Não há nada iminente. Mas a pessoa parece esperar por algo que irá acontecer... Nenhum resultado a ser conhecido nos próximos dias. Mas a pessoa não se contém, como se existisse a possibilidade de acontecer diversas coisas importantes... O dia-a-dia imprime um sentido de espera, de agitação interior, de grande expectativa.
A tradução desse estado de coisas?
A queixa comum a todos os que sofrem com estes sintomas?
Ansiedade.
Sensação de faltar fatos, sobrar tempo, de grande vazio. Segue-se uma inquietude, a sensação de falta de alguma coisa e a vulnerabilidade no estado de controle psíquico, tornando claro que Freud estava certo quando propôs a existência daquela parte do psiquismo que escapa ao nosso controle e influencia o nosso comportamento.
Vivemos numa era de ansiosos. A mãe que traz a criança ao consultório já traduz o filho como ansioso.
O adolescente se declara ansioso. O adulto de todas as idades não foge à regra. São ansiosos confessos.
A queixa de ansiedade faz parte da maioria das queixas de nossos pacientes com sobrepeso ou obesidade.
“São pacientes, em sua maioria, com baixa auto-estima, muito preocupados com o peso corporal, têm sobrepeso ou obesidade iniciados em idade mais precoce do que os obesos sem ansiedade e história de vários tratamentos para emagrecer, a maioria deles sem sucesso”, afirma a endocrinologista e nutróloga Ellen Simone Paiva, diretora-clínica do CITEN, Centro Integrado de Terapia Nutricional.
O que é a Síndrome do Comer Compulsivo?
A depressão também acompanha os pacientes que apresentam a Síndrome do Comer Compulsivo, embora menos freqüentemente. “À medida em que procuramos entender a relação entre a obesidade e uma série de transtornos psiquiátricos, podemos constatar que um número muito grande de obesos preenche os critérios diagnósticos de algum dos transtornos alimentares. E dentre estes, a Síndrome do Comer Compulsivo talvez seja o mais freqüente transtorno apresentado, podendo ser esporádico ou periódico”, explica a médica.
Episódios compulsivos da Síndrome do Comer Compulsivo podem fazer parte da vida da maioria das pessoas, mas quando se tornam freqüentes, eles podem comprometer o peso corporal, a saúde física e mental, o convívio familiar e social e até a vida financeira das pessoas, que passam a gastar com a alimentação, uma quantia muito além de suas possibilidades.
Os episódios compulsivos não são simplesmente comer muito em pequeno espaço de tempo. Há algo muito característico nesses casos: a impossibilidade de se conter e a perda do controle sobre a alimentação. “Muitas vezes, o paciente come tudo aquilo que ele encontra na geladeira ou na despensa. Come a fruta, o iogurte, a bolacha, um resto de suco, arroz frio, leite, chocolate e vai comendo... Gostando ou não do que ele encontra. Muitos pacientes comem até a exaustão e a dor física”, diz Ellen Paiva.
Depois, surge a culpa, a tristeza, a vergonha, a decepção por não ter conseguido se conter. “O que distingue esses pacientes dos que apresentam bulimia é que esses param neste ponto. Os bulímicos realizam uma variedade de atitudes compensatórias como o vômito auto-induzido, o uso de drogas laxantes, diuréticas, hormônios tireoideanos, anfetaminas, praticam exercícios físicos excessivos ou fazem dietas drásticas que chegam ao jejum”, explica a endocrinologista.
Alimento não é recompensa
As relações entre alimentação e afeto são abordadas pela maioria dos psicanalistas, que procuram relacionar o ato de alimentar uma criança com o desencadeamento de sensações de prazer, conforto, proteção e aconchego. Fortalecendo-se o elo entre alimento e sentimento. “Os bebês não choram apenas por fome e se forem atendidos sempre com a oferta de alimentos para acalmar o seu desconforto emocional poderão construir relações negativas ou equivocadas entre alimentação e afeto”, alerta a médica. E esse padrão tende a se perpetuar na infância e na vida adulta, gerando adultos que costumam “se presentear e se acalmar” com alimentos. E o fazem de maneira compulsiva.
“Há outros fatores envolvidos na etiologia dos transtornos alimentares e não sabemos se comemos por estarmos ansiosos ou se comer compulsivamente vai nos deixando ansiosos. Mas não há dúvidas, as duas coisas geralmente andam juntas”, diz a diretora-clínica do CITEN. A terapia cognitivo-comportamental, a psicanálise e os medicamentos antidepressivos são eficazes, pelo menos a curto prazo, para melhorar os sintomas da Síndrome. “O paciente deve ser tratado com nuances individuais e com abordagem multidisciplinar, além da importante participação da família em todo o processo de recuperação”, afirma Ellen Paiva.
CITEN
O CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional – é uma clínica voltada à terapia nutricional de doenças crônicas em nível ambulatorial. Está apto a atender adultos e crianças, pois conta com equipe multidisciplinar altamente qualificada composta por médicos, nutricionistas, psicólogos e psicanalistas, devidamente credenciados junto às sociedades e instituições de classe nacionais e internacionais. Os cuidados com o contínuo desenvolvimento tecnológico – sejam em termos de tratamentos médicos como de equipamentos e de recursos instrumentais e medicamentosos – também merecem destaque no CITEN.
SERVIÇO:
CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional
Endereço: Rua Vergueiro, 2564.
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Atendimento: De segunda a sexta.
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Crédito:Fatima Nazareth
Autor:Márcia Wirth
Fonte:CITEN