Rio de Janeiro, 02 de Maio de 2024

Caça às bruxas

Caça às bruxas
Bussunda abandonar o barco antes do tempo foi um mau presságio.
 
Se não puder falar mal no inferno da derrota, que resta ao torcedor?
Quem quiser se abrigar em seu espírito maternal e na blindagem do politicamente correto, que faça bom proveito.
 
Que história é essa de transformar em jogo de compadres a disputa com os franceses em virtude da maioria ser companheiro de clube europeu?
Esqueceram de avisar o elegante e magro Zidane, que está se despedindo do futebol em alto nível.
Ao contrário de Ronaldo, que teve a audácia de querer se recuperar de sua obesidade em plena Copa.
 
Isso é chamar o técnico de burro. E a nós, torcedores.
Ficar atarracado, perder o pescoço, crescer nas mamas, é troço que qualquer artista de cinema e TV tira de letra. A sobrevivência fala mais alto. Mas a seleção brasileira está com a vida ganha; nós, os órfãos, é que não.
 
O técnico não podia se deixar levar pelo prestígio de jogadores como Cafu - que se acha imortal.
Melhores que ele ainda são o capitão do tri, Carlos Alberto, e o bicampeão em 58 e 62, Djalma Santos, que acabou de casar aos 77 anos.
 
Parreira injustiçou Robinho e Cicinho por receio em substituir e não dar certo, por pavor em mexer no time e por medo de perder. O teimoso não é como o Felipão que usou todos os 21 jogadores na Copa de 2002, surpreendendo a Turquia com a arrancada espetacular do reserva e gordo Luisão no 2º gol.
 
Onde já se viu o tecnológico Parreira treinar a seleção todos os dias em um campo reduzido e com os jogadores fora da posição?
Peladas e mais peladas em vez de esquema tático para aprender a se livrar das ciladas de outros técnicos.
 
Descansado na auto-suficiência de não ver limitações no seu time, bastaria apenas fazê-lo jogar sem a bola.
Não havia plano B nem C, Parreira fracassou ao não conseguir trazer o futebol jogado pelas estrelas na Europa para a seleção. À espera de um milagre que não aconteceu.
 
O esquema tático de Parreira falhou por onde não soube encerrar a carreira de Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo, os mesmos que não participaram do quadrado mágico que venceu brilhantemente a Copa das Confederações.
Por onde apagou o brilho do astro Ronaldinho Gaúcho, propagado em dezenas de anúncios e outdoors.
 
Por respeitar o currículo do Kaká do Milan em detrimento de Robinho, reserva no Real Madrid.
 
Por jogadores se comportarem como robôs perante a ditadura do técnico.
Já vai longe a geração de 58, que abriu caminho para mostrar ao mundo a magia de nosso futebol, quando impôs Pelé e Garrincha ao gordo Feola. Como todo técnico, não enxergou o óbvio.
 
Não há outra coisa a fazer senão enterrar esse timinho.
O primeiro a comer capim pela raiz é Roberto Carlos, ainda mais depois de mandar a torcida que o apupava calar a boca.
 
Favoritismo, onde?
Já foi para a cloaca.
 

 

 


Crédito:Antonio Gaio

Autor:Antonio Gaio

Fonte:Universo da Mulher