Os tempos mudaram.
Antes, podíamos sair de quinta-feira à sábado à noite passar todas as baladas e parar para conversar com o pessoal do carro do lado e isso não oferecia nenhum perigo ou merecia muito cuidado.
Essa época passou, e vinte anos depois, tudo mudou. As ruas ficaram perigosas, as pessoas do carro do lado podem nos assaltar, seqüestrar. Parar no semáforo aberto ou fechado ao anoitecer é um perigo e ser roubado dentro de uma casa noturna já se tornou uma prática.
Criar adolescentes nos tempos atuais significa estar atento a uma infinidade de variações dos perigos que sempre existiram, mas, que na versão atualizada, merecem muito mais atenção.
Os adolescentes são teimosos, não gostam de muitas recomendações, pois crêem, por pura ingenuidade e inexperiência, que nunca, nada, vai lhes acontecer. Para eles, os pais são exagerados, estão sempre imaginando o pior, que tudo não passa de terrorismo ou excesso de zelo mesmo.
Com argumentos frágeis, os jovens se cercam das garantiasspertezaência lhes fornece.riencia que ba estar atento a parar no farol que a sua pouca experiência lhes fornece e partem para as experimentações que essa idade possibilita somando audácia, falta de critério e limite numa fórmula explosiva.
Aquela história de se beber não dirija não existe para os jovens. A partir dos doze anos, em muitas casas, os pais já começam a emancipar seus filhos para as bebidas alcoólicas com pequenas doses a que eles entendem como uma permissão e consentimento.
As baladas completas como eles dizem, com bebida e maconha (no mínimo), começam na puberdade e os pais não sabem o que achar disso. Muitos pais permitem que seus filhos bebam em suas próprias casas. Aquela bicadinha na caipirinha ou uísque do pai quando pequeno, o só um pouquinho, quando estão maiores podem passar a mensagem de que beber é permitido e não faz mal.
Um copo de cerveja para o jovem de 13 ou 14 anos ou até antes, com permissão dos pais, pode se transformar em muitos porres nas festas onde beber muito é que é legal e a única intenção das pessoas estarem juntas. Meninos e meninas estão a cada dia abusando mais de todos os tipos de bebida, transformando os finais de semana em uma imersão alucinógena.
É sabido que eles começam beber antes da balada, na casa do amigo que os pais saíram, ou na rua mesmo, dentro dos carros para chegar legal ou ficar ligado ou relaxado antes da festa. Em copos de plástico, a vodca ou outra bebida qualquer misturada com refrigerante garante o porre.
Basta andar pelas ruas da cidade à noite, em bairros bacanas ou nem tanto, e observar os adolescentes atravessando a rua entre um bar e outros com seus copos de plástico e visivelmente alcoolizadas. E os pais?
Esses meninos e meninas moram bem, estudam em boas escolas, fazem cursos complementares, tem bom nível socioeconômico, seus pais são pessoas estudadas, mas, estão fazendo vista grossa para as condutas perigosas dos seus filhos.
Os pais estão cedendo à coerção dos filhos, estão confusos quanto o que devem permitir e, com isso, estão negligenciando orientação e cuidados.
Adolescente não pode beber. Os pais precisam ter isso em mente. O excesso de álcool é a porta de entrada para outras drogas e uma série de danos físicos. O adolescente que precisa do álcool para se sentir legal pode estar escondendo, com essa prática, sérios problemas emocionais.
Depressão, angústia, ansiedade, timidez, sentimento de inadequação e solidão são alguns dos problemas que a bebida alcoólica funciona muito bem como tampão. Para suportar seus sentimentos negativos, o adolescente bebe e não é pouco.
Os pais precisam cuidar muito dos hábitos de seus filhos. Orientar, supervisionar a chegada das festas, ver como o filho acorda depois de uma balada, quais os hábitos dos amigos (se todos bebem em excesso), saber onde os filhos vão e não fornecer bebidas alcoólicas para os menores de idade é um bom começo.
Zelar pela saúde dos filhos é uma missão, e não podemos esquecer que dizer não para uma balada ou conduta inadequada para a idade do seu rebento é, sem dúvida, um ÓTIMO começo.
*Silvana Martani é psicóloga da Clínica de Endocrinologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo - CRP06/16669
Autora do Livro - Uma Viagem pela Puberdade e Adolescência. Ed. Aldeia Cultural
Site: www.psicologa.psc.br
Site: www.psicologa.psc.br
PERFIL:
Formação:
Instituto Unificado Paulista / Faculdade Objetivo 1978 - 1982.
Atuação:
Psicóloga da Clínica de endocrinologia do Hospital Real Beneficência Portuguesa; desde 1984.
Extra-curricular:
Palestras ministradas aos pacientes obesos, com distúrbios glandulares e diabetes, desde 1989.
Aulas Ministradas aos residentes da clínica de endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa.
Formação:
Instituto Unificado Paulista / Faculdade Objetivo 1978 - 1982.
Atuação:
Psicóloga da Clínica de endocrinologia do Hospital Real Beneficência Portuguesa; desde 1984.
Extra-curricular:
Palestras ministradas aos pacientes obesos, com distúrbios glandulares e diabetes, desde 1989.
Aulas Ministradas aos residentes da clínica de endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa.
Crédito:Eleonora Chagas
Autor:Silvana Martani
Fonte:www.materiaprimma.com