Quebrando os mitos da pílula
A pílula é o método contraceptivo mais usado pelas mulheres em idade fértil. Segundo um estudo publicado na última edição do The European Journal of Contraception and Reproductive Health Care, 30% das mulheres de 15 a 49 anos usam contraceptivos orais.
Somente no mercado brasileiro estão disponíveis mais de 68 opções, sendo que pelo menos 17 produtos pertencem à nova geração de contraceptivos orais, ou seja, têm baixa dose hormonal e são feitos com substâncias mais parecidas com os hormônios produzidos pelo organismo feminino. Mas será que a pílula é realmente segura e eficaz?
Especialistas asseguram que sim e ressaltam que a eficácia do produto depende também do uso correto.
Não raro, ouve-se falar de uma amiga que se esqueceu de tomar a pílula ou foi à farmácia e decidiu trocar o contraceptivo por outra marca. Outra situação comum são os intervalos e pausas entre os ciclos menstruais, além da interrupção do uso sem consultar o médico.
Não raro, ouve-se falar de uma amiga que se esqueceu de tomar a pílula ou foi à farmácia e decidiu trocar o contraceptivo por outra marca. Outra situação comum são os intervalos e pausas entre os ciclos menstruais, além da interrupção do uso sem consultar o médico.
"Nossos estudos mostram que o índice de abandono do método gira em torno de 60% e que 30% das mulheres se esquecem de tomar pelo menos uma pílula por cartela", revela Claudemir Pereira, gerente da área de Ginecologia & Andrologia do laboratório Schering do Brasil, fabricante de sete marcas de contraceptivos orais.
E por quê isso ocorre?
O principal motivo é o receio que as mulheres têm de sofrer com os possíveis efeitos colaterais.
As mulheres em geral atribuem aos contraceptivos orais distúrbios como retenção de líquido, cefaléia, dores nas mamas e irritação gástrica.
Para os especialistas da área esses medos não passam de mitos. "Hoje os anticoncepcionais possuem um décimo da quantidade de hormônios que as primeiras pílulas.
Com isto se conseguiu diminuir os efeitos indesejados, como náusea, dor de cabeça e aumento de peso, sem que a eficácia do contraceptivo fosse comprometida", afirma o Dr. Álvaro Petracco, professor titular de Ginecologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul.
Entre os produtos mais modernos há Yasmin®, um contraceptivo que contém drospirerona, um hormônio semelhante à progesterona produzida naturalmente pelo organismo feminino.
Entre os produtos mais modernos há Yasmin®, um contraceptivo que contém drospirerona, um hormônio semelhante à progesterona produzida naturalmente pelo organismo feminino.
A substância combate a retenção de líquido, ameniza o inchaço, deixa a pele com aspecto mais saudável e reduz a produção sebácea do cabelo. Para o Dr. Luis Bahamondes, professor titular de Ginecologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), isso ocorre por diversas razões.
"A ação antimineralocorticóide da drospirenona auxilia na prevenção da retenção de líquidos. Outro fator é que a drospirenona melhora a pele graças à sua propriedade antiandrogênica, que reduz a ação dos hormônios masculinos, um dos motivos do aparecimento da acne".
Segundo dados do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), a percepção das latino-americanas sobre os contraceptivos orais mostra que é preciso intensificar a orientação das mulheres sobre o tema.
Segundo dados do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), a percepção das latino-americanas sobre os contraceptivos orais mostra que é preciso intensificar a orientação das mulheres sobre o tema.
Cerca de 75% não sabem como o anticoncepcional funciona, 24% consideram que os hormônios são bons para a saúde e 21% acreditam que os hormônios são "algumas vezes bons, outras vezes maus".
Outro dado curioso é que a metade das mulheres não sabe o que um anticoncepcional contém.
A informação parece ser o melhor remédio para estimular que as mulheres fiquem atentas às orientações dos médicos sobre os contraceptivos orais e seus reais efeitos.
A informação parece ser o melhor remédio para estimular que as mulheres fiquem atentas às orientações dos médicos sobre os contraceptivos orais e seus reais efeitos.
"Apenas para ilustrar, em uma pesquisa sobre fertilidade realizada na cidade de Porto Alegre com população das classes A, B e C, 53% dos entrevistados responderam que os anticoncepcionais orais podem causar infertilidade no futuro.
Este tipo de mito deve ser desfeito", ressalta Dr. Petracco.
Os mitos e verdades sobre o que as mulheres pensam a respeito dos efeitos dos anticoncepcionais, segundo Dr. Álvaro Petracco, professor titular de Ginecologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul.
"A pílula engorda porque retém líquido"
Dr. Álvaro: Os contraceptivos usados atualmente contêm doses muito baixas de hormônios e isto não determina, em princípio, o ganho de peso.
Recentemente, com a descoberta de um novo componente das pílulas, a drospirenona, pode-se prevenir a retenção e o excesso de líquidos do corpo.
Os mitos e verdades sobre o que as mulheres pensam a respeito dos efeitos dos anticoncepcionais, segundo Dr. Álvaro Petracco, professor titular de Ginecologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul.
"A pílula engorda porque retém líquido"
Dr. Álvaro: Os contraceptivos usados atualmente contêm doses muito baixas de hormônios e isto não determina, em princípio, o ganho de peso.
Recentemente, com a descoberta de um novo componente das pílulas, a drospirenona, pode-se prevenir a retenção e o excesso de líquidos do corpo.
"A pílula provoca acne"
Dr. Álvaro: As pílulas chamadas de "terceira geração" contêm progestógenos sem ação androgênica (como gestodeno e desogestrel) e não provocam acne.
Por outro lado, existem pílulas que podem ser usadas no tratamento da acne por conterem hormônio que diminuem a ação androgênica sobre o folículo pilo-sebáceo. São os anticoncepcionais que contêm na sua formulação a ciproterona e a drospirenona.
"Sinto mal estar toda vez que tomo a pílula"
Dr. Álvaro: No início do uso do contraceptivo, por aproximadamente 3 a 4 meses poderá haver sintoma de adaptação. Caso os sintomas permaneçam, é necessário buscar ajuda médica para rever se a formulação da pílula é a mais adequada para aquela usuária.
"A pílula aumenta os sintomas da tensão pré-menstrual (TPM)"
Dr. Álvaro: Os contraceptivos podem diminuir os sintomas da TPM. Quando os sintomas da TPM são principalmente relacionados à retenção de líquido, cefaléia e sensação de aumento de peso, os contraceptivos com drospirenona são os mais indicados, pois diminuem significativamente este tipo de sintomatologia.
Crédito:Silvia Torrano
Autor:Silvia Torrano
Fonte:Burson-Marsteller Brasil