Na época em que cursava a faculdade de Educação Física, em Piedade, na região metropolitana do Rio, a atriz Claudia Rodrigues, então com 18 anos, deixava o carro na garagem e não aceitava carona para voltar para casa. Preferia pegar o trem e enfrentar uma hora de viagem só para fazer uma das coisas que mais gosta até hoje: observar as pessoas.
Foi essa sede de olhar e ouvir os outros que fez com que Claudia, 35, escolhesse o apartamento em que mora há dois anos. Depois de se desfazer de uma ampla casa no Itanhangá, onde ela, que faz a Marinete, do programa humorístico A Diarista, da Globo, estava mais perto do Projac, começou a procurar um novo endereço.
Tinha que ser uma cobertura e precisava ser em um lugar movimentado, próximo ao mundo que a inspira na criação de seus personagens. Achou o que procurava na Gávea, ao lado do shopping no qual Iza, sua filha de 4 anos, adora passear, e do Baixo Gávea, ponto de encontro com os amigos, na maioria, músicos.
Quase ninguém acredita, mas também tenho um lado bastante introspectivo, afirma à Estilo de Vida de julho. Quando está em casa surgem criações como Lidinha, uma personagem bem diferente de Marinete: apanha do marido e desconta a raiva nos filhos. Hilariante, vai ser a estrela do monólogo Eu Matei Jorge, uma peça de Claudia e Miguel Falabella com estréia prevista para este ano.
Enquanto não entra em cartaz, Claudia vem testando o novo papel em pocket shows. Recentemente, fez uma apresentação em Miami. Nas horas livres, ia às compras. Levei uma bolsa e voltei com doze malas. Não posso entrar em lojas de artigos para casa que quero tudo o que vejo pela frente, explica.
O apartamento tem 450 metros quadrados e uma vista invejável. Fiz questão de comprar uma cobertura porque gosto de olhar para o céu. Sempre morei em casa. Não saberia ficar sem um espaço ao ar livre, afirma à Estilo.
Também não se desfez de uma tradição que a acompanha desde criança: tirar os sapatos ao chegar da rua. Na infância, Claudia e sua família moravam no Alto da Boa Vista, bairro bucólico do Rio, cercado pela Floresta da Tijuca. Ela e as outras crianças viviam brincando na lama e no mato. Para entrar em casa, tinha que deixar os tênis do lado de fora.
Na casa dos padrinhos, descendentes de japoneses, o hábito era o mesmo. Por isso, o lobby do elevador virou uma espécie de ante-sala com uma grande sapateira e um pequeno sofá para que os visitantes guardem os sapatos e, descalços, entrem em seu refúgio. Clima mais relaxed, impossível.
Crédito:Karen Moraes
Autor:Cláudia Rubinstein
Fonte:CR Comunicação