. Em ambos, o que ocorre não é a deficiência acentuada na  produção da insulina, mas uma resistência à ação dessa substância. Além disso, o diabetes gestacional aumenta as chances de a mulher desenvolver o diabetes tipo 2 no futuro. Os médicos acreditam que algumas mulheres com  níveis glicêmicos mais elevados no início da gravidez (primeiro trimestre)  provavelmente já estavam com  diabetes antes do início da gravidez. Por esse motivo, e pela semelhança que o diabetes gestacional apresenta com o diabetes tipo 2, todas as mulheres que tiveram diabetes são orientadas a fazer a reavaliação das taxas de glicose após o parto.

Tratamento                                                         

De uma maneira geral, a indicação do tratamento inclui desde elevações mais leves das taxas de glicose até o diabetes franco, como diagnosticado fora da gravidez. O tratamento do diabetes gestacional tem por objetivo diminuir a taxa de macrossomia (peso elevado do bebê ao nascer), evitar a queda do açúcar ao nascer (hipoglicemia) do bebê e diminuir a taxa de cesareana. O diabetes gestacional é inicialmente tratado com planejamento alimentar saudável e exercícios físicos leves. Caso essas medidas não surtam os efeitos esperados, será indicado o tratamento com insulina.

Exames                                                                

O controle do tratamento do diabetes gestacional é feito com a monitorização da glicose. Isso pode ser feito em laboratório com a retirada de sangue ou em casa, com as tiras reagentes e glicosímetro. Recomenda-se que as mulheres em uso de insulina façam o controle das taxas de glicose com maior freqüência, para ajuste do tratamento. Nas mulheres que usam insulina, pode ser necessário examinar o sangue com freqüência, talvez quatro ou mais vezes por dia. Por fim, que a mulher que apresenta diabetes gestacional precisa ser reavaliada após 2 meses do parto com um exame das taxas de glicose.  

Apesar de o diabetes gestacional ser considerado uma situação de gravidez de alto risco, os cuidados médicos freqüentes e os cuidados tomados pela pessoa que o apresenta possibilitam que a gestação corra tranqüila e que os bebês nasçam no momento adequado e em boas condições de saúde.


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Crédito:Cris Padilha

Autor:

Fonte:Aline B - Press Comunicação