Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

O RH na Pandemia

Entenda o papel do profissional de Recursos Humanos durante a pandemia

* Beatriz Nóbrega

Durante muito tempo a área de Recursos Humanos buscou o reconhecimento do seu papel crucial nas organizações.

Com o tempo, se transformou, uma vez que era necessário acompanhar as mudanças que as revoluções industriais, tecnológicas e corporativas trouxeram. Mas devido ao covid-19, esse segmento se tornou a peça-chave das empresas, e essa mudança ocorreu  da noite para o dia.

O mercado já vivia um momento no qual o RH vai muito além da contratação e demissão, sendo responsável por gerenciar temas importantes para a sustentabilidade do negócio e a satisfação dos colaboradores.

Agora, neste momento de uma crise sem precedentes, o segmento carrega em si uma nova responsabilidade: preservar o caixa após garantir a preservação de vidas – o verdadeiro bem mundial e o que realmente está em jogo nesta crise.

Essa necessidade levou a área de Recursos Humanos para o holofote e, neste momento, todas as organizações se voltam aos seus profissionais da área para garantir a sobrevivência do negócio e, ao mesmo tempo, assegurar o cuidado, bem-estar e a diminuição da incerteza entre os colaboradores.

Como superintendente da área de Gente&Gestão no Digio, plataforma digital de serviços financeiros, temos realizado diversas iniciativas que têm alcançado resultados positivos.

Compartilho aqui algumas das boas práticas executadas e que têm transformado nossas habilidades enquanto gestores de pessoas e negócios, bem como tem nos permitido inovar para contribuir para o futuro do trabalho.

Cuide das pessoas: fornecer informação de qualidade e atendimento médico eficaz (preferencialmente virtual) é premissa básica, mas garantir apoio emocional, fortalecendo lideranças e sendo exemplo de empatia, coragem e adaptabilidade é a milha extra para garantir pessoas saudáveis física, emocional e profissionalmente falando.

Ouça com atenção: pratique a escuta ativa e ofereça um terreno propício para tal – sem constrangimentos e sem julgamentos. Ao fazer isso, é possível entender a fundo qual a necessidade de seus colaboradores para poder criar estratégias que atendam aos seus anseios e resolvam seus problemas.

Comunicar nunca é demais: garanta um bom canal de comunicação com seu público interno e seja transparente em seus posicionamentos. Qualquer pessoa responde melhor quando sabe exatamente como, quando e o que está acontecendo. Mantenha sempre o canal verdadeiramente aberto para dar vazão a toda e qualquer preocupação dos colaboradores e assim, criar um ambiente seguro e confiável.

Esteja em dia com as determinações do Governo e de mercado: responder às MPs (Medidas Provisórias) em tempo real contribuem para a competitividade no mercado em curto prazo. Contudo, tome decisões que não comprometam o futuro e que estejam em prol da longevidade organizacional.

Ressignifique o conceito de estratégia: agora é a vez do RH demonstrar todo seu repertório.

Por isso, forneça insumos que auxiliem seus stakeholders a repensarem o tema.

Explico: dado que a cultura realmente devora a estratégia, é necessário refletir se estamos vivendo, de forma ampla e irrestrita, os valores desejados e se o propósito continua a dar solidez à existência organizacional. Caso contrário, é fundamental revisitá-los.

Ouse e transforme: se vivíamos uma era onde o propósito era se valer da tecnologia para compreender melhor diversos aspectos do mundo do trabalho, o novo coronavírus abre uma oportunidade enorme para a área repensar o futuro da dinâmica das organizações.

Quer um exemplo?

Há quanto tempo os colaboradores demandam por organizações mais descentralizadas e/ou distribuídas?

E você já parou para pensar que as ferramentas que estamos usando hoje, por força maior da situação, nos possibilitam isso?

Estamos “com a faca e o queijo na mão” para mudar a arquitetura formal da organização, com mais uso de equipes horizontais e comunidades descentralizadas, levando a uma organização mais inovadora, colaborativa, flexível e resiliente.
 

 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Beatriz Nóbrega

Fonte:Redação