Exames mais eficazes, tratamentos modernos e equipe multidisciplinar ajudam a identificar doenças na criança quando ela ainda está no útero da mãe.
Cerca de 85% das malformações congênitas são diagnosticadas por meio dos recursos da Medicina Fetal
A descoberta precoce de algumas doenças durante a gravidez aumenta substancialmente as chances de sobrevivência do bebê, além de ajudar no planejamento das intervenções logo após o parto, reduzindo assim os riscos para a mãe e para a criança. Para tanto, a medicina fetal aparece como fator determinante para prevenir problemas e garantir a qualidade de vida da mãe e do bebê.
O aprimoramento tecnológico que os aparelhos de ultra-som receberam na última década, aliado ao conhecimento dos profissionais médicos, acumulado nas últimas três décadas, acerca do desenvolvimento normal e anormal da gestação permitem que atualmente seja possível avaliar, de forma não-invasiva, o adequado desenvolvimento da gestação.
Nos casos em que há a detecção de algum problema com o bebê ainda no útero da mãe, é à medicina fetal que os pais podem recorrer. A medicina fetal tem um papel extremamente importante para assegurar a integração psicológica entre mãe e feto, garantindo que tudo está transcorrendo bem durante a gestação, avalia dr. Victor Bunduki, um dos responsáveis pelo Serviço de Medicina Fetal do Hospital e Maternidade São Luiz e professor livre docente da Universidade de São Paulo - USP.
O exame de ultra-som é o equipamento mais utilizado nas investigações. Atualmente, são realizados 800 exames por mês no Serviço de Medicina Fetal do Hospital São Luiz. O exame morfológico, por exemplo, quando realizado por profissionais bem treinados e no período apropriado, de 18 a 24 semanas de gestação, identifica aproximadamente 85% das malformações fetais. Malformações fetais são encontradas em até 3% das crianças que nascem com vida e, a grande maioria dos casos (95%), nasce de casais que não possuem fatores de risco aparentes.
Por este motivo, é fundamental que toda grávida realize este exame. Já o exame de translucência nucal, identifica até 80% das gestações em que o feto tem Síndrome de Down, além de detectar também casos com risco aumentado de problemas cardíacos, explica dr. Adolfo Liao, ginecologista e obstetra coordenador do Serviço de Medicina Fetal do Hospital e Maternidade São Luiz.
De acordo com o médico, quando o especialista em medicina fetal acompanha um caso complicado, é fundamental ter à sua volta uma equipe multidisciplinar composta por profissionais diversos, cada um com sua área específica de atuação. Desta forma, é possível assessorar os pais da forma mais completa e global possível, declara Liao.
Vale destacar também, dentre os importantes recursos da medicina fetal, o tratamento da anemia fetal, que já pode ser feito de maneira bastante eficaz. Nomeado cordocentese, o procedimento é complexo e envolve a punção do cordão umbilical, guiada pelo ultra-som, para permitir que sangue seja transfundido ao feto antes de seu nascimento e, assim, tratar a anemia.
Por meio desta punção, em alguns casos especiais também é possível administrar medicação diretamente ao feto. Distúrbios como a obstrução urinária também já têm solução na medicina fetal. Por meio de um catéter introduzido nos rins ou na bexiga do bebê, consegue-se desviar o fluxo da urina, explica dr. Bunduki.
Medicina Fetal no Hospital São Luiz
O Serviço de Medicina Fetal do São Luiz possui equipamentos modernos e de última geração, que permitem a realização de exames com a mais alta definição de imagens.
Possui ainda uma equipe multidisciplinar de profissionais altamente capacitados, com larga experiência em casos de alta complexidade, e que se mantém atualizada constantemente com tudo o que há de mais atual em relação a esta especialidade.
O fato de o Serviço especializado estar inserido no contexto hospitalar permite o contato próximo com outros especialistas, de diversas áreas (neonatologia, cirurgia pediátrica, plástica, cardiologia, entre outras), além de contar com o facilitador de um berçário de alto risco, que possibilita o atendimento multidisciplinar adequado aos recém-nascidos graves.
Principais exames para uma gravidez tranqüila
Ultra-sonagrafia endovaginal precoce -
realizada no início da gestação serve para confirmar que a gravidez está localizada corretamente no interior do útero, o número de embriões e também certificar a presença dos batimentos cardíacos, além da data provável do parto.
Ultra-sonografia para medida da translucência nucal -
investiga o risco da criança apresentar defeito cromossômico, como a Síndrome de Down, entre outras anomalias.
Exame morfológico -
indicado para avaliação detalhada da estrutura do feto e para detectar a presença de malformações congênitas. Anencefalia, dimensões de órgãos, estômago e intestino, o sexo do bebê e a formação adequada da genitália, além do formato e tamanho dos ossos também são verificados com este exame.
Ultra-sonografia obstétrica com doppler -
por meio da estimativa do peso fetal, permite avaliar se o bebê está crescendo de forma adequada, se a quantidade de líquido amniótico está normal, confirmar a localização da placenta e o fluxo do sangue que é conduzido através de vasos para o útero da mãe e da placenta para o bebê. Nas gestações de alto risco, por vezes, é necessário um acompanhamento mais intensivo da gestação e este exame deve ser realizado com mais freqüência.
Sobre Silvana Martani
Formação:
Instituto Unificado Paulista / Faculdade Objetivo 1978 1982.
Atuação:
Psicóloga da Clínica de endocrinologia do Hospital Real Beneficência Portuguesa; desde 1984.
Extra-curricular:
* Palestras ministradas aos pacientes obesos, com distúrbios glandulares e diabetes, desde 1989.
Aulas Ministradas aos residentes da clínica de endocrinologia do Hospital Beneficiência Portuguesa.
Crédito:Anna Beth
Autor:Elis Forgerini
Fonte:Ketchum Estratégia