Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Varizes. O que fazer?

Varizes, microvarizes, vasos ou telangiectasias...  As conhecidas aranhas venosas, avermelhadas ou roxinhas, exercem efeitos antiestéticos principalmente nas pernas.  Elas atordoam a todos e já eram evidentes na época de Hipócrates, onde nas esculturas as veias dilatadas eram realçadas. Para se ter uma idéia, a incidência estatística é incomensurável e ao longo dos anos várias formas e técnicas foram modificadas.
 

“A escleroterapia consiste na introdução de substâncias químicas no interior de veias, com a finalidade de produzir a sua oclusão, como é dito vulgarmente pelo leigo “secar” as veias. A principal preocupação dos angiologistas e cirurgiões vasculares é a técnica a ser adotada, bem como a indicação clínica do tratamento”, explica o membro titular emérito da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Antonio Joaquim Monteiro da Silva, que também é criador e chefe do Serviço de Doenças Vasculares do Hospital Central do Exército e do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Egas Moniz da Obra Portuguesa de Assistência.

 

O especialista salienta que os portadores dessas microvarizes não devem se levar pelos chamados “tratamentos milagrosos” exercidos por profissionais não qualificados, muitas vezes fazendo a escleroterapia em veias dilatadas. “Isso pode gerar complicações nos locais das veias ou até a nível geral no corpo”, explica o angiologista e cirurgião vascular Antonio Monteiro.

 

As varizes ocorrem mais na idade adulta e é tida principalmente nas mulheres. As chamadas primárias ou essenciais existem por diversos fatores, como hereditariedade, inicio da menstruação, gestação, hormônios, tipo de trabalho, obesidade até alterações ortopédicas como o “pé chato”. Já as varizes secundárias, como a denominação indica, são decorrentes de outras patologias pré-existentes e que causam dilatações venosas, como as flebites, tromboses venosas, angiodisplasias, entre outras.

 

De acordo com o especialista Antonio Monteiro, é importante que o angiologista ou cirurgião vascular avalie criteriosamente se o paciente deverá se submeter a uma escleroterapia, em caso de microvarizes, ou deverá ser tratado com cirurgia, para os casos de ‘veias grossas ou dilatadas’. Para isso, vale perguntar se o médico tem título de especialista ou se é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. As cirurgias a laser, por exemplo, ainda não tiveram aprovação do Conselho Cientifico da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

 

Dicas para amenizar os incômodos com as varizes:

 

  • Não permanecer em ociosidade.
  • Procurar sempre que possível movimentar as pernas. Caminhar.
  • Não manter as pernas pêndulas, isto é, ao ficar sentado, procurar deixar os membros inferiores com certa elevação e fazer movimentos de flexão nos pés para contrair a musculatura da panturrilha, a “barriga da perna”.
  • Colocar na cama uma elevação nos pés do móvel com mais ou menos 10 cm, através de calços de madeira, livros, tijolos, entre outros. Recomenda-se não utilizar almofadões ou travesseiros debaixo dos pés ou pernas quando deitado no repouso, já que esta forma cria uma tensão nociva à circulação de retorno nos portadores de varizes.
  • O calçado deverá ser com um pequeno salto. Para a mulher, usar um salto no calçado com mais ou menos 4 cm. Jamais utilizar calçado raso, sem salto. Para o homem é o sapato convencional, com um pequeno salto. A sola, em ambos os casos, deverá ser maleável ou flexível, e não deve ser dura, de plataforma grossa e sem flexibilidade, como os tamancos.

 

Crédito:Fatima Nazareth

Autor:Mercia Ribeiro

Fonte:Ricardo Machado Comunicação