Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Hiperidrose

Hiperidrose
Aproximadamente 1% da população mundial e mais de 2 milhões de brasileiros convivem com o suor excessivo, problema que afeta diretamente a qualidade de vida dos pacientes e causa sérios constrangimentos. Contudo, a cirurgia se aprimora a cada ano e, agora está menos agressiva e praticamente sem o “efeito colateral” da sudorese compensatória
 
 
 
Caracterizada pelo suor excessivo nas mãos, axilas, pés ou cabeça, a hiperidrose localizada é um distúrbio que afeta intensamente a qualidade de vida dos portadores da doença. Em muitos casos, o constrangimento provocado é tão grande, que resulta no isolamento social destes pacientes, podendo inclusive desencadear crises de depressão, entre outros problemas associados. No entanto, nos últimos anos, a Medicina vem aprimorando a técnica cirúrgica para o tratamento do problema e, com isso, obtendo resultados cada vez mais eficazes, mais simples menos agressivos e, sobretudo, com índices cada vez menores em termos de complicações. Dentre os principais benefícios conquistados recentemente, está o acesso que atualmente é realizado com um corte apenas, de pouco mais de um centímetro em cada axila, eliminando assim a incisão adicional abaixo da mama, além da redução significativa do principal efeito colateral manifestado em alguns casos, o da sudorese compensatória, ou seja o aumento do suor em outra parte do corpo. 
 
 
Denominada de simpatectomia torácica, a cirurgia é considerada hoje como o recurso mais eficaz para o tratamento da hiperidrose localizada, sobretudo nas mãos, axilas e craniofacial (cabeça e face). “Trata-se de um recurso muito simples, pouco invasivo, seguro e com resultado imediato. O paciente já acorda da cirurgia com as mãos secas. O procedimento, além de muito rápido, dura em torno de 30 minutos, é bastante simples, por meio de videotorocoscopia”, conta  o cirurgião Ricardo Beyruti, um dos coordenadores de equipe do Serviço de Cirurgia do Tórax do Hospital e Maternidade São Luiz.. 
 
Uma das principais novidades neste procedimento é a redução das complicações, pois até pouco tempo atrás, o maior inconveniente da cirurgia era a sudorese compensatória, que ocorria em outra parte do corpo. Ou seja, o paciente se operava para corrigir o problema de sudorese excessiva nas mãos e axilas, por exemplo, e podia apresentar como ‘sequela’, a sudorese compensatória, nas costas ou em outras partes do corpo, em quase 60% das vezes. Atualmente, obteve-se grande redução deste problema, atingindo sucesso absoluto em mais de 95% dos casos. O que possibilita melhor resultado hoje em dia, é que a ressecção ou a remoção do gânglio nervoso pode ser realizada em menor escala e de forma mais dirigida. “No passado, eram ressacados mais gânglios e o índice de complicação era bem maior. Hoje, há uma técnica que permite ressecar menor porção, menor segmento do nervo, o que reduz sensivelmente o efeito colateral”, esclarece Ricardo Beyruti,.
 
 
A técnica cirúrgica
 
 
Segundo o especialista, o método consiste em introduzir na cavidade torácica instrumentos endoscópicos, por meio de apenas um orifício de cerca de um centímetro de diâmetro na axila, o que minimiza o inconveniente de cicatrizes. “Uma ótica endoscópica acoplada a uma microcâmera amplia a imagem das estruturas que serão trabalhadas. Desta forma, temos mais nitidez e precisão, o que facilita e torna bastante segura a cauterização ou remoção dos nervos. Por este orifício também se introduz o bisturi elétrico ou instrumentos cirúrgicos necessários para a ressecção dos gânglios específicos”, explica. 
 
Embora a cirurgia seja de pouco risco e minimamente invasiva, a simpatectomia não é indicada para pacientes submetidos a cirurgias torácicas anteriores, com idade avançada, com obesidade, que apresentam problemas cardiopulmonares, infecções, alterações da coagulação do sangue ou outras situações médicas, que devem ser corrigidas. A cirurgia também não é considerada adequada para os casos de sudorese excessiva por todo o corpo, nem tampouco para sudorese nos pés. Contudo, vale ressaltar, que a mesma pode ser realizada a partir da adolescência.
 
Já a recuperação do paciente é um fator que evoluiu muito, sobretudo se compararmos à técnica convencional, que antecedeu os primeiros métodos minimamente invasivos, na qual o paciente era submetido à cirurgia aberta de tórax, muito mais agressiva, demorada e com recuperação mais lenta. “Hoje, com a nova técnica, a recuperação é muito mais rápida, é fabulosa. O paciente recebe alta no mesmo dia”, assegura Beyruti. 
 
 
A doença
 
A hiperidrose é uma desordem do Sistema Nervoso Simpâtico, cujos efeitos causam constrangimento, levando o indivíduo a uma situação de fobia social – que pode ter conseqüências muito graves na qualidade de vida e no relacionamento pessoal, frente a diferentes estímulos tais como o estresse, emoções, exercícios, etc. Caracteriza-se, fundamentalmente, pelo excesso de suor involuntário, em certas regiões do corpo.
 
O Sistema Nervoso Simpâtico é responsável, dentre várias funções, pela termoregulação do organismo e por meio de estímulos sobre as glândulas sudoríparas, provoca o aparecimento do suor (sudorese). Já a hiperidrose generalizada normalmente está relacionada a causas metabólicas.
 
 
 
 
 
 
                                                                       

Crédito:Elis Forgerini e Andréa Moraes

Autor:Elis Forgerini e Andréa Moraes

Fonte:Ketchum Estrategia Assessoria de Comunicação