Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2024

Mulher brasileira não gosta do próprio corpo, diz pesquisa

Mulher brasileira não gosta do próprio corpo, diz pesquisa
Nada mais contraditório do que ser mulher
 
 
A prova disso é que apesar de sua notória beleza, a brasileira não se sente bonita e 93% da população feminina acredita que o padrão de beleza estabelecido é intangível. Isso porque, na opinião da maioria exige muito dinheiro. Resultado – 5% já pensaram em desistir da vida.
 
 
Estas são algumas das conclusões de uma pesquisa feita pelo Grupo Datastore para o psiquiatra, Augusto Cury. Os resultados originaram o romance “A Ditadura da Beleza” em que Cury retrata a mutilação da auto-estima da mulher causada pelos padrões de beleza, especialmente da magreza, impostos na sociedade contemporânea.
 
 
De acordo com Marcus Araújo, presidente do Grupo Datastore, a pesquisa aponta as prioridades de consumo da mulher para atingir a beleza padrão: maquiagem, exercícios, cosméticos e cirurgia plástica, nesta ordem. 
 
Considerando o tempo disponível para cuidados pessoais a praticidade deve predominar nos lançamentos, ressalta. A maior referência de beleza para todas as faixas etárias é Vera Fischer, seguida por Xuxa e Ana Paula Arósio.  Porém, Xuxa é a primeira para quem tem de 15 a 19 anos e Sandy é a predileta entre as menores de 15 anos.
 
 
Araújo conta que a pesquisa foi realizada com 1,2 mil mulheres na faixa etária de 13 até mais de 60 anos, residentes em São Paulo e Rio de Janeiro. Isso significa que o público alvo é formado por 7,07 milhões de mulheres que vivem nestes dois estados e cada 1% apontado na pesquisa equivale a 70,7 mil mulheres.
 
 
O objetivo, afirma, foi avaliar a auto-imagem, auto-estima e qualidade de vida a partir dos hábitos mais comuns relacionados à beleza.
 
 
A má notícia, ressalta, é que  5 em cada 20 mulheres não estão de bem com a vida. Isso porque, os desconfortos mais apresentados pelas entrevistadas foram: dor de cabeça (54%), insônia (28%), cansaço exagerado (26%), angústia (22%) e esquecimento (20%), todos freqüentes em portadores de depressão.
 
 
A faixa etária de 15 a 18 anos, período da vida em que a pressão pela beleza ideal é maior, lidera em três desses sintomas – dor de cabeça, angústia e cansaço exagerado. Além disso, neste grupo o índice das que já pensaram em desistir da vida é 60% maior do que os 5% para todas as faixas etárias pesquisadas.
 
 
Os dados comprovam  estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) em que no Brasil 17 milhões de pessoas sofrem de depressão clínica, mal que atinge 25% das mulheres contra 10% dos homens. Neste universo 30% sentem dores musculares, de cabeça e outros sintomas associados à doença, mas 75% dos portadores não chegam a ser tratados.
 
 
 
BARRIGA É A PARTE MAIS REJEITADA DO CORPO
 
 
Apesar de só 30% terem peso entre 60 e 70 quilos, metade das entrevistas acredita estar acima do peso ideal e 47% delas já fizeram dieta, sendo que uma minoria (13%) recorreu a medicamentos.  A partir dos 30 anos cresce o número de mulheres que acredita estar acima do peso, chegando a atingir 7 em cada 10 mulheres com idade entre 50 e 59 anos.
 
Só duas em cada 10 entrevistadas estão totalmente satisfeitas com o próprio corpo e uma em cada 20 tem insatisfação total. Mesmo descontentes 63% acreditam que podem expor o corpo na praia ou piscina, sendo que as partes mais rejeitadas na silhueta que já levaram 52% a praticar exercícios físicos são:  barriga (46%), seios (21%), bumbum e culote (14%).
 
 
Para atingir o corpo ideal 64% pretendem fazer exercícios físicos, 45% dietas e 3 em cada 10 mulheres querem fazer lipoaspiração, índice que vai para 39% entre as que têm idade entre 40 e 49 anos.  Na opinião de 73% a moda é feita para as magras.  Quanto maior a idade, mais a mulher se sente excluída pela indústria.
 
 
 
CABELO É O VILÃO DO ROSTO
 
 
Engana-se quem pensa que a mulher se embeleza só para agradar ao homem. Entre as entrevistadas 72% se preocupam com a beleza para responderem à pressão masculina e 80% para responderem à crítica de outras mulheres.
 
 
Quando o assunto é beleza facial, 21% das entrevistadas disseram estar descontentes com o cabelo. A maquiagem foi apontada como indispensável por 81%, acessórios para cabelo por 55% e 30% não deixam de carregar perfume na bolsa. O tempo médio gasto diariamente com cuidados pessoais é de meia hora e quanto maior a idade, menor a dedicação.
 
 
Para valorizar a beleza do rosto 55% já recorreram à maquiagem, 40% aos cosméticos e 38% à limpeza de pele, itens de cuidados faciais que permanecem no topo da intenção de consumo, além de 31% pretenderem fazer cirurgia plástica.
 
 
Para Marcus Araújo, os resultados da pesquisa viabilizam lançamentos de produtos, serviços e atitudes que têm maior potencial de estabelecer um bom diálogo com o mundo feminino.
 
 
 
 

Crédito:Anna Elizabeth

Autor:Eutrópia Turazzi

Fonte:LDC Comunicação