Rio de Janeiro, 25 de Abril de 2024

Os braços de Morfeu

Carta da Leitora:
 
 
Sou uma mulher bonita, atraente, divertida e realizada profissionalmente. 
 
Hoje tenho 37 anos, e há cinco anos me casei com um homem que posso considerar bom pai, bom marido e companheiro.
 
 Nunca fui apaixonada por ele, mas quando nos conhecemos ele me apresentou um mundo que até então eu nunca tinha vivido, e resolvi me dar essa oportunidade. 
 
Temos uma boa qualidade de vida e uma boa vida social. Porém, mesmo com tantas qualidades que ele possui, não sou realizada sexualmente. 
 
Ele me procura sempre, gosta de ir a motéis e sempre vibra com minhas fantasias, roupas e acessórios, mas não me sinto satisfeita. Já tive orgasmos com ele, mas não são freqüentes. Enquanto a maioria das minhas amigas reclama que o marido não é carinhoso, que não se interessa pelas preliminares, o meu marido é justamente o contrário, ele é um “lorde” na cama. 
 
E é isso que me deixa insatisfeita, pois o que desejo é justamente um homem canalha, safado na cama. 
 
Já conversei com ele. Já tentei dar uma animada no ato sexual, pedindo e dizendo coisas, mas não adianta.
 
Quando ele tem vontade de fazer sexo comigo ele pede para fazermos amor, e fica irritado quando eu digo que quero fazer sexo. 
 
Foi então que apareceu um homem do meu trabalho, que também é casado. Ele não faz meu tipo, no entanto, numa festa da empresa em que trabalhamos, acabou rolando. 
 
De lá pra cá nós nos encontramos toda semana, e eu, mesmo com culpa, não consigo parar de desejar, pois ele é o oposto do meu marido e faz com que eu me sinta realizada na cama. 
 
Já pensei em me separar, mas não tenho coragem. 
 
O que eu devo fazer?
 
 
Resposta:
 
Os braços de Morfeu.
 
Ler a sua carta me fez lembrar minha avó a qual dizia às minhas primas que homem não gosta de mulher vulgar, mas que elas deveriam se comportar como uma meretriz na cama, porém agirem como uma “Lady” na sociedade.
 
 E me parece que a mulher (moderna ou não) também tem o estereótipo do homem ideal: o cavalheiro que abre a porta, que troca a lâmpada, que manda flores. 
 
Mas na cama, ahhhhh!, na cama ele tem que ter pegada, tem que ser viril, tem que ter um toque de latinidade e exalar testosterona! 
 
Seus questionamentos são pertinentes, porém acho justo você se fazer uma pergunta básica: se o seu marido fosse um amante perfeito e fizesse com que você fosse sexualmente realizada, mas não fosse um bom companheiro, não fosse um bom marido, nem fosse gentil, você estaria insatisfeita e se questionando se esse seria o homem com o qual você gostaria de continuar casada? 
 
Essa questão não é exclusividade da mulher. 
 
O homem também se vê em dilemas, sempre esperando ou buscando alguma coisa.
 
 Esse talvez seja o mal da sociedade moderna, estamos sempre procurando ou buscando algo, seja um corpo sarado, seja uma promoção no emprego, seja mostrar para todos nossos amigos a própria felicidade no Facebook. 
 
Acredito que o caminho das respostas que você procura estão nos questionamentos de que tipo de vida você quer levar, do que você realmente precisa para ser feliz. Se a resposta for uma vida sexual plena, acho que você deve sim reavaliar seu casamento.
 
 Mas cuidado, a meu ver você não pode responder a essa pergunta enquanto estiver mergulhada da energia sexual perfeita que te envolve nesse momento. 
 
Os braços de Morfeu são mais sedutores do que se imagina. 
 
E você?
Também tem algum problema ou alguma dúvida sentimental?
 
Envie seu e-mail para o psicólogo Thiago Spinelli responder.
E-mail thiago.spinelli@universodamulher.com.br  
 
 
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Thiago Spinelli

Fonte:Universo da Mulher