Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2024

Música: incentivo à malhação

Ouvir música durante a atividade física pode ser muito bom

Ouvir o som certo durante a atividade física pode melhorar em até 20% a performance dos atletas, segundo estudo. Batidas rápidas devem ser usadas nas atividades de maior intensidade. As mais calmas ajudam no relaxamento
 
 
Rio - Pessoas que fazem caminhadas ouvindo música ou que logo que sobem na esteira já aumentam o volume do som estão no caminho certo.
 
Ouvir música durante exercícios físicos melhora a performance em até 20%, segundo um estudo do médico Costas Karageorghis, da Universidade de Brunel, na Inglaterra.
 
Mas é importante escolher a música certa para cada atividade: as rápidas devem ser usadas nos exercícios de maior intensidade. Enquanto as faixas mais lentas auxiliam o aquecimento e trabalhos de alongamento.
 
“Ao invés de colocar um único tipo de música, em volume alto, para todas as áreas da academia, seria melhor abaixar o volume, para os que estão em bicicletas e esteiras possam ouvir suas listas pessoais, enquanto os que estão levantando peso possam ouvir outro ritmo”, defende o pesquisador.
 
Sincronizar as batidas com o ritmo do exercício é o segredo: o trabalho de Karageorghis mostra que, ao ritmo da música, as pessoas utilizam 7% menos de oxigênio do que quando se exercitam no silêncio.
 
Professor da clínica médica da Uni-Rio, Marcos Benchimol diz que músicas com ritmo acelerado motiva o atleta.
 
Ele cita o exemplo de um estudo indiano publicado há alguns anos.
 
Na pesquisa, um grupo fez exercício ouvindo música, e o outro não. Ficou comprovado que o grupo que pedalou ao som das batidas teve melhor desempenho.
 
U2 e Paralamas do Sucesso na lista
 
“O ideal é que sejam músicas agitadas, que a pessoa goste. Ao final do esforço, é bom escutar um som mais calmo para facilitar o relaxamento dos músculos. Mas é preciso ter cuidado caso a pessoa use fones de ouvido para não prejudicar a audição”, diz Benchimol, que é cardiologista.
 
O fundador da assessoria esportiva Run&Fun, Mario Sergio Andrade Silva, concorda com os benefícios da música.
 
‘Para um treino de 30 minutos, três vezes na semana, sugiro um rock com uma batida mais leve, como U2 e Paralamas. Não deve ser nada muito agitado, como Heavy Metal ou música eletrônica. Isso pode cansar a pessoa antes da hora. Quando acabar de correr ou de caminhar, sugiro uma MPB”, diz.
 
Iniciantes não devem passar do limite
 
Pessoas que estão começando a malhar e não estão com bom condicionamento físico, no entanto, devem ficar atentas. A música pode desviar a atenção do atleta e induzi-lo a exagerar na dose.
 
“Acredito no poder psicológico da música. Mas não acho que deva ser utilizada por todas pessoas porque pode fazer com que a pessoa pegue mais pesado do que deveria”, diz Mario Sergio, autor do livro “Corra: Guia Completo de Corrida, Treino e Qualidade de Vida”.
 
A recepcionista Andréia Araújo, 22 anos, não abre mão do MP3, mas fica atenta para não exagerar.
 
“Ouvir música correndo na praia traz uma sensação boa. Mas as pessoas devem ficar atentas. Soube de uma menina que estava ouvindo música e acelerou muito na esteira, sem nem se dar conta. Quando terminou, ficou tonta e teve que descansar. Comigo isso nunca aconteceu”.

 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Clarissa Melo

Fonte:Universo da Mulher