Rio de Janeiro, 27 de Novembro de 2024

Igualzinha a minha mãe

Você já deve ter-se surpreendido diante do espelho, olhando bem para o seu rosto e dizendo: “Olha como eu me pareço com minha mãe...”. A gente quer ter os olhos da mãe, cada um daqueles traços característicos, especialmente o sorriso gostoso e sincero e o brilho na face que só ela tem.
 
           
A mãe da gente é sempre bonita. Ainda mais quando, depois de todas as rudezas da vida e o passar dos muitos anos, ela já traz aquele ar cansado e sofrido. A minha mãe é bonita, sempre bonita... E eu me pareço com ela. Sim, o mais importante é que eu me pareço com ela.
 
           
Homem ou mulher, todos nós queremos trazer os traços físicos e, principalmente, aqueles traços do coração e da alma da nossa mãe. Pessoalmente, quero ter a sinceridade, a franqueza e a incansabilidade da minha mãe. Creiam-me: ela se entregava de corpo e alma a todos aqueles afazeres próprios de uma dona-de-casa pobre, onde a mãe faz tudo desde logo cedo. E, à noite, ainda trazia um sorriso nos lábios, tinha gestos de carinho e atenção, e todo o tempo do mundo para escutar quem precisava ser ouvido. Isso sem falar das gostosas risadas depois que as coisas se desanuviavam e se concluía a conversa dizendo: graças a Deus, a gente vai vencer esta como venceu todas as outras situações.
 
           
Longe de conformista, minha mãe era dotada de têmpera, mulher de fibra experimentada no sofrimento. E essa fibra e essa têmpera, que fizeram dela uma mulher forte, eu quero ter. Quero ter a coragem e a ousadia da minha mãe. Quero ter aquela garra que ela sempre demonstrou: alguém que enfrenta os problemas, que aposta na solução, que não deixa para amanhã o que se pode e deve fazer hoje, mas que no outro dia volta a assumir, com interminável paciência, aquilo que ainda não se resolveu... E que, talvez, nunca vá se resolver. Mas, a gente não desiste.
 
           
A coragem cresce, a disposição se renova e a gente vai criando um sadio otimismo de quem crê, espera, suporta e, acima de tudo, sofre sem nunca deixar de amar. Eu quero ser como a minha mãe. Tenho a sensação de que ando pela vida afora, escutando uma frase que ela nunca chegou a pronunciar, mas que eu a ouvi dizendo sempre com a vida: “Agüenta firme, meu filho!”.
 
 
 
 
 
* Pe. Jonas Abib é fundador da comunidade Canção Nova, de Cachoeira Paulista (SP)
 

 

Crédito:Ricardo Abel

Autor:Pe. Jonas Abib

Fonte:Ex-Libris Comunicação Integrada