A violência está aumentando o abismo entre o número de homens e mulheres no Brasil.
A Síntese dos Indicadores Sociais de 2003 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em fevereiro de 2005, mostra que a mortalidade masculina por causas não-naturais é mais de 10 vezes maior que à feminina, na faixa dos 20 aos 24 anos, quando mais ocorrem mortes violentas.
O excedente de mulheres cresceu 57% desde 1992.
Em 2003, elas eram 4,3 milhões a mais que eles.
Outro aspecto que diferencia os gêneros diz respeito a quantos vivem só.
Há predominância das mulheres com mais de 50 anos solitárias (71%).
Os maiores grupos de mulheres sozinhas estão no Sudeste (73,2%) e Sul (72,5%). Em 2003, a média era de 95,2 homens para 100 mulheres no País. Na Região Metropolitana do Rio, a relação era de 86,5% para 100. Os resultados refletem crime e condições no trânsito.
Ana Cling Planz, 50 anos, auxiliar de enfermagem e viúva há três meses, engrossa as estatísticas. Ela acha, porém, que a solidão feminina está em todas as idades: Para quem está à procura de um relacionamento, a competição é acirrada. Não é o meu caso. A cunhada, Alcidea Helena Heffner Cling, 68, também viúva, afirma que só aceita um parceiro se for irrecusável.
Além de sozinhas, maior número tem salário mais baixo
O número de mulheres chefes de família é cada vez maior no País.
Isso explica, por exemplo, o motivo de terem prioridade em alguns programas sociais e de geração de renda. Esse aspecto, porém, não altera sua condição de desfavorecimento econômico em relação a homens em todos os níves de escolaridade. No Brasil, metade das que têm ocupação (49%) ganha até R$ 260 (um salário mínimo). Entre os trabalhadores homens, a parcela com esse rendimento é de 32%.
Outro dado é que, em 2003, a participação da ala feminina na População Economicamente Ativa (PEA) que reúne condições para trabalhar aumentou 2,5% na comparação com o ano anterior. Para a ala masculina, esse percentual avançou apenas 1,6% no mesmo período.
Crédito:Fatima Nazareth
Autor:Fatima Nazareth
Fonte:IBGE
