A disfunção erétil ou popularmente chamada de impotência sexual masculina tem nos fatores emocionais suas causas tão importantes quanto nos fatores físicos.
Alterações vasculares, má formação, diabetes, fugas venosas, hipertensão, tabagismo, alcoolismo, entre outros, podem causar esta disfunção sexual, mas o que percebemos é que a ansiedade, a depressão, a baixa auto-estima e o stress são os grandes responsáveis por este problema que é visto com tanto preconceito pelos homens.
Quando o indivíduo sofre de ansiedade, há liberação importante de adrenalina que leva à vaso-constrição de todas as artérias do corpo, o que pode dificultar ou inviabilizar a ereção, além da angústia que a ansiedade permanente desencadeia que inibe qualquer desejo sexual.
Como resultado deste quadro, o indivíduo passa a evitar as relações sexuais e, quando as têm, quase que ignora as necessidades da parceira valorizando exclusivamente o êxito ou fracasso da ereção.
Na depressão um dos principais sintomas é a diminuição da libido e, conseqüentemente, uma perda importante do desejo sexual.
O quadro depressivo leva o indivíduo a uma perda de energia, de força que resulta na falta de motivação para ato sexual.
Desvitalizado o indivíduo abdica de sua sexualidade e tende a rejeitar todo e qualquer contato afetivo.
A impotência sexual pode ser classificada como primária, secundária ou situacional, sendo que a impotência primária inclui os indivíduos que nunca conseguiram ter uma ereção com a parceira ou parceiro, apesar de conseguirem ter ereções espontâneas e também na masturbação.
A impotência sexual secundária se desenvolve depois que o indivíduo teve uma vida sexual normal, sem problemas de ereção, passando a manifestá-lo de uma hora para outra, sendo que a causa deve ser investigada.
Já, a impotência sexual situacional é a mais freqüente, pois ocorre esporadicamente sem justificativa aparente, ou seja, hora o individuo consegue ter ereção, hora não.
Em todos os casos, eliminados os risco do indivíduo ter desenvolvido uma doença ainda sem diagnóstico, a investigação deve ser das condições emocionais desta pessoa e conseqüentes comprometimentos.
Seja como for, esta disfunção atinge homens de todas as classes sociais e culturas e provoca muita frustração, vergonha, angústia e medo.
A maioria dos homens tem muita dificuldade de aceitar que podem estar com problemas sexuais, pois é sabido que muito da auto-estima masculina esta calcada na ereção do pênis.
Muito desta cultura vem dos homens e da eleição de seus ícones de virilidade como, músculos, força física, inteligência e, sem duvida, ereção.
Falhar com a parceira é um dos maiores temores masculinos e é capaz de determinar o rumo de qualquer relacionamento, pois é sabido que os homens não aceitam falhar neste aspecto e se sentem desmoralizados, uma vez que este fato é sentido como um atentado mortal não só à sua virilidade, mas à sua masculinidade e poder como um todo.
Esconder o problema ou evitar falar no assunto é a postura mais comum adotada neste tipo de comprometimento, mas isso pouco ajuda na solução do problema.
A disfunção erétil deve ser tratada tanto por médicos quanto psicólogos, quando necessário e quanto antes o indivíduo procurar ajuda, mais rápido este problema irá se resolver.
Silvana Martani é psicóloga e especialista em obesidade da Clínica da Beneficência Portuguesa.
Crédito:Renata Rebesco
Autor:Silvana Martani
Fonte:Materia Prima