Rio de Janeiro, 05 de Maio de 2024

Técnica pouco popular no Brasil trata varizes sem cirurgia

Técnica pouco popular no Brasil trata varizes sem cirurgia
As varizes não são apenas um problema estético: são também um caso de saúde pública. 15% da população mundial acima de 20 anos sofre da doença, que pode chegar a estados bem graves. As varizes são veias tortuosas e dilatadas que com o passar do tempo podem provocar feridas nas pernas.
 
 
Dados do Ministério da Saúde revelam que as varizes são a 14ª. causa de afastamento do trabalho no Brasil. O mesmo Ministério instituiu o mutirão da cirurgia de varizes, que incentiva o tratamento da doença. Mas ao contrário da operação de cataratas, que teve uma campanha recentemente, a que elimina varizes é mais complexa e demorada, exige anestesia geral ou peridural, pelo menos um dia de internação e até 15 de afastamento das atividades normais. Todo esse dolorido processo torna difícil a opção até de quem pode arcar com os altos custos da operação e não precisa esperar cerca de quatro anos por uma cirurgia em um hospital público.
 
 
O Dr. Eduardo Toledo de Aguiar, cirurgião vascular e professor livre-docente pela Universidade de São Paulo, propõe uma técnica capaz de solucionar o problema de uma maneira menos traumática e mais barata. A escleroterapia com espuma, que consiste na aplicação de um medicamento (e pode ser feita no consultório), elimina a veia doente da circulação como se o cirurgião a retirasse. Sem anestesia, cortes ou pós-operatório.
 
 
 
A doença
 
Para entender a doença é necessário saber que veias são vasos que trazem o sangue de volta ao coração. Como os humanos crescem em pé, o sangue das pernas, para fazer este trajeto, tem que vencer a ação da gravidade.
 
 
Assim, o indivíduo ao caminhar contrai a musculatura que comprime as veias das pernas empurrando o sangue para cima, em direção ao coração. Para impedir que o sangue caia de volta aos pés, as veias possuem válvulas no seu interior que, ao fecharem, impedem que a coluna de sangue caia.
 
 
Se as veias se dilatarem acima de determinado limite, as válvulas perderão sua função e o sangue, pelo seu próprio peso, provocará aumento da pressão nos tecidos mais próximos. Este aumento de pressão provocará pequenas hemorragias que mancharão a pele de cor castanha, o que diminuirá sua nutrição e dificultará a cicatrização de qualquer trauma. Nestas condições, mesmo uma pequena batida desencadeará o aparecimento de uma ferida crônica: a úlcera varicosa.
 
Todo este processo se dá ao longo de anos. A causa da dilatação das veias ainda não está determinada, logo, é impossível tratá-la. “Conclui-se, portanto, que qualquer tratamento, por melhor que seja, acompanhe-se de uma taxa de retorno de doença. O importante é que sejam evitadas as complicações da doença varicosa”, explica Dr. Eduardo.
 
 
A técnica
 
A escleroterapia com espuma foi desenvolvida por médicos europeus no final da década de 80. Ao invés da extração das veias, um medicamento em forma de espuma, parecida com a de barbear, é aplicado. O polidocanol é um medicamento antigo, cuja eficácia era prejudicada porque, em sua forma líquida, era facilmente absorvido pela corrente sanguínea. Como a espuma é densa, ela fica concentrada na variz por mais tempo e murcha seu volume instantaneamente. Dentro do organismo, a veia vai, aos poucos, sendo absorvida. Com este método, é possível tratar até úlcera abertas.
 
 
Sem os riscos de uma cirurgia, a aplicação pode ser feita no próprio consultório. Ao contrário da inatividade imposta pela cirurgia tradicional, são poucos os cuidados que o paciente deve ter após a aplicação. Meias elásticas devem ser usadas durante o dia por um mês e exercícios – como caminhar diariamente por 5km – são necessários por esse período.
 
 
86% dos casos podem ser resolvidos com apenas uma aplicação. “Existem alguns efeitos colaterais pequenos, como tosse e manchas amarronzadas, que podem levar de um a doze meses para desaparecer. Na maioria dos casos, essas manchas somem em no máximo três meses, depende de cada organismo”, avisa Dr. Eduardo. As manchas acontecem porque o medicamento causa uma inflamação na veia, que será absorvida pelo organismo.
 
 
A literatura médica já comprova a eficiência da escleroterapia com espuma. Já são mais de 12 mil casos bem sucedidos pelo mundo. Só no consultório do Dr. Eduardo, mais de 400 casos já foram atendidos. No IV Encontro São Paulo de Cirurgia Vascular, que aconteceu em março de 2006, a técnica foi considerada pelo Drº John J. Bergan (conferencista americano convidado), como o tratamento que deve substituir a cirurgia de varizes convencional.
 
 
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Crédito:Luiz Affonso

Autor:Mariana Paker

Fonte:Central de Fontes Comunicação