Rio de Janeiro, 20 de Abril de 2024

A necessidade de mudar o estilo de vida

A necessidade de mudar o estilo de vida
A constante preocupação em atingir metas puramente materiais está contribuindo para uma falsa sensação de realização do indivíduo. Num mundo onde o ter predomina sobre o ser, o homem moderno está passando por mudanças profundas no seu modo de viver, nos seus valores sociais e religiosos. E tem pago caro por isso. Como não chega a lugar nenhum, ele se questiona: "Se consegui tanto, por que não estou feliz?";  "Por que me sinto tão mal fisicamente?;  Por que o meu desejo sexual desabou?"....  
 
               
A resposta à essas indagações certamente passa pelo conceito de stress.  Entendendo o stress como um conjunto de reações químicas do organismo frente a uma condição nova que requeira adaptação,  tolerância ou superação, podemos concluir que o homem moderno, na busca de status e poder, sobrecarrega seu organismo de tal forma que, não conseguindo se adaptar a tal situação, dá início a uma série de transformações orgânicas e psicológicas que alteram a harmonia de seu corpo.
 
               
O poder e o status, por si mesmos, é bom ressaltar, não são causadores de stress.  Porém, a ambição por atingi-los,  a frustração por não alcançá-los, a luta diária em busca de espaço nas empresas, as cobranças por resultados e os conflitos com subordinados, entre outros, são potencialmente geradores de stress.
Considerando que as doenças do coração são responsáveis por 40% dos óbitos nas grandes cidades, a busca de status e poder desponta como
fator psicossocial que atua no desenvolvimento dessas enfermidades, ao lado de outros fatores de risco tão relevantes quanto o diabetes, o tabagismo,  o sedentarismo e a obesidade.
    
 
Quando nos referimos ao stress, falamos do stress crônico, constante, aquele que gera doenças. Este provoca em nosso corpo a produção de dois hormônios: a cortisona, que mobiliza as gorduras acumuladas no organismo  e produz aumento do colesterol, reduzindo as imunidades e espessando o nosso sangue; e a adrenalina, que estreita a luz das artérias, gera taquicardia e aumenta a pressão arterial. É nesta condição que o indivíduo se encontra mais vulnerável e pode desenvolver doenças derivativas, como hipertensão arterial, angina de peito, infarto agudo do miocárdio, úlceras,
gastrites, colites, queda do desejo sexual,  insônia, fobias, depressão, irritabilidade etc.
    
 
Assim, homens e mulheres ambiciosos e competitivos pagam um preço extremamente caro: o de se tornarem, ainda em idade produtiva,
fisicamente limitados ou mesmo de morrerem precocemente.  De qualquer maneira, deixam de usufruir, no todo ou em parte, da qualidade de vida pela qual tanto se sacrificaram, na ânsia de alcançá-la.
 
    
A vida dessas pessoas começa a melhorar quando percebem a necessidade de mudança de hábitos nocivos à saúde, para os quais até então, pouco davam importância. E, normalmente, as mudanças de estilo de vida ocorrem, após traumas importantes, seja no campo físico ou emocional. As atividades do dia-a-dia, como reuniões, telefonemas, compromissos sociais etc., devem ser racionalmente planejadas. É imperativo, por outro lado, manter uma atividade física regular, associada à alimentação saudável e à abstenção do tabagismo.
 
    
Após examinarmos mais de 20.000 clientes em nossas clínicas, observamos que 70% dessa população de executivos (homens e mulheres)
convivem com altos níveis de stress. É importante que o indivíduo reconheça no seu corpo as agressões provocadas pelo stress do cotidiano.  Somente através de um check-up médico completo esses fatores de risco são identificados e, a  partir daí, através de programas de saúde  individualizados, minimizados ou eliminados. É a receita de uma vida saudável, com a qual será possível enfrentar os desafios do dia-a-dia com maior vitalidade.

Crédito:Gilberto Ururahy

Autor:Gilberto Ururahy

Fonte:Universo da Mulher