Estar à procura de um amor não é uma tarefa fácil, pois para a execução dessa tarefa precisamos de um punhado de intuição, de muito esforço e, principalmente, determinação.
Quando se fala de amor, cada um tem suas fantasias, seus sonhos e até aquele indivíduo mais cético é capaz de se arriscar a uma teoria bem fundamentada para encobrir suas emoções mais intensas.
Existe um grande esforço emocional e um mar de expectativas quando as pessoas saem de casa para se divertir com amigos e, quem sabe, conhecer alguém que seja interessante e que se consiga chamar a atenção.
Para homens e mulheres as expectativas são as mesmas, mas como são criados de forma diferente e entendem o mundo de maneira diversa, homens e mulheres se esbarram pelo mundo afora dando nomes diferentes a gestos, palavras e sentimentos.
As mulheres mais sensíveis e atentas interpretam com muita facilidade a linguagem corporal e subliminar dos homens.
Estes, mais concretos, não têm tanta facilidade para esse tipo de leitura e, por conta disso, preferem não interpretar ações ou sentimentos e acreditam que perguntar seja uma boa saída para as coisas que precisam saber ou querem entender.
Não que mulher não goste de perguntar as coisas, mas como os homens não gostam muito de responder e num primeiro encontro algumas perguntas são viáveis outras não, a maioria prefere interpretar lançando mão de suas competências.
Essa capacidade feminina é um grande facilitador na hora da conquista, mas pode ser um grande dificultador da avaliação do interesse masculino.
O que queremos deixar claro é que devemos interpretar o outro quando já o conhecemos pelo menos um pouco e, para os que acabamos de conhecer, valem as atitudes como material para a avaliação do quanto o outro está interessado.
A maioria das pessoas reage de maneira muito simples quando estão interessadas e são capazes de milhões de artimanhas quando não estão ou quando querem se livrar de alguém.
A frase “eu te ligo amanhã...”, depois do primeiro encontro é um bom exemplo; se o indivíduo ligar, há uma grande chance do relacionamento evoluir, mas se não ligar e o que ficou esperando não se conformar com o desdém e partir para o ataque ligando mesmo que dias depois, provavelmente alguma coisa vai acontecer, mas nada muito importante ou que coincida com as intenções de quem ficou na espera.
Quem está interessado corre atrás, cumpre as promessas, não faz o outro esperar, não some, atende ao telefone, não diz que anda muito ocupado, não fica trabalhando de sexta-feira á noite, não está cansado para sair e faz tudo para estar com o outro, além de cumprir o que promete.
É muito difícil aceitar de pronto que o interesse do outro durou apenas algumas horas ou que não é amor e sim algum outro sentimento que norteou aquele encontro. Quando entendemos que as atitudes nos mostram muito ou tudo daquele que queremos conhecer ou nos interessamos, nossa vida fica mais fácil.
Parar de desculpar o outro ou ficar encontrando soluções para seus problemas pode ser um ótimo começo para quem quer conhecer alguém especial e ser feliz.
Não estamos, de forma nenhuma, dizendo que não devemos ser compreensivos ou bondosos com os outros, mas que devemos economizar compreensão e nos LIBERTAR rapidamente daquela atração e continuarmos o nosso caminho.
Afinal, temos um objetivo e ele precisa ser alcançado em um tempo viável para satisfazer as nossas expectativas e não temos todo o tempo.
As emoções de uma noite podem durar dias, mas as atitudes dos dias é que constroem um relacionamento onde todos ganham.
Pessoas que fazem as outras sofrerem, que sempre estão cheias de problemas e não podem se dedicar ficam sempre em dúvida se querem ou não namorar, preferem “ficar”.
Não estão disponíveis para levar nenhum compromisso a diante e quem insiste perde tempo, auto-estima, respeito por si próprio e dignidade.
Encarar a realidade de frente pode ser muito difícil principalmente quando estamos encantados por alguém, mas sem dúvida nenhuma economiza investimento afetivo e liberta o nosso olhar para os próximos da fila.
Silvana Martani é psicóloga e especialista em obesidade da Clínica da Beneficência Portuguesa.
Crédito:Elaine Rebesco
Autor:Silvana Martani
Fonte:Materia Prima