Rio de Janeiro, 19 de Abril de 2024

A mulher do Século XXI: o preço do sucesso

Especialistas decifram os principais problemas enfrentados pelas mulheres que se dedicam exaustivamente ao trabalho e dão dicas especiais para que elas superem os obstáculos e levem uma vida saudável
 
Cada vez mais atuantes e ocupando cargos importantes no mercado de trabalho, as mulheres provocaram uma mudança radical no perfil dos mais variados segmentos profissionais.
 
Paralelamente às alterações, elas começaram a sofrer, de forma mais acentuada, com diversos problemas relacionados ao estresse e à rotina cansativa de trabalho.
 
De acordo com o ginecologista da Paraná Clínicas, André de Paula Branco, é muito comum dizermos que as mulheres trabalham tanto quanto os homens, porém, esta não é uma verdade completa.
 
“Além de enfrentarem jornadas de trabalho tão longas e cansativas quanto à dos homens, as mulheres somam outras funções que, na maioria das vezes, os homens não exercem, como, por exemplo, às tarefas de gerência e organização do lar e cuidados maternais. Embora a participação masculina esteja sendo cada vez mais ativa nesse contexto, a mulher é ainda a grande ‘escolhida’ para essas incumbências”, explica.
 
Para o especialista, essa soma de atividades acaba colocando as mulheres em um grupo de risco para os mais variados problemas de saúde.
 
“O excesso de trabalho acarreta em distúrbios de ordens psicológicas e orgânicas, entre eles podemos citar os problemas hormonais, cardiovasculares, articulares, dermatológicos, ginecológicos e psicológicos”.
 
Além disso, ele conta que o profissional ginecologista se tornou um grande confidente das mulheres, uma vez que são os distúrbios ginecológicos que denotam, inicialmente, o desequilíbrio orgânico causado por esta rotina.
 
“Em princípio as mulheres não conseguem ou não querem relacionar suas queixas com o excesso de trabalho, porém, frequentemente procuram atendimento com queixas de fadiga, dores pelo corpo, nervosismo, depressão, falta de paciência, insônia, tristeza, choro fácil, diminuição ou ausência de desejo sexual, palpitações e alterações intestinais e urinárias”.
 
Como se não bastassem os distúrbios gerados pelo excesso de atividades, as mulheres convivem, também, com etapas distintas de seu desenvolvimento psico-orgânico e com alguns complicadores originados durante estes períodos.
 
“No período menstrual, as mulheres sofrem, por exemplo, com as cólicas, retenções de líquido, alterações do fluxo de sangue e irritabilidade. Durante a gestação, elas enfrentam uma sobrecarga emocional e não toleram atividades muito cansativas ou muito estressantes. Já na menopausa, as mulheres sofrem com ‘ondas’ de calor, instabilidade das emoções, dores pelo corpo e incapacidade de repor suas energias com um sono de boa qualidade”, relata.
 
O balanço da vida saudável
 
Para Patrícia Olivo Poiani, psicóloga da Paraná Clínicas Planos de Saúde Empresariais, especialista em terapia cognitivo comportamental, as mulheres que buscam o sucesso profissional, assumindo mais responsabilidades fora de casa, têm por objetivo conquistar o reconhecimento e valorização pessoal, muitas vezes não encontrada no ambiente familiar.
 
Apesar destes ideais, a especialista explica que o excesso de trabalho não interfere, necessariamente, no relacionamento familiar.
 
“A mulher com mais responsabilidades desenvolve melhor sua habilidade pessoal de desempenhar com sucesso as tarefas e resoluções de conflitos, tornando importante a qualidade do tempo acompanhada pela família e não apenas a quantidade”.
 
Desta maneira, o excesso de atividades acaba interferindo diretamente para que as mulheres não supram suas necessidades pessoais, acarretando, em muitos casos, na diminuição da autoestima.
 
“O tempo que a mulher dedica para cuidar de si mesma interfere positivamente em sua qualidade de vida e no desempenho das atividades exercidas. É lógico que o trabalho e a família são extremamente importantes, mas as mulheres devem arrumar um tempinho, por exemplo, para as atividades de lazer, atividades físicas e cuidados com a aparência”, explica a psicóloga.
 
Assim como a Dra. Patrícia, o ginecologista André de Paula Branco, da Paraná Clínicas, acredita que a “fórmula mágica” para que as mulheres levem uma vida tranquila e sem sustos deve passar irrestritamente pelo respeito a si mesma e, principalmente, pela conscientização de sua família quanto ao importante papel da mulher na sociedade.
 
“As mulheres devem sim continuar desempenhando suas funções no mercado de trabalho, como fazem cada vez mais e melhor, porém, não devem desrespeitar um organismo tão delicado como é o corpo feminino. Trabalho sem exageros, divisão das tarefas do lar, tempo para o lazer, atividade física e um acompanhamento ginecológico levado a sério diminui os riscos de qualquer problema de saúde”, finaliza.
 
Dicas dos especialistas para que as mulheres tenham uma vida saudável:
 
- Mesmo com o ritmo de trabalho acelerado, não deixe de lado uma boa alimentação;
 
- Consuma alimentos nutritivos e balanceados;
 
- Controle o consumo de alimentos supersaturados, como carboidratos e gorduras, pois eles só aceleram o desgaste orgânico;
 
- A mulher que não se alimentam direito tem mais chances de sofrer com doenças como anemia; dislipidemias; diabetes e hipertensão arterial; distúrbios menstruais; e desordens cardíacas;
 
- Pratique atividades físicas;
 
- Viva feliz ao lado de sua família e compartilhe seu sucesso profissional com todos.  
 
 
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Alexandre Tsuneta

Fonte:Universo da Mulher