A revolução sexual, que liberou as mulheres e redesenhou as relações pessoais, permitiu ao homem viver novos papéis familiares. Os pais de hoje trocam fraldas, levam e buscam os filhos na escola, dão banho nas crianças, conversam sobre sexo e abraçam tarefas domésticas. Mas o que acontece quando os homens se vêem impossibilitados de realizar o sonho da paternidade?
Mesmo com todas as mudanças sociais da atualidade, infelizmente, pouco se fala sobre a infertilidade masculina. Os avanços da ciência oferecem uma série de alternativas altamente eficazes, embora os mitos e inverdades ainda reinem neste terreno. Muitos ainda relacionam o problema com baixa virilidade a capacidade reprodutora foi, por muito tempo, sinônimo de macheza, por mais absurdo que isso seja.
No mundo todo, cerca de
Em pesquisa realizada recentemente, detectamos que o espermatozóide extraído do testículo é tão eficiente quanto o do ejaculado na obtenção de gravidez. Segundo o estudo, a evolução, o desfecho da gestação e o desenvolvimento do feto não dependem da fonte espermática, ou seja, não há riscos para o recém-nascido.
Além disso, os homens devem estar atentos para a preservação de sua fertilidade. Uma das principais precauções é evitar o tabagismo, pois o fumo interfere na produção de espermatozóides. É preciso estar alerta, ainda, para a ingestão exagerada de álcool e para a drogadição ambos aumentam muito a chance de infertilidade. As doenças sexualmente transmissíveis também são um fator de risco, fazendo do preservativo um aliado importante. Para os homens que descobrem estar com algum tipo de câncer, recomenda-se estudar a hipótese de congelar espermatozóides antes de se submeter a tratamentos quimio ou radioterápicos, que podem comprometer a fertilidade.
Depois de vencermos uma série de lutas em prol dos direitos das mulheres, é a vez dos homens mostrarem que o desejo de serem pais consegue, com uma mãozinha da ciência, transpor barreiras biológicas. Para as responsabilidades que vêm depois, eles já mostraram que estão prontos.
* Ginecologista, Coordenadora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da PUCRS, Doutora em Patologia e Diretora do Fertilitat Centro de Medicina Reprodutiva.
Crédito:Cris
Autor:Liziane Alves
Fonte:Universo da Mulher