Parto natural e humanizado |
Um dos momentos da vida da mulher em que a beleza e a feminilidade estão mais abundantes é durante a gestação. É quando a mulher está em sua plenitude, devendo ser aproveitado e vivido da forma mais natural possível
O ideal seria que todas as mulheres tivessem oportunidade de viver a gestação e o parto como parte de sua vida afetiva e sexual, dispondo de recursos médicos quando necessário e, ao mesmo tempo, podendo estar em contato com a natureza verdadeira do ato de dar à luz.
"O parto deve ser natural, o mais espontâneo possível, com um mínimo de sofisticação na sua assistência, com o máximo de consciência e de adestramento técnico do profissional que o assiste.
A melhor maneira de seguir um parto é observá-lo, sem interferir no seu andamento", explica Dra Nara Mattia, ginecologista e mastologista.
O termo parto natural, com o passar do tempo ficou um pouco desgastado na língua portuguesa, por designar um grande número de tipos de partos. Mas em termos gerais podemos entender como um parto com um mínimo de intervenções.
A médica explica que é imprescindível que o parto seja seguro. "Um parto deve ser sempre o mais seguro possível, tanto para a mãe quanto para o bebê. O casal e o médico obstetra devem discutir este assunto e chegar a um acordo do que é mais seguro para o caso deles, levando em conta a história do casal, com sua filosofia de vida etc".
Tipos de parto |
Existem vários modelos de atenção médica, várias maneiras de se encarar o mesmo fenômeno. Intervenções são os procedimentos que geralmente os médicos (e outras pessoas presentes em sala de parto) realizam durante o parto:
Parturiente deitada na cama: É mais comum e utilizada forma de se acompanhar uma parturiente, e a maioria afirma que tem mais dores deitadas, mas não se permite que elas andem;
Posição ginecológica ou Litotomia: A maioria das mulheres acha horrível e que está provado que a posição melhor para a mãe e para o bebê, a mais fisiológica, a que determina as melhores aberturas dos ossos da bacia para o parto são as posições verticais (cócoras, sentada, de joelhos, semi-sentada, cócoras sustentada, em pé);
Episiotomia: Para facilitar a saída do bebê e evitar lacerações e roturas do assoalho pélvico, o obstetra efetua a episiotomia, que é um corte de aproximadamente 4 cm feito no períneo, com anestesia local ou peridural. Emocionalmente, a episiotomia pode ser percebida com grande desconforto nos primeiros dias do pós-parto e, por algum tempo, pode gerar temor de abrir os pontos, quando do reinício das relações sexuais, mesmo que a cicatrização já esteja completa. Atualmente nos meios científicos já é aceitável que esse método não é um procedimento de rotina. "É preciso que seja avaliado se é necessário ou não esse procedimento, pois pode gerar danos a paciente caso feita sem indicação", alerta Dra. Nara Mattia.
Anestesia: Pode ser peridural, raqui ou geral. Existem também medicamentos que aliviam a dor durante o parto, analgésicos, principalmente medicamentos opiáceos, de ação no sistema nervoso central;
Indução de parto com medicamentos (ocitócitos endovenosos, prostaglandinas na forma de gel vaginal, uso do misoprostol via vaginal);
"Conduzir" ou apressar o parto: Com infusão de medicamentos, para aumentar a força das contrações;
Fórcipe: Duascolheres de metal com hastes prolongadas que se pode introduzir na vagina e auxiliar o parto em casos onde o bebê não está progredindo, não consegue nascer, não se tem condições de fazer uma cesariana e o mais fácil e rápido é o fórcipe;
Vácuo extrator: Funciona aderindo a cabeça do bebê, mas com uma pressão controlada com manômetro, e que permite realizar uma certa ajuda para a saída de partos difíceis sem utilizar os fórcipes;
Cesariana: Operação que abre a barriga da mulher e retira o bebê cortando o útero por cima.
Existe também a intervenção oral, que é muito praticada, dando-se ordens para a parturiente. Neste parto, a grávida se prepara para lidar com um dos maiores obstáculos ao parto natural, a dor, e acaba tendo que encontrar muitas ferramentas para lidar com a dor como a respiração, posições antálgicas (que diminuem a dor), massagem, caminhar durante as contrações, tudo isto para ter o parto sem o auxílio de anestesia. Ela vai se preparar no pré-natal, vai se exercitar, treinar respirações, exercícios etc.
A médica salienta que a mulher não deve se frustrar caso não tenha possibilidades fisiológicas de ter o parto normal. "Creio que uma grávida deve caminhar na direção do parto natural, mas não se frustrar se precisar de uma analgesia, ou outro tipo de intervenção", conclui.
Crédito:Cris Padilha
Autor:Grazia Nicosia
Fonte:Universo da Mulher