Rio de Janeiro, 03 de Maio de 2024

Diabetes, pressão alta e osteoporose podem ser evitadas através da medicina preventiva

Diabetes, pressão alta, osteoporose podem ser evitadas.
É preciso difundir a importância da medicina preventiva
 
 
Você nunca foi ao médico, nunca fez um exame, e, ainda, se gaba disso?
 
 
Segundo dados divulgados em abril, pelo IBGE, para cada 100 jovens, há 25 idosos no Brasil. O número de brasileiros maiores de 60 anos é de cerca de 17,6 milhões, o que significa dizer que 9,7% da população brasileira é composta por pessoas da terceira idade. O País está na lista dos 10 países com maior população de pessoas idosas em termos absolutos do mundo. Segundo o IBGE, o Brasil ocupa a oitava colocação, à frente de Itália e França. Os primeiros do ranking são China, Índia, Estados Unidos, Japão, Rússia, Alemanha e Indonésia. O brasileiro já vive, em média, 71,3 anos.
 
É necessário estar preparado para envelhecer. “Precisamos nos adaptar a essa nova fase da vida, que pode ser melhor quando temos saúde. À medida em que envelhecemos, nos tornamos mais vulneráveis. Precisamos encarar a nova condição com bom humor e otimismo, afinal de contas, muito ainda está por vir e dependendo do empenho pessoal de cada um, esta etapa da vida pode ser maravilhosa”, afirma a endocrinologista e nutróloga, Ellen Simone Paiva, diretora-clínica do CITEN, Centro Integrado de Terapia Nutricional.
 
“Quando afirmamos que ‘o futuro a Deus pertence’, podemos estar transferindo muita responsabilidade a Ele e ao mesmo tempo, nos eximindo da nossa própria responsabilidade”, diz a médica. “Na verdade, o futuro nos pertence. É nossa responsabilidade. É nosso o desejo de viver bem a terceira idade, com saúde”, defende Ellen Paiva. Grande parte dos males que assolam a humanidade não são fatalidades, são doenças evitáveis. Aqui, entram o bom senso e a vontade de envelhecer bem. “Nosso estilo de vida, nossos hábitos alimentares e nosso acesso à medicina preventiva fazem diferença na velhice. Muitas doenças podem ser diagnosticadas precocemente e até mesmo evitadas, quando fazemos exames de rotina”, explica a especialista.
 
 
 
Prevenindo o diabetes
 
 
A negligência ou o descaso com a própria saúde não devem fazer parte da terceira idade. A médica exemplifica a situação, citando que, geralmente, o diabetes é diagnosticado tardiamente, pois o paciente só apresentará os sintomas da doença, quando o açúcar do sangue ultrapassar 180mg/dL. “Para alcançar este nível, podemos levar longos anos de doença instalada e não diagnosticada. Nesse período, a pessoa será muito mais vulnerável a doenças como obesidade, hipertensão arterial, doenças coronarianas, problemas ginecológicos e obstétricos, dificuldade de cicatrização de feridas e sintomas inespecíficos como cansaço e dores nas pernas”, afirma Ellen Paiva.
 
Muitos descobrem o diabetes quando sofrem um infarto ou um derrame e seus exames revelam a doença até então desconhecida. “Mas, na verdade, a doença já estava instalada, há muito tempo, minando a saúde silenciosamente”, alerta a endocrinologista. O diabetes é uma das doenças que podem ser prevenidas. “Atualmente, podemos saber com antecedência quando o filho de um paciente diabético vai ficar diabético também. Chamamos essa condição de pré-diabetes. Podemos prevenir a evolução da doença através de mudanças no estilo de vida, orientação nutricional e medicamentos”, explica a médica.
 
Segundo Ellen Paiva, o exame indicado para esse paciente, pré-diabético, é a medição da taxa de glicemia em jejum. “Quando houver valores limítrofes desta ou obesidade central - aquela principalmente de barriga - e antecedentes familiares de diabetes, podemos lançar mão do teste de tolerância à glicose, a curva glicêmica”, informa. Alguns pacientes podem apresentar glicemia em jejum normal, mas a curva glicêmica irá revelar o diabetes, com certeza.
 
 
Sem pressão alta
 
 
A hipertensão arterial é outra doença que, muitas vezes, aparece em meio a uma catástrofe familiar: geralmente, um infarto ou um derrame. “Mas ela pode também evoluir tão silenciosamente e durante tanto tempo que a conseqüência crônica mais terrível é a insuficiência renal que torna o paciente dependente de diálises ou de um transplante renal”, afirma a médica.
 
A maioria das pessoas com pressão alta não tem os sintomas clássicos da doença: dores de cabeça e tonturas. “Entretanto, o diagnóstico da doença é feito por uma simples medição no consultório médico”, diz a endocrinologista.
 
Atualmente, a hipertensão arterial vem se manifestando cada vez mais cedo, em idades cada dia inferiores. “Logo, a pressão arterial deverá ser aferida desde a infância, principalmente em crianças obesas e que têm pais diabéticos”, defende a diretora-clínica do CITEN.
 
 
 
Doenças tireoideanas
 
 
Entre as doenças tireoideanas, a mais comum é o hipotireoidismo, ou seja, uma incapacidade da tireóide de produzir o hormônio essencial à vida, chamado tiroxina, ou T4. “Este hormônio é responsável pelo desenvolvimento neurológico da criança, participa de seu crescimento e intelecto, é fundamental para a produção do calor corporal e participa da eliminação da água corporal e das funções do coração. É fundamental ao nosso metabolismo”, explica Ellen Paiva.
 
A redução da produção desse hormônio é lenta e permite que, paulatinamente, o corpo vá lançando mão de mecanismos de compensação, de modo que se passam vários meses até que o paciente procure um  médico. “Os sintomas da carência hormonal são tão vagos e inespecíficos que o paciente não percebe que está doente. Parece desânimo, cansaço, ou até preguiça, mas tudo vai se tornando muito cansativo”, diz a médica.
 
“Neste caso, o diagnóstico também pode ser feito com facilidade, basta dosar os hormônios TSH, T3 e T4 por meio de em exame de sangue, feito em laboratório. Nem há necessidade de jejum. Além disso, também podemos, em muitos casos, saber quem vai desenvolver a doença, bem antes que a disfunção ocorra, através de outro exame de sangue, que revela a dosagem dos anticorpos contra a tireóide, que vão denunciar uma falência atual ou futura, dos hormônios”, explica a endocrinologista. Este exame pode ser feito em qualquer fase da vida, especialmente, na adolescência, em filhos de pais que apresentam doença tireoideana.
 
 
 
Luta contra a osteoporose
 
 
A osteoporose é outra doença que evolui durante anos sem apresentar sintomas. “Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a osteoporose não causa dor óssea. Somente quando há microfraturas, que chamam a atenção pela ocorrência de dor, após uma virada brusca ou o simples ato de tossir ou espirrar”, destaca Ellen Paiva.
 
A osteoporose caracteriza-se pela perda progressiva da estrutura de cálcio, que dá a firmeza e a sustentação ao esqueleto. É mais comum nas mulheres na peri-menopausa. “O diagnóstico da doença também é simples. É feito por meio de um exame chamado densitometria óssea, que faz a contagem absoluta da quantidade de cálcio dos ossos, de maneira simples que lembra um exame de raios X”, diz a endocrinologista. Esse exame deve ser realizado em várias condições médicas que facilitam a ocorrência de osteoporose e no climatério. “O exame não é somente para diagnóstico, uma vez que antes da osteoporose se instalar, ele já sinaliza a redução da massa óssea: a osteopenia, que pode evoluir para a osteoporose”, explica a médica.
 
 
Doenças hepáticas
 
 
As doenças hepáticas crônicas merecem um tópico na discussão de uma velhice saudável. Entre elas, estão as hepatites virais crônicas, causadas pelo vírus B e C. A hepatite causada pelo vírus A, geralmente tem cura definitiva e não cronifica.
 
A evolução da hepatite é assintomática. “Muitas vezes, a pessoa nem sabe que teve hepatite um dia, pois a fase aguda também pode ter passado despercebida. O diagnóstico ocorre quando a doença evolui para quadros mais graves de cirrose ou câncer de fígado”, alerta a médica.
 
Dosagens sangüíneas das enzimas do fígado, uma rotina de exames de check up, seguidas pela pesquisa dos marcadores virais podem fazer o diagnóstico da hepatite. Esses exames podem detectar a infecção crônica assintomática, muito antes de ocorrer a lesão definitiva do fígado, permitindo o tratamento clínico, que tem poupado os pacientes da cirrose e do câncer do fígado.
 
 
Disfunções nutricionais
 
 
Algumas disfunções nutricionais também podem ser diagnosticadas através de consultas médicas e comprovadas através de exames laboratoriais. “Dentre estas estão as anemias e as carências de ferro e vitamina B12 que podem ser diagnosticadas através de um hemograma e tratadas com a dosagem específica desses dois micronutrientes”, diz Ellen Paiva.
 
“Além das doenças que enumeramos aqui, existem várias outras que podem ser prevenidas ou diagnosticadas precocemente, através de exames médicos e laboratoriais de rotina, com o objetivo de assegurar uma velhice saudável, plena de vida”, aconselha a endocrinologista Ellen Paiva. Como recomendação final, a médica destaca que é importante fazer pelo menos uma consulta médica anual, “o que vai auxiliá-lo a ter uma relação mais responsável consigo mesmo na velhice”, conclui.

 
Ellen Simone Paiva
 
Médica especializada em endocrinologia e nutrologia. Mestre em Medicina na área de nutrição e diabetes pela USP. Titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, SBEM e da ABRAN, Associação Brasileira de Nutrologia. Diretora clínica do CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional.
 
 
CITEN
 
O CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional – é uma clínica voltada à terapia nutricional de doenças crônicas em nível ambulatorial. Está apto a atender adultos e crianças, pois conta com equipe multidisciplinar altamente qualificada composta por médicos, nutricionistas, psicólogos e psicanalistas, devidamente credenciados junto às sociedades e instituições de classe nacionais e internacionais. Os cuidados com o contínuo desenvolvimento tecnológico – sejam em termos de tratamentos médicos como de equipamentos e de recursos instrumentais e medicamentosos – também merecem destaque no CITEN.
 
SERVIÇO:
CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional
Endereço: Rua Vergueiro, 2564.
Conjuntos 63 e 64
Vila Mariana
São Paulo-SP
CEP: 04102-000
Atendimento: De segunda a sexta.
Horário: 08h30min às 18h30min horas.
Telefone: (11) 5579 1561/5904 3273.
 

Crédito:Márcia Wirth

Autor:Ellen Simone Paiva

Fonte:Excelência em Comunicação