Rio de Janeiro, 16 de Abril de 2024

Depressão atrapalha relacionamentos

  A depressão é uma das condições mais freqüentes na vida adulta e no envelhecimento afetando de maneira devastadora a qualidade de vida.
 
 Pacientes quando convenientemente tratados, respondem surpreendentemente bem, chegando freqüentemente à remissão completa dos sintomas.
 
 Pessoas idosas costumam apresentar mudanças de humor em função de uma série de condições:
 
 Perdas de parentes e de amigos, do cônjuge, em função de limitações sociais e/ou físicas determinadas por doenças etc.
 
 Não raro o fator econômico-financeiro também causa sintomas depressivos.
 
Frente a uma situação desse tipo, a grande maioria se recupera em dias ou semanas, no máximo em questão de meses e isso não deve ser considerado como doença.
 
 Quanto os sintomas depressivos persistem e atingem um nível que acaba por produzir importante perda de qualidade de vida estamos frente a uma doença que precisa ser devidamente diagnosticada e tratada.
 
 A forma de manifestação é extremamente variável de paciente para paciente.
 
 Certas pessoas perdem a vontade de continuar a viver e expressam esse sentimento por repetidas vezes.
 
 Outros se sentem como um peso  para os filhos e, mesmo deprimidos, acabam escondendo seus sentimentos dos familiares por receio de os magoarem, é chamada "Depressão Mascarada".
 
 Alguns, apesar de não terem motivos óbvios para estarem tristes e desinteressados de tudo e de todos, apresentam quadros de depressão de variada intensidade.
 
 Pacientes depressivos costumam somatizar esse sentimento e se queixam de várias coisas ao mesmo tempo.
 
 Apresentam dores generalizadas, sintomas de desconforto digestivo, desânimo, se cansam com facilidade, as pernas ficam pesadas, têm dificuldades para conciliar o sono, referem alteração do peso e de uma série de outros sintomas.
 
 Dependendo da personalidade e de cada família em particular, tornam-se agressivos, déspotas e não admitem ficarem sozinhos nem por poucos minutos.
 
 Em outros a apatia é a marca registrada e são incapazes em encontrar alegria.
 
 Deixam de freqüentar reuniões sociais, abandonam seus passatempos favoritos, não se importam com seus cuidados pessoais, relutam até em banhar-se.
 
 Tudo parece estar andando devagar, o tempo passando, a vida agora está em preto e branco, perdeu o colorido, nada tem graça e só esperam pela morte.
 
 Infelizmente ainda, existe o mito que depressão é um desvio de personalidade.
 
 Que a pessoa não tem brios. É fraca. Não tem firmeza de caráter. Ela não se ajuda...
 
 Não reagem como deveriam para fazer essa crise desaparecer sem nenhuma outra intervenção que não a pura e simples "força vontade".
 
 Essa é uma mentira que trás efeitos extremamente nocivos e faz com que muitas pessoas deprimidas que poderiam estar sendo devidamente tratadas acabem isoladas em seus cantos desnecessariamente.
 
 A perda do apetite com dificuldades para dormir bem e a alteração do peso são comuns e sugerem fortemente um quadro de depressão.
 
 Certas drogas acabam por produzir estados depressivos e devem merecer a atenção do médico.
 
 Certas doenças freqüentemente são acompanhadas de depressão como a doença de Parkinson, após derrames e nas fases mais iniciais da doença de Alzheimer.
 
 Pessoas idosas com dificuldade de acesso a serviços médicos de qualidade acabam usando a bebida alcoólica como "medicação"  ansiolítica.
 
 O alcoolismo não deixa de ser um sério problema também para essa faixa da população.
 
 O risco de suicídio existe e é maior em homens que moram sozinhos.
 
 Esses pacientes perambulam pelos consultórios médicos e não conseguem alívio para o seu desconforto, pois esse é um diagnóstico difícil de ser feito.
 
 Costumo dizer que todo médico deveria ter a felicidade de, pelo menos uma vez em sua carreira, ter a oportunidade de tratar de um idoso deprimido.
 
 O resultado do tratamento é extremamente eficaz e a alegria recobrada pelo paciente é marcante na vida profissional do médico.
 

 

Dr.Norton Sayeg
 
 
*Médico Especialista em Geriatria e Gerontologia - Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia -Associação Médica Brasileira (AMB).
*Médico Especialista em Sistemas Integrados de Saúde e Administração Hospitalar pela Fundação Getúlio Vargas ( FGV).1983.
*Pós-Graduação em Londres -Inglaterra ( Saint Mark's Hospital ) 1977.
*Presidente Fundador da Associação Brasileira de Alzheimer e Idosos de Alta Dependência( ABRAz)1989.
*Presidente-Eleito- Mundial da International Association of Gerontology.2001.
*Presidente Nacional da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.1996.
*Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção São Paulo.1995
*Autor de vários trabalhos publicados no Brasil e no Exterior em Revistas Científicas e em Congressos Nacionais e Internacionais.
*Autor do Livro : Doença de Alzheimer - Guia do Cuidador.1991.
*Autor do Livro : Enfermedad de Alzheimer em Espanhol.1995.
*Autor do Livro: Vamos Envelhecer Bem.1996.
*Autor do Livro: Enfermedad de Alzheimer Publicado no Chile pela Universidade Católica de Santiago.1999.
*Autor do Livro -*ALZHEIMER - Um Tratado para Profissionais, Familiares e Cuidadores - Editora Yendes.No Prelo -  2009.
*Autor do Livro *ENVELHEÇA COM SAÚDE ! - Editora Yendes - No Prelo -  2009.
*Autor do Livro * IDOSOS FRÁGEIS E ACAMADOS - Guia de Cuidados Domiciliares Editora Yendes.No Prelo -  2009.
*Diretor e Editor Científico do Portal de Conteúdo - www.alzheimermed.com.br
*Diretor e Editor Científico do Portal de Conteúdo - www.envelhecercomsaude.com.br
*Conferencista Internacional Tendo Proferido Centenas de Conferências no Brasil e no Exterior.

   
  
Celular: (11) 7299-1494

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Dr.Norton Sayeg

Fonte:Universo da Mulher