Mulheres na indústria: veja como é o cenário
Hoje as mulheres na indústria representam um pouco mais de 40% da força de trabalho no mundo. Esse número é bem promissor se comparado com algumas estatísticas dos séculos passados, onde a mulher nem podia trabalhar, quem dirá numa indústria.
A evolução da mulher no mercado de trabalho foi marcada por momentos de luta, e ainda hoje, apesar dos avanços, elas esbarram em muitas questões sexistas nos ambientes corporativos.
Pois para muitos é difícil pensar que uma mulher possa trabalhar na automação industrial ou qualquer outro trabalho que exija força, afinal a mulher é o “sexo frágil” e esse esteriotipo perpetua por anos no imaginário de todos.
Mas é importante lembrar que, apesar de um longo caminho de lutas, muitas conquistas foram alcançadas nos últimos anos.
Isso mostra um caminho bem esperançoso para que ocorra uma revolução no mercado de trabalho e as questões de gênero não sejam um problema no mercado de trabalho.
Em pleno século 21 ainda presenciamos muitos casos de assédio no trabalho, desvalorização do salário, entre tantas questões que precisam ser resolvidas.
Breve história da mulher no mercado de trabalho
A Revolução Industrial, que ocorreu no século 17, foi um período muito importante para as mulheres, pois foi nesse momento da história que elas entraram no mercado de trabalho das fábricas, como em uma empresa de montagem mecânica industrial e outras do segmento.
Esse momento histórico transformou a economia agrária e artesanal em economia industrial, com isso os papéis sociais entre homens, mulheres e crianças são redefinidos, pois as fábricas precisam do maior número de pessoas operando suas máquinas.
Assim nasceu o ambiente de trabalho, agora as pessoas que antes trabalhavam nos campos podiam ganhar um salário, e assim começou a segmentação onde homens, mulheres e crianças recebem funções de acordo com seus papéis necessários.
As mulheres são inseridas nesse mercado, pois as fábricas precisam de mão de obra barata. Com elas entram de forma definitiva na cadeia produtiva, exercendo funções junto às crianças e homens.
É um período bem conturbado da história referente ao trabalho, mas é graças a isso que muita coisa surge nos anos seguintes.
É importante lembrar que antes de trabalhar nas fábricas, essas mulheres já trabalhavam no campo, com mão de obra pesada, não eram mulheres frágeis como se deve pensar.
Nesse cenário temos pela primeira vez um grande número de mulheres que começam a trabalhar fora de casa, com isso elas garantem sua independência e autonomia. A partir dessas questões sociais elas conseguem criar um maior senso crítico das coisas.
Pois nessa época elas cumpriam jornadas de trabalho absurdas de até 17 horas, sem contar as condições precárias onde seus salários eram 60% menores do que os dos homens.
É nesse momento que as mulheres se juntam e começam a organizar protestos, afinal elas querem os mesmo direitos dos homens, pois exercem a mesma função.
Com isso elas se estabelecem no mercado de trabalho, e a industrialização no mundo tem um crescimento excepcional.
As mulheres ao redor do mundo protestaram exigindo que seus direitos fossem reconhecidos.
Assim aconteceu em 26 de fevereiro de 1909, nos Estados Unidos, quando 15 mil mulheres mobilizaram uma passeata e marcharam, exigindo a redução da jornada e melhores condições de trabalho.
Já na Europa, os movimentos socialistas tomaram conta das cidades, e em 26 de agosto de 1910, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a líder alemã Clara Zetkin iniciou manifestações pela lutas dos direitos trabalhistas das mulheres.
Desde então as mulheres têm lutado cada vez mais para se inserir no mercado de trabalho, as fábricas foram a porta de entrada para que elas pudessem trabalhar.
Se hoje existem mulheres no serviço de segurança para festas, como CEO em multinacionais e em tantos outros segmentos, tudo se deve às trabalhadoras que lutaram por seus direitos.
Mulheres no setor industrial
Segundo o Portal ODS, nos dias atuais as mulheres representam 32% da força de trabalho da indústria, e o principal segmento que emprega mão de obra feminina são confecções e artigos de vestuário.
Para se ter uma ideia da dimensão do trabalho, só na indústria têxtil as mulheres representam 70% da mão de obra no Brasil, comparado aos homens que correspondem cerca de 25% dos empregados nessa área.
Segundo outros dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a cada quatro pessoas empregadas na indústria, uma é do sexo feminino. Isso mostra como a presença das mulheres nas fábricas tem crescido.
Esse crescimento foi de 14% em 20 anos, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Além da indústria, alguns segmentos têm crescido de uma forma promissora, são eles:
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Mineração (65,8%);
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Material de transporte (60,8%);
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Alimentos e bebidas (49,3%);
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Madeira e mobiliário (39,3%);
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Indústria mecânica (37,3%);
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Papel e gráfico (24,7%);
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Engenharia mecânica (37,3%);
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Engenharia Civil (31.1%).
Esse número mostra como cada vez mais as mulheres estão conquistando o seu espaço no mercado de trabalho e mostrando que são capazes de fazer o que quiserem, pois o fato de serem mulher não as impede de exercer nenhuma função.
Seja criar sistemas para controle de acesso para refeitórios, descobrir um buraco negro ou operar uma máquina, as mulheres conseguem exercer tudo com maestria.
As mulheres nas fábricas
Como dito, desde o século 13 até os dias de hoje muitas coisas foram alcançadas referente aos direitos trabalhistas das mulheres, porém ainda tem muito trabalho a ser feito principalmente no ambiente das fábricas e indústria.
As mulheres já ocupam poucos cargos de gestão no Brasil em todos os setores, sejam eles em empresas de registro de invenção, emissoras de TV, etc. Esse número é ainda menor quando se diz respeito às fábricas.
A desigualdade salarial é muito comum, já que segundo dados de 2018, independentemente da escolaridade, as mulheres ganhavam quase 14,80% menos que os homens, por mais que exercessem a mesma função.
Já em cargos de nível superior, a remuneração corresponde a 64,13% do salário dos homens.
Esse problema na remuneração salarial é culpa do sistema patriarcal que entende que o homem deve receber mais que as mulheres, o que não tem o menor sentido.
Afinal, quando uma pessoa vai comprar placa refratária, ela vai pagar o mesmo valor, independentemente se foi feita por mão de obra feminina ou masculina, então por que esse salário tem que ser menor se foi feito por uma mulher?
É importante pensar que tendo uma maior diversidade de gênero nas indústrias, faz com que se tenha uma grande vantagem competitiva, abrindo maior oportunidade para novos talentos e com isso estimulando o crescimento da empresa.
Segundo dados, uma empresa com uma diversidade de gêneros, ou seja, que contrate homens e mulheres, geram 21% de lucro a mais para o negócio, graças à pluralidade.
Além da questão salarial, é importante ressaltar que muitas mulheres sofrem com diversos assédios nas empresas, sendo ele moral e principalmente sexual, afinal o corpo feminino é sexualizado em todos os ambientes, no mercado de trabalho não é diferente.
Isso também fica evidente quando as mulheres sobem de cargo, sendo que muitas vezes associam sua promoção a algo sexual, o que desconsidera completamente a sua competência profissional para trabalhar em uma empresa de aluguel tendas para eventos SP.
Isso descredibiliza a mulher, seu trabalho e esforço, como se as mulheres só conseguissem ganhar alguma promoção em troca de alguma coisa. Esse pensamento é culpa da nossa sociedade, que vive com o machismo estrutural.
Por isso é importante que as empresas revejam seus conceitos e monte equipes realmente igualitárias, com o mesmo número de homens e mulheres e acima de tudo que os seus salários sejam os mesmos.
Com isso, a sociedade vai começar a entender que o espaço da mulher é onde ela quiser, seja numa empresa de motoredutor industrial, numa escola ou numa livraria.
Isso só diz respeito a ela, afinal as mulheres são capazes de exercer qualquer função que bem entender.
A luta por igualdade salarial e de direitos é longa, mas todas as conquistas ao longo dos anos mostram que vale a pena lutar e se manter juntas pelo ideal que acreditam.
Afinal, se não fossem as mulheres das fábricas se manifestando e lutando pelos seus direitos, não teríamos mulheres na presidência, em cargos do governo, como chefes de empresas e em tantos outros lugares.
Por isso é importante que a sociedade como um todo entenda como é essencial a mulher no mercado de trabalho de forma justa.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Jennifer Khauffman
Fonte:Guia de Investimento