Rio de Janeiro, 17 de Maio de 2024

Campanha para adolescentes aborda prevenção às drogas

Campanha para adolescentes aborda prevenção às drogas

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Este mês, a Libbs Farmacêutica dará continuidade à campanha “Curtir a vida na dose certa”.

 

Estão sendo distribuídos 250 mil folhetos e, desta vez, o tema é a prevenção às drogas. Como na fase anterior, cerca de 25 mil ginecologistas recebem material e auxiliam na conscientização das pacientes adolescentes. Com abrangência nacional, a campanha teve início em 2003, com o apoio da Libbs Farmacêutica, e visa orientar sobre cuidados com o corpo.

A idéia de trazer esse tema para a campanha surgiu devido aos altos índices de penetração das drogas entre os adolescentes. Segundo levantamento realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas, a idade de início de consumo de drogas situa-se entre 9 e 14 anos, sendo que, em média, 88% dessa população fez uso de substâncias psicoativas. As drogas mais usadas são o tabaco, os inalantes, a maconha, o álcool e a cocaína. O folder da campanha aponta para os perigos do uso de drogas, inclusive o álcool e o cigarro e o conseqüente benefício em dizer “não” se alguém oferecer drogas.

Segundo Dr. Marcelo Ribeiro, psiquiatra, diretor-clínico da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), há uma série de motivos que levam o adolescente a procurar as drogas. “O adolescente é alguém em busca de novas emoções e sensações. Tudo aquilo que aprendeu com a família precisa ser testado para a consolidação de seu jeito de ser e para a criação do sentido de responsabilidade, e para que, desse modo, ele possa se preparar para a idade adulta. Porém, como todo aprendiz, o adolescente possui menor capacidade de suportar os fatores de estresse e as cobranças sociais, apesar de ter grandes convicções acerca de suas crenças e idéias. Essa realidade, aliada à formação de sua identidade sexual, é muitas vezes vivenciada de maneira angustiante, gerando incertezas e frustrações. Somando-se a isso o senso de curiosidade do jovem, sua necessidade de prazeres imediatos e momentos de baixa auto-estima, temos um contexto de vulnerabilidade ao consumo de álcool e drogas”, explica o médico.

A Dra. Roberta Faria, psiquiatra do Ambulatório de Adolescentes da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) comenta que “o consumo de álcool e drogas faz parte do mundo do jovem. Quando o grupo do qual esse jovem faz parte faz uso dessas substâncias, essa prática aparece quase como uma regra incontestável. Apesar de a maior parte dos adolescentes que experimenta drogas as consome por algumas ocasiões para depois abandoná-las por definitivo, uma outra parte inicia processo de uso abusivo e dependência”.

Os médicos alertam para a questão do uso indiscriminado de álcool e cigarro que, apesar de não serem ilícitos, são considerados drogas. “A palavra ‘droga’ teve seu significado distorcido. O álcool e o tabaco são consideradas drogas psicotrópicas assim como as outras e, apesar de serem permitidas em nosso meio, são as mais associadas ao adoecimento e à mortalidade”, afirma Dr. Marcelo Ribeiro. “O álcool e o tabaco nunca deixaram de ser considerados drogas, mas seu status legal é diferente das outras, por razões pautadas na cultura de cada sociedade. Isso, no entanto, não as torna mais seguras que as outras”, completa Dra. Roberta.

Além das informações sobre a prevenção às drogas, os folhetos da campanha trazem também orientações quanto à contracepção. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a pílula pode ser administrada a partir da primeira menstruação. Ela evita a gravidez precoce, que em grande parte ocorre nos primeiros dois anos após a primeira menstruação. A pílula, se utilizada corretamente, é o método contraceptivo considerado mais eficaz. O texto, porém, alerta que a pílula não protege contra doenças sexualmente transmissíveis e AIDS.

Mais informações sobre cuidados com o corpo e contracepção podem ser encontradas no site www.sabermulher.com.br .

 

AS DROGAS E SEUS EFEITOS

 

É comum que os jovens tenham a curiosidade de conhecer os efeitos das drogas no corpo, afinal todo mundo sabe que elas proporcionam algum tipo de prazer. Entretanto, os prejuízos podem ser muito graves ao corpo, além de tolher a liberdade, por provocarem dependência física ou psíquica.

Dr. Marcelo Ribeiro explica que “o uso de drogas pode desestabilizar o processo de refinamento dos padrões de organização e funcionamento do cérebro, que se dá durante a adolescência e depende das experiências pelas quais o indivíduo venha a passar. Além disso, a busca por adaptação ao mundo a partir de drogas faz com que o sistema nervoso passe cada vez mais a contar com as mesmas para o seu ‘bom funcionamento’, aumentando o risco de dependência e, mais grave, privando o jovem de superar tais deficiências a partir da convivência com terceiros”.

Para entender melhor os efeitos das drogas, elas foram divididas em três classes: as que alteram a percepção, as que diminuem a freqüência de atividade mental e as que estimulam essa freqüência:

 

Drogas que alteram a percepção:

 Exemplos: maconha, ácido lisérgico (LSD), ecstasy. Distorcem a percepção, conhecidas como alucinógenas. Ao consumi-las, o usuário cria uma outra realidade e não consegue ter nitidez e entendimento a respeito do que vê e sente. No caso da maconha, por exemplo, o usuário pode perder significativamente a capacidade de aprendizagem e memorização. O ecstasy, por sua vez, misturado ao álcool ou se ingerido em altas doses, pode levar à morte.

 

Drogas depressoras do Sistema Nervoso Central:

Exemplos: ansiolíticos ou tranqüilizantes, álcool etílico, inalantes ou solventes, opióides (heroína, morfina). Drogas depressoras, causam diminuição na capacidade intelectual, alteração na capacidade de concentração e provocam alteração de humor. Se mulheres grávidas consumirem ansiolíticos, por exemplo, pode haver má formação do feto. O consumo freqüente de álcool provoca cirrose, gastrite, anemia e úlceras cutâneas.

 

Drogas estimulantes do Sistema Nervoso Central:

Exemplos: anfetaminas, cocaína, tabaco e cafeína. Causam euforia e sensação de prazer, inibem o sono e diminuem a sensação de cansaço. O uso prolongado das anfetaminas e da cocaína pode causar a destruição do tecido cerebral. No caso do tabaco, pode haver sérios problemas cardíacos e respiratórios, além de câncer de bexiga, próstata e pulmão. Se consumido durante a gravidez, aumentam as chances de abortamento ou de o feto nascer prematuro.

 

 

Crédito:Ana Beth

Autor:Ana Carolina Prieto

Fonte:Segmento Comunicação