Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Violência doméstica

A violência doméstica infelizmente é uma realidade que está longe de acabar, mesmo com o combate no país, apesar de ter tido um grande avanço nos últimos anos, principalmente no que se diz respeito à legislação onde persegue e pune os agressores.

Ainda tem um longo caminho pela frente, é importante lembrar que quando falamos de violência contra a mulher não são apenas agressões físicas, esse é um assunto muito delicado, de uma cultura que está enraizada na nossa sociedade.

E só com muita luta e conscientização que vamos conseguir acabar de vez com essa realidade sofrida por tantas mulheres Brasil afora. A violência não tem classe, pode ser sofrida tanto por uma simples lojista até uma empresária bem-sucedida.

Por isso é importante para todos, até mesmo funcionários de uma empresa de cozinheira residencial, entenderem os diversos tipos de violência para conseguir identificar, combater e lutar por todas as mulheres.

Mas não podemos nos esquecer das conquistas ao longo desses anos e lutas pelas mulheres.

A Lei Maria da Penha, que foi sancionada em 2006, que criminaliza a violência doméstica, é um grande marco para o nosso país e é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no que diz respeito à violência contra a mulher.

Entretanto, apesar da legislação de combate a violência contra mulheres, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada ano, mais de um milhão de mulheres ainda são vítimas de violência doméstica no Brasil.

Um número alarmante e que preocupa o poder público, mas principalmente a sociedade como um todo. Não há cortinas em lona que escondam essa realidade do nosso país, por isso não se pode acobertar essa violência, só o debate e a denúncia irão combater.

O que é violência contra mulher?

A violência é qualquer tipo de agressão contra uma mulher, podendo ser física ou mental, qualquer forma de abuso que de alguma forma possa:

  • Inferiorizar;

  • Ofender;

  • Agredir;

  • Abusar psicologicamente.

Essas são práticas que caracterizam a violência contra a mulher, mas entenda que a agressão não é apenas bater, vai muito além disso.

Causas

A principal causa de violência contra as mulheres está relacionada ao machismo e toda estrutura que envolve a nossa sociedade.

Pois o ciúme, a sensação de que a mulher é posse do homem, a necessidade de controlá-la a todo o momento, além da concepção que a mulher deve satisfazer o homem, é a principal causa e efeito da violência doméstica.

 

Tipos de violência contra mulher

Segundo a Lei Maria da Penha, existem 5 tipos de violência contra a mulher, conheça quais são eles.

Violência física

Essa é a forma que a sociedade mais leva em consideração e talvez perceba melhor. Nesse caso, a mulher é vítima de agressões físicas que podem ser desde um simples apertão, até em alguns casos como tortura.

Exemplos desse tipo de violência são: empurrar, bater, apertar, arremessar objetos, amarrar, entre outras práticas.

Violência psicológica

Qualquer ato que possa causar danos psicológicos ou emocionais às vítima, como ameaças, humilhação, manipulação, isolamento, constrangimento, chantagens como “se você fizer tal coisa, irei terminar com você”, além da vigilância constante.

Nesses casos a vítima não se dá conta que está sofrendo esse tipo de abuso, pois esses atos costumam ser sutis e aos poucos. Quando percebe, já se afastou dos seus amigos, familiares e vive em constante medo.

Até coisas simples como a instalação de ar condicionado residencial onde precise chamar um técnico te causa pavor, pois tem medo do que o seu parceiro irá pensar.

Violência sexual

É a conduta que impõe que a mulher assista, participe ou realize qualquer ato sexual ao qual ela não deseja. Essa violência é muito associada ao estupro, mas é importante saber que violência sexual não é apenas isso.

Atos mais sutis como impedir que a mulher faça o uso de métodos contraceptivos e forçá-la a realizar atos sexuais só por estar casada é uma forma de violência sexual, tal como forçar o beijo ou qualquer outro contato íntimo.

Violência patrimonial

É a retenção de pertences e documentos, subtração ou destruição de bens. Por exemplo, a mulher comprou um balcão refrigerado inox e o seu parceiro o destruiu, pois sabia o valor que aquele objeto tinha para ela, apenas para puni-la.

Além da subtração de valores e qualquer recurso econômico que essa vítima possa ter, o não pagamento de pensão para os filhos do relacionamento também é considerado um caso de violência patrimonial.

Fazer com que a pessoa saia do trabalho para que ela não tenha nenhuma renda e dependa economicamente do homem também faz parte dessa violência.

Ou seja, a mulher trabalha numa empresa de montagem industrial e o seu marido a convenceu ou praticamente a obrigou a largar o emprego e ficar em casa.

Todas essas práticas fazem com que a vítima não tenha autonomia econômica, o que a faz se manter em relações tóxicas e perigosas pelo simples fato de não ter condições financeiras para conseguir sair de casa.

Violência moral

É o ato de caluniar, difamar e cometer qualquer injúria contra uma mulher. Entra nesses casos o vazamento de fotos íntimas da vítima.

A violência moral faz com que a mulher perca toda sua credibilidade com seus familiares, amigos e principalmente no ambiente de trabalho, pois dependendo da difamação ou do que foi exposto sobre ela, não será fácil conviver com as pessoas.

Tudo gera vergonha e culpa. Exemplo: uma mulher que é CEO de uma empresa de instalação de alarme de incêndio, ao ter suas fotos íntimas vazadas e saber que todos em seu trabalho sabem, não vai mais se sentir segura nesse ambiente.

Alguns tipos de violências podem até parecer normais no primeiro momento, ou que não tenham tanta importância assim, mas é preciso que fiquemos atentos para que nenhuma mulher sofra desses abusos.

Quando a violência é tolerada, tende a se tornar cada vez mais comum e ninguém mais se impressiona com isso, por isso é importante identificar e punir o agressor para que a sociedade entenda de uma vez por todas.

Como combater a violência contra mulher?

O combate deve ser feito diariamente, e não deixar para que se faça algo em situações extremas. Denunciar e combater a violência contra as mulheres é um dever da sociedade como um todo.

Discutir a masculinidade tóxica

O conceito de masculinidade tradicional precisa ser discutido e revisto. Aquela ideia de que o homem pode tudo e a mulher tem que apenas submeter às suas vontades é um pensamento ultrapassado e que pode muitas vezes acarretar diversas violências.

É importante entender que frases sutis, como falarem que homem não chora e mulher nasceu para servir o seu esposo, pode contribuir para uma sociedade machista. Reveja o seu conceito sobre masculinidade, abra debate com seus amigos.

Abolir expressões machistas

Elas parecem inofensivas, mas as expressões machistas objetificam o corpo feminino e contribuem para a violência contra a mulher, além de constrangê-las.

Reprove as piadas machistas

Assim como as expressões, elas alimentam os estereótipos em torno das mulheres e do seu corpo.

Exemplo: em uma roda de conversa de uma empresa de serviços de limpeza, ao perceber que alguém soltou uma piada machista, explique porque aquele tipo de piada não é aceitável ou engraçada.

Afinal, uma piada só é engraçada se todos estão rindo, ofender uma classe de pessoas é tudo, menos humor.

Ouça o que as mulheres têm a dizer

Muitas mulheres sofrem por anos com violência doméstica sem se dar conta do que está acontecendo de fato, por isso o diálogo é importante, assim as mulheres podem ajudar umas às outras, identificando e combatendo esses comportamentos.

Incentive a liderança de mulheres

Só com mulheres no poder será possível uma mudança verdadeira na sociedade, por isso incentive mulheres a serem líderes, e acima de tudo vote em mulheres, pois elas têm o grande poder de entender a realidade e oferecer mudanças.

Equiparação salarial

Essa é uma forma de diminuir a diferença entre os gêneros, com mulheres recebendo um salário justo pelo seu trabalho e igual aos dos homens que estão no mesmo cargo, para que elas consigam crescer profissionalmente e alcançar seu destaque.

Nunca culpe a vítima

Lembre-se que a culpa nunca é da vítima, ela não escolheu que aquela situação acontecesse com ela. Tendo provas, como ao usar um sistema gravação de ligações ou não, é importante que se leve em consideração a palavra dela.

Pois nem sempre é fácil conseguir provas contra o agressor, como no caso de violências psicológicas, onde ele se utiliza de mecanismos mentais para atingir essa mulher.

Ao se pensar ao contrário, estamos legitimando a violência contra a mulher e justificando as agressões para amenizar a culpa do agressor.

Esse é um problema da sociedade, mas acima de tudo do poder público, que precisa investir cada vez mais em ações de combate à violência.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

 

 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Jennifer Khauffman

Fonte:Guia de Investimento