Segundo estudo da USP, o trabalho é mais importante na visão das mulheres do que na dos homens.
O resultado da pesquisa seria muito diferente há 30 anos, quando elas ainda não estavam tão inseridas no mercado de trabalho
As brasileiras são mais preocupadas com o trabalho do que os homens
É o que diz um estudo da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo que teve como objetivo investigar os fatores que influenciam e conferem sentido ao trabalho para funcionários públicos e privados.
O autor da pesquisa, Sérgio Hideo Kubo, entrevistou mais de 300 pessoas, em sua maioria da cidade de São Paulo, com formação superior e entre 25 e 60 anos.
O questionário que Kubo passou aos entrevistados continha três áreas centrais: o grau de importância do trabalho dentro do contexto das diversas áreas da vida das pessoas, como família, lazer, religião e vida comunitária; a importância das normas sociais, tanto como fornecedora de condições como cobradora de atitudes, e os objetivos e resultados que a pessoa espera da vida profissional (renda, status, contatos, aprendizado, autonomia etc).
A partir das respostas, o pesquisador pode relacionar a valorização do trabalho por gênero, religião e estado civil.
Entre aqueles que colocam a vida profissional numa posição mais favorecida estão as mulheres, os solteiros e os com formação escolar mais alta.
De acordo com Kubo, as mulheres passaram a dar mais importância para o trabalho porque há 30 anos elas não estavam inseridas no mercado nem tinham tantas oportunidades quanto hoje.
A origem das empresas, se do setor privado ou público, também interferiu nas respostas.
No público, os funcionários valorizam mais aprender coisas novas, ter autonomia e contatos interessantes.
Eles colocam o trabalho como segundo lugar (29%), depois da família (55%), mas antes do lazer (12%), religião (3%) e comunidade (1%).
Ainda no setor público, os trabalhadores procuram no trabalho algum sentido para a vida.
Por outro lado, os trabalhadores do setor privado valorizam o espaço físico, o relacionamento dentro da empresa, que o trabalho seja motivante e um bom salário.
Aqui, as pessoas seguem a mesma ordem de valorização do trabalho em relação aos demais coeficientes da vida, mas com outras porcentagens: 53% (família), 21% (trabalho), 19% (lazer), 5% (religião) e 2% (comunidade).
As pessoas do setor privado levam em conta mais seus objetivos e resultados do que encontrar alguma filosofia de vida, como no público.
Quem anda satisfeito com a própria vida costuma dar mais importância às normas sociais e ao trabalho como um todo.
Já as menos satisfeitas valorizam os objetivos do trabalho.
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Redação
Fonte:Universo da Mulher