Por nove meses, graças à vida nova em formação dentro da barriga, as mulheres fumantes até conseguem ficar longe do cigarro.
Mas é comum voltarem a fumar logo depois do parto.
Problemas para o recém-nascido, que acaba sofrendo as conseqüências do fumo passivo. Entre elas estão doenças respiratórias, como asma, bronquite e pneumonia, além das alergias.
"É no momento da gestação que o médico deve trabalhar com a paciente para que ela pare de fumar de forma definitiva", diz o pneumologista pediátrico João Paulo Lotufo, diretor do Pronto-socorro de Pediatria do Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo (USP). Essa é a forma de proteger a saúde dos recém-nascidos contra os malefícios do fumo.
Para comprovar o quanto o cigarro invade o organismo das crianças, uma pesquisa com menores de 5 anos, atendidos no serviço do HU, mediu na urina deles a quantidade de cotinina, substância derivada da nicotina.
O resultado: 24% das crianças avaliadas tinham níveis elevados de cotinina na urina, o que indica exposição à fumaça de cigarro nas últimas 24 horas.
"Quando a mãe é fumante, o nível de cotinina na urina é maior do que quando o pai fuma. Quando os dois fumam, o nível também é elevado."
A tática, usada por vários pais, de fumar longe da criança para protegê-la é uma ilusão.
A fumaça pode ficar longe, mas o cheiro não.
O odor de cigarro já é um fator irritante para o trato respiratório dos bebês.
Crédito:Fatima Nazareth
Autor:Luciana Miranda
Fonte:CDN Companhia de Notícias