O câncer é hoje uma das doenças mais temidas pela população mundial. São mais de 200 tipos de cânceres, transformações malignas nos tecidos e órgãos do corpo, caracterizadas pela multiplicação de células defeituosas que invadem e destroem as células normais. Os fatores causadores do problema podem ser externos ou internos ao organismo e estão ligados diretamente ao cotidiano de cada ser humano.
A maioria dos casos de câncer (80% a 90%) é causada por fatores externos e estão relacionadas ao meio ambiente, estilo de vida e hábitos (tabagismo, hábitos alimentares e sexuais, alcoolismo, fatores ocupacionais e radiação solar) próprios de um ambiente social e cultural. Estes aspectos mesclados ou de forma individual podem determinar inúmeros tipos de anomalias. Já as causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas e estão ligadas à capacidade do organismo de se defender dos ataques externos.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), serão registrados no Brasil, 460 mil novos casos durante o ano de 2008. Entre os homens, o caso com maior incidência, assim como nos últimos anos, continua sendo o de câncer de próstata, que atingirá aproximadamente 50 mil brasileiros, com uma média que chega a 52 novos casos a cada 100 mil homens. Pulmão, estômago, reto e esôfago também aparecem com freqüência nos números masculinos. Entre as anomalias femininas, o câncer de mama será o mais freqüente e deverá atingir 49 mil mulheres. Na seqüência aparece o câncer do colo de útero e o de pulmão.
Mesmo com o número elevado de casos no país, também existem motivos de esperança ao se analisar o câncer nos próximos anos. Pesquisas elaboradas pela Universidade do Texas, revelam que em aproximadamente 15 anos, o câncer será uma doença administrável, podendo ser detectada cedo e tratada de uma forma mais efetiva, assim como a hipertensão e a diabetes.
Enquanto a cura definitiva não é descoberta, inúmeras técnicas vêm sendo utilizadas e desenvolvidas para o tratamento da doença e dos efeitos colaterais provocados por ela. Nos países ocidentais, os tratamentos mais comuns utilizados no combate das anomalias, consistem em radiação, cirurgia e quimioterapia. Apesar de alcançarem bons resultados, os tratamentos tradicionais têm efeitos colaterais muito acentuados, gerando muitos incômodos e sofrimento. Para diminuir os efeitos negativos do câncer, as terapias alternativas vêm ganhando força, complementando os trabalhos desenvolvidos pela medicina tradicional. Entre os tratamentos alternativos, destacam-se a acupuntura e o yoga, métodos muito praticados na medicina oriental.
A acupuntura é uma técnica de tratamento chinesa, que consiste no estímulo de pontos determinados da superfície da pele e visa à recuperação global da saúde. Recentemente, o Instituto Nacional de Saúde, dos Estados Unidos, recomendou o uso da técnica como terapia útil para aliviar diversos males do câncer, reconhecendo os grandes benefícios que ela proporciona como tratamento complementar aos efeitos colaterais causados principalmente pela quimioterapia. "A técnica pode melhorar a qualidade de vida do paciente. Atua reduzindo ou eliminando a insônia, ansiedade, fadiga, suores noturnos, enjôos, depressão leve à moderada e dores", explica a acupunturista Thais Pamplona.
Há mais de dez anos a acupuntura vem sendo utilizada no Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, como tratamento da clínica de dor do hospital, já que aproximadamente 60% dos pacientes sofrem com as dores. "A acupuntura tradicional ajuda muito na diminuição da dor, inibindo sintomas como náuseas e vômitos e outros sintomas dos efeitos colaterais da quimioterapia", explica Thais. No pós-operatório, a acupuntura permite a redução das dores e a diminuição da medicação analgésica. "Com a redução de remédios e melhora dos sintomas, certamente haverá aumento do apetite, tão importante para melhorar a qualidade de vida", finaliza a especialista.
Assim como a acupuntura, o yoga também vem sendo utilizado como técnica complementar aos tratamentos tradicionais e tem apresentado resultados significativos, colaborando para o aumento da qualidade de vida e maior força emocional dos pacientes.
O yoga é uma técnica milenar desenvolvida inicialmente na Índia e que colabora diretamente para a maior flexibilidade e fortalecimento do corpo humano , aumentando a vitalidade e administrando o estresse. De acordo com estudos realizados pelos cientistas da Escola de Medicina Albert Einstein, de Nova York, o yoga colabora diretamente para a diminuição dos efeitos do câncer, principalmente ao se tratar dos casos de câncer de mama em mulheres, diminuindo as dores geradas pelo problema e contribuindo para que as pacientes se sintam menos cansadas e que tenham um sono mais tranquilo. "O Yoga ajuda a melhorar a qualidade de vida do paciente durante a doença ou tratamento. O Yoga Restaurativo, por exemplo, cria padrões de respostas fisiológicas que são benéficas à saúde e redução do stress. Como é uma prática feita com suportes como cobertores, fitas e blocos, além da atenção total do professor, pacientes em qualquer estagio da doença ou do tratamento podem fazer. Esta prática traz ótimos benefícios para o aluno, desde a redução do stress, aumento de energia, um sono mais tranqüilo e reparador e melhora na dor", explica a bióloga e professora de yoga Daniela Reis, proprietária do Gaya Yoga Spa. A pesquisa da Escola de Medicina Albert Einstein concluiu que o yoga traz grandes benefícios durante o tratamento, atingindo avanços físicos, de composição corporal e de auto estima. Além disso, o estudo determinou que o exercício ajuda a completar o tratamento da quimioterapia, possivelmente devido ao aumento do nível de glóbulos brancos no sangue. "O yoga faz muito bem para os pacientes, tanto no ponto de vista físico como emocional. Além dos avanços nos aspectos físicos, a meditação envolvida no processo do yoga se torna essencial para o processo de aumento de consciência, esperança e auto-percepção. Na meditação podemos criar padrões mentais positivos para a cura e recuperação da doença, e através de exercícios de visualização e respiração consciente o paciente desenvolve um maior senso de bem estar, tranqüilidade, esperança, energia e disposição", completa Daniela.
Crédito:Cris Padilha
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Fonte:Eduardo Betinardi