É espantoso e impressionante como
Aquela menina tão pequenina
Arrasta facilmente tão grande saca.
Tão cheia, tão gorda, tão amarela,
Que já não parece ser aquela
Que ao estendal serviu fortuna.
Parece a nova dimensão dos sonhos
Que invadem de energia quem os cria e
Paralisam quem deles escarnece e desmerece.
Nunca param. Jamais se cansam.
Uma puxa porque acredita,
Outra segue porque é vassala,
E fazem o som que jamais se cala.
O da saca arrastada é a melodia,
O ritmo é das sandálias de Maria
E a euforia emerge do feronoma
E da energia dos sonhos que um dia
Viram o sol no estendal do quintal
Pela mão da poesia pendurados.
E rua após rua,
Esquina após esquina,
Rendidos à pequenina
Finalmente acordados,
Aos sonhos dá-mos razão
E à razão dá-mos sonho.
Enfim, vive-se
A arte chegou à vida.
E Eu ali pasmado assistira
Ao Tudo a ser transformado
Pela Luz que naquele dia
Pintara as ruas por onde Maria
Arrastara a saca da magia,
Surrando as sandálias.
Estendi os olhos e "inda vi
A mão puxar a saca no canto.
A Infanta dobrara entretanto
Mais uma esquina da vida.
Partira d"onde Eu ficara,
Já sem lágrimas e cobarde,
Colado ao desencanto
E ao canto do Eu Nada.
Ainda oiço a música,
O balanço, a melodia.
É o eco do sonho da vida,
Da insatisfação incontida.
Partiu-me o sonho na saca
E com ele os pincéis e as tintas.
Os amigos e as pedras da rua
Também. Ficou-me ninguém.
E foi no discurso do silêncio
Que Eu ouvi:
Por hoje chega,
Entro na saca e
Durmo aqui.
.
EuNada_RetalhosMil, 2003-03-13
.
Esta é a letra de dizer nada.
Do nada que ora é o mais que nada dizer,
Rebento se nada digo.
Rebento se digo nada.
Dizer nada diz tudo.
Eu nada retalhos mil.
Aquela menina tão pequenina
Arrasta facilmente tão grande saca.
Tão cheia, tão gorda, tão amarela,
Que já não parece ser aquela
Que ao estendal serviu fortuna.
Parece a nova dimensão dos sonhos
Que invadem de energia quem os cria e
Paralisam quem deles escarnece e desmerece.
Nunca param. Jamais se cansam.
Uma puxa porque acredita,
Outra segue porque é vassala,
E fazem o som que jamais se cala.
O da saca arrastada é a melodia,
O ritmo é das sandálias de Maria
E a euforia emerge do feronoma
E da energia dos sonhos que um dia
Viram o sol no estendal do quintal
Pela mão da poesia pendurados.
E rua após rua,
Esquina após esquina,
Rendidos à pequenina
Finalmente acordados,
Aos sonhos dá-mos razão
E à razão dá-mos sonho.
Enfim, vive-se
A arte chegou à vida.
E Eu ali pasmado assistira
Ao Tudo a ser transformado
Pela Luz que naquele dia
Pintara as ruas por onde Maria
Arrastara a saca da magia,
Surrando as sandálias.
Estendi os olhos e "inda vi
A mão puxar a saca no canto.
A Infanta dobrara entretanto
Mais uma esquina da vida.
Partira d"onde Eu ficara,
Já sem lágrimas e cobarde,
Colado ao desencanto
E ao canto do Eu Nada.
Ainda oiço a música,
O balanço, a melodia.
É o eco do sonho da vida,
Da insatisfação incontida.
Partiu-me o sonho na saca
E com ele os pincéis e as tintas.
Os amigos e as pedras da rua
Também. Ficou-me ninguém.
E foi no discurso do silêncio
Que Eu ouvi:
Por hoje chega,
Entro na saca e
Durmo aqui.
.
EuNada_RetalhosMil, 2003-03-13
.
Esta é a letra de dizer nada.
Do nada que ora é o mais que nada dizer,
Rebento se nada digo.
Rebento se digo nada.
Dizer nada diz tudo.
Eu nada retalhos mil.
Crédito:Carlos Pombo Monteiro
Autor:Carlos Pombo Monteiro
Fonte:Universo da Mulher