Rio de Janeiro, 29 de Março de 2024

Como despertar a libido adormecida

 

"SUGESTÃO: APROVEITAR TODOS OS DIAS PARA AMAR E DESPERTAR A LIBIDO, MESMO QUE PAREÇA ADORMECIDA". 

Dra. Nara Mattia

 


 

 

 

 

A atividade sexual em qualquer idade demonstra um estado de saúde física e mental

Para manter o romance em alta, mesmo depois de anos e anos de relacionamento, o importante é continuar apostando em gestos de carinho e sedução.

Um jantar à luz de velas, com alimentos apetitosos, um bom vinho, uma troca de olhares... Aromas agradáveis e um som ambiente são propícios para despertar a libido adormecida em qualquer idade.

"A depressão, o stress e a ansiedade são causas de diminuição do desejo sexual. A correria da vida moderna faz com que as pessoas apresentem vários sintomas que não sentiam anteriormente e, conseqüentemente, a vida sexual acaba sofrendo grandes abalos. É uma indisposição aqui, cansaço ali ou excesso de sono, irritação, aumento de apetite ou falta dele acabam interferindo no apetite sexual", explica a Dra. Nara Mattia, mastologista e ginecologista.

Afinal, é verdade ou mito que os casais com mais de 60 anos perdem o prazer pelo sexo?

Mito. O prazer pelo sexo não diminui, modifica-se.

Se por um lado, a situação pós-menopausa das mullheres, é vantajosa: não há o temor da gravidez, não despende tanto tempo para cuidar dos filhos e geralmente se libertou de inibições que atrapalhavam sua vida sexual anterior. Por outro lado, há um aumento das disfunções sexuais, que se não corrigidas pode levar a diminuição da atividade sexual e do interesse pelo sexo.

O desejo sexual hipoativo ou inibido está relacionado a diversos fatores que geralmente fazem parte do processo biológico do envelhecimento.

Doenças sistêmicas crônicas (como o diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, etc.), medicamentos, conflitos conjugais ou psicológicos.

O fim das atividades sexuais do casal pode estar relacionado também, à falta de desejo e problemas de ereção nos homens.

Não se pode afirmar certamente se há uma fase da vida em que atingimos o auge sexual, e o declínio progressivo da atividade sexual não é regra para todos. Alguns podem até experimentar um aumento do interesse sexual em virtude de uma diminuição dos comportamentos repressivos ou mudanças do estilo de vida.

Independentemente do sexo, a idade modifica o funcionamento fisiológico dos órgãos genitais por vários motivos, o que, no entanto, não prejudica tanto a sensação prazerosa do toque, do contato e da manifestação do afeto. 

O desinteresse sexual indica problemas que podem estar no relacionamento dos parceiros e também na saúde emocional, como é o caso da ocorrência da depressão.

A tendência atual é considerar toda disfunção sexual como tendo comprometimentos mistos: orgânicos e psicológicos. O fundamental, no entanto, continua sendo o reconhecimento do fator mais preponderante.  Para isso, é fundamental uma consulta detalhada com seu médico.

No caso da mulher, estatísticas americanas indicam que 75% de todas elas apresentam algum tipo de disfunção sexual e, apesar de um aparente liberalismo maior de nosso país, os dados não diferem muito.

MITO: “Já não tenho mais idade para fazer um tratamento assim...”

Por mais estranha que essa frase possa parecer ela é repetida por uma boa parte das pessoas na melhor idade que experimentam alguma disfunção sexual.  O grande preconceito com relação ao idoso, portanto, diz respeito à idéia de que ele se transformou em um ser "assexuado" e de que sua vida sexual se resume às lembranças do passado.

Essa idéia (falsa) é responsável por grande parte das recusas por tratamento para dificuldades sexuais na 3ª idade, o que pode gerar desvalorização do sexo em idade avançada, pela sociedade e, até mesmo, pelos especialistas. Outro preconceito que a sociedade impõe diz respeito à diminuição da freqüência de relações sexuais. A atividade sexual, ao contrário, ajuda a manter os órgãos sexuais saudáveis e não há nada de errado ou de vergonhoso em manter uma freqüência alta de relações sexuais nesta idade, se for desejo do casal.

Outro preconceito relaciona-se ao tratamento. Os fatores orgânicos nem sempre são difíceis de tratar. Um exemplo importante que sempre cito é a diminuição da lubrificação vaginal que ocorre na pós-menopausa.  A secura gera dor durante a relação o que dificulta muito a parte sexual. A reposição hormonal sistêmica ou local, ou mesmo o uso de lubrificantes vaginais (vai depender de cada caso) resolve esse problema de forma muito simples.

Outro fator pouco reconhecido é o uso de alguns medicamentos que diminuem a libido (por exemplo, alguns anti-hipertensivos, antidepressivos, entre outros). Em algumas vezes, a simples troca auxilia no tratamento.

A dosagem hormonal de estrógeno, progesterona, testosterona, prolactina, hormônios tireoidianos interfere intensamente na libido e no orgasmo feminino. A investigação e tratamento desses fatores hormonais, quando presentes, são fundamentais na manutenção de uma vida sexual saudável.

Rever esses fatores e tornar o Dia dos Namorados aceso é uma ótima forma de estar com quem você ama, e esquecer um pouco do cotidiano, afinal a data é comemorada uma vez ao ano e não deve passar em branco. 

Comprar uma lingerie nova, se preparar para o sexo imaginando como será a noite, ir a um restaurante ou preparar um jantar com muito romantismo são ótimas opções para fugir da rotina e retomar o desejo sexual.

Ter sempre espaço na agenda para o lazer também é fundamental para a saúde. Arrume tempo para apimentar o seu relacionamento e fazer do Dia dos Namorados um dia único e inesquecível.

Área de Atuação: 

Ginecologia
Mastologia
Acompanhamento ginecológico em adolescentes
Aconselhamento de método anticoncepcional
Avaliação de riscos de tumores hormônios dependentes

 

 

Crédito:Cris Padilha

Autor:Grazia Nicosia

Fonte:Universo da Mulher